Por Você Dean.

O que está acontecendo?

-Consegue andar? – Dean disse em frente ao moreno

Mais uma semana havia se passado e só agora Castiel havia conseguido se sentar, a dor havia diminuído e os pontos ainda não surtiam efeito mais aos poucos ele ia melhorando, Sam havia saído para mais um caso, e sobre o assunto "O que aconteceu Cass?" não foi mais tocado, Dean havia decidido que iria conversar sobre com o anjo quando voltassem para o Bunker com o anjo inteiro ou quase.

-Não sei – Castiel encarou o chão pensando se deveria tentar ou não

Dean rolou os olhos, entrelaçou o braço no de Cass

-Vem – disse decidido a colocar o anjo de pé, ficar deitado naquela cama não ia resolver nada

-Dean eu n...

-Anda logo, se for cair eu te seguro – entrelaçou os dedos na mão no anjo para dar mais apoio e assim devagar puxou Castiel.

Os pés descalços tocaram o chão gelado fazendo Cass apertar os dedos de Dean involuntariamente com o calafrio que correu por seu corpo. Cass seguiu os comandos de Dean.

-Agora o outro – disse o loiro ordenando os passos do menor, Dean sentiu seguro ao soltar o braço de Castiel deixando o moreno se sustentando sozinho no lugar – Parece um bebê – zombou rindo um pouco fazendo Cass sorrir, Dean sentiu as batidas do coração vacilarem ao ver o anjo sorrindo, o que estava havendo?

A dor veio subindo da base da coluna até a nuca, Castiel cambaleou e antes de atingir o Chão Dean o segurou alcançando sua cintura o puxando para junto de seu corpo, o anjo afundou o rosto na curvatura do pescoço de Dean e apertou os braços do maior tentando se concentrar em alguma coisa até que a dor passe, Dean suspirou pesado ao sentir o corpo tão próximo do anjo, acariciou a cintura do mesmo sentindo os ossos sobressaltados na pele, tentando acalmar o amigo, a dor deveria ser insuportável mesmo.

-Dói Dean – a voz rouca saiu cortada e sofrida, Cass apertou ainda mais os braços do loiro

-Eu sei Cass, calma – acariciou mais uma vez a cintura do moreno

O coração do maior se apertou ainda mais quando o corpo do menor tremeu.

-Tem que voltar para cama Cass – disse tentando afastar Cass mais o mesmo não cedeu e se agarrou mais aos braços do loiro

Dean não reclamou, ele não assumiria mais estava amando aquele contato, afinal ficou tanto tempo sem ver o anjo.

Alguns minutos se passaram, não se sabe o quanto.

Os apertos nos braços do loiro afrouxaram e Castiel se inclinou alguns centímetros para trás, para olhar Dean, sem descolar os corpos um do outro. Verde e azul se misturarão.

-Cass – o sussurro da voz rouca do maior fez os pelos do moreno se arrepiar

Castiel não coordenou seus movimentos, apenas agiu, juntando os lábios do caçador nos seus. Dean arregalou os olhos, mais ao sentir a carne molhada passar por seus lábios deixou o corpo relaxar, dando passagem para a língua de Cass explorar sua boca, Castiel não era desajeitado, muito pelo contrario sabia bem como sincronizar aquela dança de línguas, os braços do anjo rodearam o pescoço de Dean apertando mais contra si automaticamente Dean apertou a cintura do anjo fazendo movimentos circulares com o dedo onde se localizava os ossos da cintura do moreno.

Sim Cass beijava bem e Dean não conseguia pensar em nada naquele momento, só existiam eles um anjo caído e machucado e um caçador de alma dilacerada e grande coração.

Um momento de consciência Dean se afastou brutamente. Empurrando Cass.

-Dean eu na... – outra onda de dor correu o corpo do anjo o fazendo encolher e cair sentado no chão

Dean arregalou os olhos ajudando Castiel

-Precisa se deitar – disse firme sem encarar as safiras azuis

-Dean eu...

-Shh descansa quero logo sair daqui – cortou a fala do moreno assim que acomodou Castiel, Dean saiu do quarto, deixando Castiel com o sentimento de abandono.

O que estava acontecendo com ele? Ele não podia, queimaria no inferno, outra vez, por estar amando um anjo e ainda por cima um homem, isso é errado não é? Dean Winchester estava condenado mais uma vez, afinal desde quando sua vida era um mar de rosas? O que mais assustada o caçador era que ele havia gostado, havia amado na verdade, amou o contato dos corpos dos dois, amou o contado da boca carnuda e rachada na sua, amou acariciar a cintura do anjo e queria repetir isso mais uma vez e de novo, de novo, de novo quantas vezes for preciso e isso o deixava completamente assustado.

-Senhor o café – a mulher alta do refeitório balançou o café na frente de seu rosto

-Ah obrigada – sorriu amarelo apanhou o café, bom de uma maneira ou outra ele teria que voltar para o quarto mais não pretendia tocar no assunto, não pretendia falar nada sobre.

Dean estava cansado, só queria voltar para o bunker e ter uma boa noite de sono para repor as energias e voltar à rotina de caçadas, voltar para vida que nunca vai lhe abandonar, voltar a ser ele e Sammy dentro do Impala rodando o país atrás de monstros.