Capítulo 2.

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Nos três dias seguintes, enquanto trabalhavam, Camila e Lauren se aproximaram mais e estavam se tornando amigas. Camila estava com medo, no início. Ela não queria se apegar, isso geralmente não acabava bem. Mas por outro lado, estava feliz em ter uma amiga além de Dinah.

A investigação estava progredindo e se tornando cada vez mais misteriosa, não estavam nem perto de encontrar o assassino. Ele era esperto, sabia como não deixar rastros. Nem mesmo uma impressão digital sequer havia sido encontrada.

Depois do relatório do legista, foi confirmado que o corte no estômago da vítima, Chloe, tinha o formato da letra "A". A outra vítima, que havia sido morta seis dias antes de Chloe, tinha um "L" cravado no estômago. Esse era o principal enigma. O que aquelas letras significavam?

Lauren estava fazendo a maior parte do trabalho, estudando as informações das vítimas e tentando descobrir o próximo passo do suposto serial killer. "Suposto" porque ainda não estava confirmado se era o mesmo assassino, já que o "A"  poderia ser apenas um corte mal feito, e a primeira vítima havia sido assassinada na própria casa. Eles não podiam afirmar nada ainda.

Enquanto isso, Camila a acompanhava, ou a "escoltava", para todos os lugares. O distintivo da latina era muito útil, já que Lauren não era uma detetive, e sim uma estagiária.

As duas haviam parado para tomar um café depois de uma manhã em "campo", quando Camila recebeu um chamado da central. Não tinha a ver com o caso, mas Camila era a policial mais próxima da denúncia. Ela não podia simplesmente deixar Lauren na cafeteria, então as duas foram juntas, mas a morena iria ficar na viatura o tempo todo.

Chegando ao local indicado, Camila Pôde ver que era uma tentativa de assalto. Foi informada pelo rádio que o reforço já estava a caminho, mas já poderia começar a agir.

- Muito bem, Lauren, você fica aqui. - disse Camila, tirando o sinto de segurança.

- Cuidado, Camila, o cara está armado.

- Não se preocupe. - disse a latina sacando sua pistola 9mm. - eu também estou.

Camila desceu do carro e se direcionou ao assaltante, ficando a uns sete metros do mesmo. O cara estava apontando a arma para uma mulher, que aparentava estar com seus 40 anos. Assim que viu Camila, ele agarrou a mulher pelo pescoço e a segurou contra o peito, apontando a arma para Camila.

- Rapaz, sugiro que não faça isso. Largue a arma, não queremos que ninguém se machuque aqui. - disse a policial num tom controlado, tentando não transparecer seu nervosismo. Camila não tinha medo de levar um tiro, não era a primeira vez que tinha uma arma apontada para si. Sua preocupação era com a refém, que provavelmente tinha uma família esperando por ela.

- Acho que não, dona. - disse o bandido, a mão que segurava o revólver estava tremendo. - Você vai me deixar escapar.

Lauren observava tudo aflita dentro da viatura.

- Isso não vai acontecer. Faça o que eu digo, ponha a arma no chão e podemos negociar sua situação.

- Não! - gritou o ladrão, apontando a arma para a cabeça da mulher em seus braços. - Você vai me deixar fugir, ou então os miolos dela vão colorir a calçada.

Uma gota de suor frio desceu na nuca da latina. Ela respirou fundo, e com a voz controlada tentou mais uma vez:

- Escute, essa mulher não tem nada a ver com isso. Deixe ela ir e vamos resolver isso entre nós.

Em resposta, o ladrão apertou mais a arma contra a cabeça da mulher, a fazendo gemer de dor e deixando algumas lágrimas caírem. - Última chance, policial!

Personal Case [✲] cam.renOnde histórias criam vida. Descubra agora