My angel

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Pov Justin

Três simples palavras fizeram com que meus olhos se arregalassem, esperava qualquer coisa, menos aquilo.

-Sou uma assassina.

Releio aquela frase centena de vezes, não tem outro significado na mesma ao não ser matar, tirar a vida de algo ou alguém, começo a deslizar meus dedos pela tela do meu celular.

- Como assim assassina L?

Vejo que a mesma visualiza e está no momento digitando, sinto meu coração aumentar as palpitações, em toda minha vida nunca pensei que algum dia fosse ouvir ou ler algo assim.

-Meu namorado

Mordo meu lábio inferior e de novo repetindo o ato de reler, ela namorava e ela o matou? Ciúmes? Para se defender? Não sei de fato quem é violoncelista, mas aqueles olhos que vieram cheios de tristeza em uma simples foto para mim, não parecia ser de uma pessoa fria e calculista, quero mesmo entender o que acontece com ela, ou melhor dentro dela

- Quer me contar como foi? Você me ouviu quando precisei e agora faço o mesmo por você violoncelista

O que devia fazer era trocar meu número e esquecer que um dia mantive contato com uma pessoa totalmente estranha que falei coisas que jamais falei com quem convive comigo a anos.

- Foi cerca de um ano atrás, faltava pouco para nossa festa de formatura e entrega de diplomas do segundo grau, naquele dia os terceiros anos se reunirão para uma festa, sem monitoramento, queria ir, Thomas não, discutimos, havia o explicado que quando chegássemos na faculdade não teríamos tanto tempo assim, ele rebateu dizendo que iriamos morar juntos, sempre acharíamos um jeito de nos divertir, mas naquele dia ele não estava afim, queria ficar em casa comigo e família, brigamos e no final ele foi contra gosto, mal sabia que não iríamos chegar a festa e que naquele dia ia perder meu namorado, não sei como aconteceu, um carro nos ultrapassou e no Thomas desviar o carro demos de cara com um outro carro e nisso o nosso capotou, eu apenas quebrei meu braço e tive alguns ferimentos, mas Thomas morreu no local e na mesma hora.

Sem perceber coloco uma mão na boca, eu sei o que ela está sentindo, o sentimento de culpa, aquele sentimento que nos consomem, pior do que qualquer coisa, não adianta, todos podem falar que foi um acaso, que foi o destino, que não foi nossa culpa, mas se sentimos assim não a palavra no mundo capaz de fazer com que isso mude dentro de nós e será ela que terá que aceitar que a morte precoce do tal Thomas, foi uma fatalidade, sinto meu celular vibrar em minha mão e olho o que ela acaba de mandar

- Se não tivesse insistindo tanto naquele dia para pegarmos estrada, ele estaria ao meu lado e realizaria seu sonho de ser um pianista famoso.

Um casal de músicos que se apaixonaram pela música, se conheceram e se apaixonaram, ela, com certeza, deve sentir que parte de sua alma lhe foi tirada, não sei o que seria de minha vida se não fosse músico, agora entendo o porquê no primeiro dia ela ficou tão arredia quando perguntei se era mesmo uma violoncelista, ela, com certeza, não toca mais e sente falta, porém não consegue mais tocar, sei como é esse sentimento, no meu caso fui mais forte descontei toda minha dor no canto e minha música me salvou, mais uma vez meu celular treme e o olho imediatamente

-Agora se quiser se afastar eu entendo, só precisava desabafar, mas sei que não quer ser amigo de uma pessoa que é o ímã para desgraças.

Chocalho a cabeça em negação, agora mais do que nunca quero ser amigo dela, mesmo que nunca saiba de fato quem sou eu, mas de certa forma quero a ajudar superar essa dor, juntos iríamos cicatrizar as feridas abertas que estavam presente em nossa alma.

- Pelo ao contrário L, você é minha amiga, depois que conheci um pouco mais de você, nunca mais entrei no site, você é minha confidente e serei o seu, olha sei que tudo que falar nesse momento não poderá fazer você acreditar, será como falar com as paredes, não vou falar que você não é culpada, eu vou te fazer você aceitar que não é, vou te mostrar que foi uma fatalidade

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