Como Um Anjo Da Guarda

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~NINA ~

 [...] Me livrei dos braços de Gabriel e sai correndo novamente, mas dessa vez para dentro de casa.

- Nina, o que houve amor? – Nando estava na janela, pelo jeito estava observando tudo.

- Eu não posso mais ficar aqui, vamos embora Nando! – choraminguei me pendurando em seu pescoço.

- Como assim, pequena? Pensei que você estava gostando daqui. – ele se sentou no sofá e eu me sentei em seu colo.

- Tudo aqui é ótimo, mas esse garoto está me desestabilizando, eu não entendo o que está acontecendo.

- Querida se for por causa do nome, eu posso conversar com ele e tudo se resolverá. – Nando como sempre tentando me ajudar.

 - Não é só por isso, Nando. Vai muito mais além da implicância com aquele maldito nome, eu fico bem longe dele, mas é só ele aparecer que as coisas mudam. Meu coração para e dispara, meus olhos piscam desejando parar de piscar, minhas mãos paralisam como todo o resto do meu corpo e tudo acontece. – eu estava me sentindo confusa, meus pensamentos estavam todos misturados em minha mente e eu podia sentir a minha cabeça quase explodir.

- Olha só, Nina. – Nando me fez concentrar-me em suas palavras. – Tudo isso é novo para você, conhecer e se relacionar com pessoas novas é difícil, eu entendo. Faz tanto tempo que você vive isolada dentro daquela casa, por isso tudo é diferente e complicado. Você tem que ser madura o suficiente para conseguir lidar com todas essas emoções que estão dentro de você, e quando você conseguir, vai ver o quão bom será pra si própria. Fazer amigos e ter em quem confiar é bom, por isso quero que você se esforce ao máximo e tente deixar tudo aquilo de ruim que aconteceu para trás e vá viver a sua nova vida.

- Você acha que seria um passo para trás voltar tomar remédios? – querendo ou não os remédios me ajudam muito, eles me deixam tranquila e longe de todo passado ruim.

- Claro que não querida, você não precisa voltar a tomar todos, só um deles. Se quiser amanha mesmo vou comprar para você.

- Acho que eu quero. – eu estava insegura, mas não custava nada tentar.

- Tudo bem, maninha. Agora vai tomar um banho quente e dormir, o dia foi cansativo. – ele me “expulsou” de seu colo com um risinho sarcástico.

- Boa noite. – dou um beijo em sua bochecha e vou para o quarto de Domi.

         ~GABRIEL~

Voltei para minha casa e quando entrei dei de cara com minha mãe.

- Como a Nina está? – ela bateu a mão ao seu lado dando sinal de que era para eu me sentar.

- Eu acho que bem, ela é bem difícil de entender. – se conheço bem dona Simone, ela já havia percebido que algo estava errado.

- Vocês não se deram muito bem, não é?

- Eu não sei mãe, aquela garota é tão mais tão confusa, que eu não entendo mais nada. – murmuro.

- Gabriel, você não está querendo dizer que você... – eu a interrompi, porque não queria nem pensar na hipótese.

- Não mãe, claro que não! Eu só quero dizer que ela é complicada de se entender, tão complicada como um cube magico. Ela parece ser uma garota de fases. Têm suas manias, seus trejeitos. Uma hora parece estar bem e no outro explode. Sorrateiramente ela continua aquela menina meiga. Pode assustar vocês, mas a mim ela encanta. Ela tem esse jeito tão duro com a vida, mas é só uma maneira de se proteger daqueles que irão te fazer mal. Ela se sente sozinha, mas mal sabe ela que há pessoas que gostariam de tê-la ao seu lado, só não falam por medo e nada mais...

- Sabe filho, hoje eu estava conversando com a Jeane e nós estávamos lembrando-se de como ela era uma criança alegre e cheia de vontade de viver. É tão triste ver ela assim agora... – minha mãe se lamentou e eu podia entender seu ponto de vista.

- Esse é o problema mãe! Aquela menina que todos acham que morreu ainda se encontra ali bem no fundinho da alma, só está assustada com o mundo, mas não sabe se quer voltar ou se isso passa. Ela quer respeito para ter liberdade de ser quem ela é. Catarina se tornou essa pessoa tão forte e ao mesmo tempo fraca, mas cá estou eu pra tentar ajudar ela.

- Gabriel, como você tem tanta certeza disso? – ela parecia impressionada com que eu havia dito.

- Mãe, eu não sei como, só sei que eu preciso ser como um anjo da guarda pra essa garota!

- Bi, por favor, só toma cuidado.

- Relaxa dona Simone, eu sei o que eu faço. – dei um beijo em sua testa. – Agora boa noite mãe, preciso dormir porque o dia foi longo demais.

- Boa noite filho, durma com os anjos.

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