Capítulo 1

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Mais uma garrafa, ao todo quatro... Já estávamos a uma hora e meia naquela sala, fazendo esse maldito jogo idiota...

_ Eu nunca tive um caso com minha amiga.. ou para as meninas, amigo! - Nathan disse dando um sorriso de canto todo cafajeste já erguendo o copo que continha uma dose certa de vodka, eu sabia que ele fez de propósito, olhei em volta e vi que poucas pessoas beberam a dose e então não me manifestei-
_ Vai beber não? - Maitê disse me olhando-
_ Eu não, nunca tive caso com um amigo meu, beijo não conta!
_ Ah Alice, para de enrolação, vocês ficam nessa pegação pelos cantos toda vez que estão sozinhos e vai dizer que isso não é caso! - sem nem dar tempo de terminar de falar, Maitê já pegou o copo com a dose e enfiou na minha boca, enquanto isso Nathan levantava e vinha rindo em minha direção-

Aquilo descia queimando toda extensão da minha garganta, mas por um lado, me fazia ter mais ânimo pra ficar ali ouvindo baboseiras naquele jogo idiota!

_ Essa daqui adora me negar pras pessoas, fica me fazendo de trouxa, nunca assumiu nosso caso! - Nathan disse sentando e me abraçando de lado, dando um beijo na minha testa -
_ Quem adora te fazer de trouxa? - uma voz adentrou na sala atraindo todos os olhares -
_ Iiih olha quem lembrou dos amigos! - Maitê disse, enquanto isso eu apertava a perna do Nathan mandando ele ficar calado -
_ Eai gente, nunca esqueci da turma né Mai! - João disse cumprimentando todos da sala - Oii pra você também Alice! - ele parou na minha frente, segurou meu rosto e me deu um beijo na bochecha, logo em seguida cumprimentou o Nathan com um toque besta deles -

Não passou muito tempo, os dois se levantaram para buscar mais bebidas na cozinha, olhei para os lados, Maitê estava conversando com um menino em um dos sofás, o jogo já havia acabado, fiquei refletindo sobre o que tinha acontecido, pensando se João ouviu o que estávamos conversando... Ele não sabe sobre meu lance com o Nathan, mas acontecia a tempos, desde antes de conhecermos ele, mas tenho medo dele não reagir bem quando escutar!

(...)

Muita gente já foi embora, eu não aguentava mais ficar ali, meus pés doíam por conta do sapato, Maitê? Nem sei onde se enfiou! Nathan disse que me levaria embora, mas quando o álcool sobe, ninguém segura ele na pista de dança! A vontade de ir embora sozinha está batendo forte, se eu for depender desse traste aí, não saio daqui nunca!

_ Pega suas coisas! - João chegou por trás de mim -
_ Que? - eu virei pra ele sem entender o que ele havia dito por conta da música alta, e também porque meus pensamentos estavam longe -
_ Pega suas coisas, vou te levar embora! - ele disse virando o resto da bebida -
_ Ah! Não precisa João, o Nathan mora perto da minha casa, ele vai me deixar lá!
_ Não tenho confiança em você ir embora com essa bailarina bêbada aí! - ele disse olhando para o Nathan no meio da sala dançando com mais algumas pessoas -
_ Você também tá bêbado! Dá no mesmo! - eu disse olhando pra ele rindo -
_ Mas eu não tô passando essas vergonhas aí! - ele me olhou ergueu uma sobrancelha -
_ Tá bom! Vou avisar ele! - eu disse indo na direção do Nathan, segurando no braço dele - Tô indo embora com o João, não vai embora tarde tá?
_ Pode deixar mãezinha! - ele disse zombando de mim, segurou meu rosto vindo beijar minha boca mas eu desviei e beijei a bochecha dele -
_ Se controla! - dei um sorriso, sai de lá indo pra porta de saída da casa vendo o João encostado na parede me esperando - Podia ter ido pro carro já!
_ Ah, você é bem lerdinha, vai que não me achava! - ele me puxou entrelaçando nossos dedos da mão me levando até o carro -

(...)

Quando ele estacionou na porta da minha casa, estávamos rindo das bobagens que viemos falando no caminho

_ Valeu mesmo pela carona, não aguentava ficar lá mais! - eu olhei pra ele -
_ Não tem problema, eu vi que você não queria ficar lá mais, te conheço Ali! - ele me olhou e deu um sorrisinho -

Estiquei meu corpo para o lado dele no banco na intenção de abraçar ele para me despedir, ele fez o mesmo vindo na minha direção até que eu senti sua mão em minha cintura o que fez sentimentos passados voltarem, aquela viagem!

_ Dorme bem! - ele disse baixo no meu ouvido fazendo meu corpo arrepiar todo, sua mão subiu pra minha nuca -
_ Você também..! - eu firmei o máximo da minha voz, ele não podia nem sonhar que tinha um bilhão de borboletas fazendo um carnaval na minha barriga -

Ele tirou o rosto do meu pescoço e colou nossas testas com os lábios bem perto dos meus

_ João.. você, bebeu... Não sabe o que tá fazendo! - eu sussurrei mas nada adiantou ele só chegou mais perto -
_ Ali... Eu tô sóbrio o suficiente pra saber o que tô fazendo!

Em menos de milésimos seus lábios já estavam contra os meus, sua mão puxava alguns fios do meu cabelo próximos da nuca, nossas línguas seguiam um compasso só, eu não conseguia pensar em mais nada naquele momento, meu psicológico estava definitivamente fodido!

Continua...

De Cara com o PassadoOnde histórias criam vida. Descubra agora