O gigantesco hurgom se espreme por debaixo das grades enquanto elas se levantam. Eufórico e impaciente. Até que sai, e corre em nossa direção. Em cada pisada sua podia-se sentir o chão tremer, cada vez mais forte conforme ele se aproximava.
Olho para os lados e vejo os outros condenados de olhos mais arregalados que os meus. Olho para frente e o hurgom está chegando. Todos correm, cada um para uma direção. Faço o mesmo.
Me encosto em um dos cantos da arena, o hurgom decide perseguir um condenado. Que corria enquanto gritava desesperadamente, até que tropeça e o hurgom o pega. Criatura infernal e demoníaca, pisa em metade de seu corpo e arranca sua cabeça com os dentes – me apavoro – busco uma saída com os meus olhos em cada canto da arena. Totalmente fechada. Volto meu olhar para o hurgom, enquanto ele se alimenta do corpo, analiso a situação.
Percebo que em seu corpo havia muitos ossos, partes de esqueletos grudadas em sua pele, uma clava logo acima de sua cintura e uma espada cravada no topo de suas costas. Aparentemente não muito profunda. Sinto um cutucão no ombro. Era outro condenado:
– tenho um plano.
Olho para ele rapidamente e volto a olhar para o hurgom:
– e que plano seria esse? – pergunto
– podemos tentar distraí-lo, até cansá-lo, assim ele vai parar de nos perseguir e a graça disso tudo aqui vai acabar.
Era um plano idiota. Ele achava que se o hurgom não nos matasse o rei não o faria de outra forma. Meu plano era bem melhor:
– tenho uma ideia melhor. Está vendo, logo acima de sua cintura tem uma clava e uma espada em suas costas?
– mas estão nele.
– sim… e eu quero a espada. – dou um leve sorriso.
O hurgom termina de devorar sua presa, levanta sua cabeça e começa a procurar pela próxima.
– droga ele vai vir pra cá. – engole seco – o que vamos fazer?
– cale a boca, fique parado. – eu digo
Ele olha em nossa direção. Babando e bufando.
– d-droga, e-ele vai vir p-para cá mesmo – gagueja o condenado.
– cale a boca, já disse.
Um dos condenados tenta abrir o portão da arena desesperadamente, isso chama a atenção do hurgom que dá um urro e começa a correr em sua direção, o condenado se apavora e desiste do portão. Ele corre para o lado, beirando os cantos da arena. Com os olhos fixos em sua presa o hurgom começa sua perseguição mortal novamente.
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Terra de Kranavótus
RandomUma terra sombria, sem lei, sem perdão. Róger Gorggo é um traidor de Kranavótus, um poderoso rei cruel e impiedoso que só pensa em seu benefício próprio. Róger se vê preso em um lugar repugnante, e precisa achar um meio de sair para começar sua tra...