It's her

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Pov Laura

Os gritos ensurdecedores faz com que minha cabeça dói, Larissa ao meu lado pula com loucura, isso porque falta cerca de uma hora para que show comece, sinto meu corpo tremer e começo me arrepender amargamente por ter vindo, não estou preparada para isso, e se ele me rejeitar? E se ele sequer me olhar? Ou pior se ele não acreditar que sou Laura a violoncelista? Nunca pensei que fosse me apaixonar assim por alguém, apenas em três meses, o que aconteceu com aquela mulher que gritara aos quatro ventos que nunca mais se apaixonaria por alguém, as vezes o destino brinca conosco, eu relutante entrei em um site de relacionamento, conheci um tal de anônimo, me aproximei dele como nunca aproximei de alguém, me abri para ele sem nem ao menos saber sua verdadeira intenção ali, um momento de fraqueza que me fez a pessoa mais feliz desse mundo e que descubro recentemente poder amar novamente e o escolhido foi ele, Justin Drew Bieber, não me apaixonei pelo cantor, não pelo príncipe do pop, mas sim por aquele homem que tem medo, insegurança, que muitas vezes parou tudo o que estava fazendo para colocar um sorriso em meu rosto, eu me apaixonei pelo anônimo, é as vezes a vida nos surpreende de uma forma jamais esperada, Larissa solta um grito dentro do meu ouvido enquanto me abraça, quando penso em gritar com ela por tirar de meus pensamentos decisivos o vejo no palco, sinto minhas pernas bambear, me apoio em Larissa que canta muito alto com ele, uma música que não sei identificar, como disse, apaixonei pelo homem, não pelo cantor, a cada música que passa, cada vez meu coração palpita mais aceleradamente, com medo que o tal momento de tentar me aproximar está próximo, Larissa me abraça forte e sua boca chega ao meu ouvido

-Ai amiga é hoje, estou com muita inveja de você

Faço sinal de silêncio com o dedo indicador em frente aos lábios, para ela não falar o que não deve.

-Não sei se vamos conseguir, olha quantas fãs e seguranças, é impossível Lari- Falo em seu ouvido e a vejo a sorrir abertamente

- Tenha fé Laura- São as únicas palavras que ela diz e volta a dançar como todos, quase duas horas depois ele saiu do palco e senti minha pressão despencar lá para o pé, Larissa me puxou pelo braço, só sinto meus pés se moverem pois não sinto nada a não ser meu nervosismo, e lá fora, por onde ela me leva vejo os seguranças fazendo uma barreira para que Justin possa entrar em seu carro sem ser incomodado

-Justin- A voz de Larissa grita em meio a milhares, o que me faz abaixar a cabeça chateada, ele nunca irá me perceber aqui, seu carro começa a passar a perto de nós, bem devagar, para que ninguém que está perto se machuque, o vidro de trás está abaixado, ele olha com um sorriso enorme as meninas que gritam como loucas seu nome, num ímpeto, no calor do momento, grito em alto e bom som

- Justin sou eu a violoncelista- O carro ganha velocidade, sei que foi em vão meu grito e não sei o porque das lágrimas rolarem em meu rosto, Larissa me olha triste, sei que tenho o número dele, que posso falar por mensagens, mas idealizei tantas ideias, tantas imaginações para hoje, desde as mais tristes possíveis até as mais felizes que ele me reconheceria, de todas os pensamentos tristes, esse foi o que mais me doeu, o de não ser reconhecida, o de não ser notada, sento na calçada, enquanto todas conversam animadamente e vão felizes embora, pego meu celular e apago seu contato, o que poderia fazer, ele é inalcançável, e mesmo deixando aquele tuíte, ele não me procurou, ele sim sabe, que não é viável manter contato comigo

- O que você fez sua louca? Está desistindo Laura

-Sim Larissa, eu estou desistindo- Digo somente isso, e coloco minha cabeça entre minhas pernas, eu tentei, mas não sou idiota a ponto de correr atrás de algo que é impossível.

Pov Justin

Todos os dias que se passou, a cada dia senti mais falta dela, Laura passou a ser indispensável para mim, quando descobriu quem eu era se afastou, pediu um tempo para pensar, e deixei, mas foi o certo a se fazer? Acho que não, a cada dia a distância aumentava mais e mais, arrisquei muito em deixar uma indireta em meu twitter, mas no momento queria um sinal de vida dela, muitas especulações a cerca daquele twitter se fez presente, e nada dela, fui um covarde, eu sei, era bem mais fácil ter a chamado, ou ligado, mas o medo de ser ignorado ou que ela me pedisse para afastar foi maior, todos me rotulam como tal, como o cara, principalmente as mulheres, tudo ilusão, as vezes esquecem que sou um jovem de vinte e dois anos e sou como qualquer um, tenho medo do novo, do inusitado, que temo não consegui ser o que esperam, temo não ser um bom amante, temo não ter um amor verdadeiro, são tantos medos, e nesses meus questionamentos diários, eu descobri que amo Laura ou melhor a violoncelista desde o dia em que vi seus olhos tristes, lembro que decidi ajudá-la, no momento foi por ímpeto, mas aos poucos percebi que não, percebi, que qualquer mísero contato que pudesse ter com ela, eu o faria, arrumava qualquer desculpa para poder me aproximar, e tive a certeza, eu estou me apaixonando por uma total desconhecida, porque eu sempre tenho que buscar o difícil? Porque sempre tenho que procurar o caminho mais difícil? Cansei de seguir essa linha, esse trajeto que escolhi e nunca ter um final feliz, assusto com a quantidade de fãs que estão em frente ao portão dos fundos, sei que é normal, mas devido estar distraído por estar na cidade que ela mora, tão perto, mas tão distante ao mesmo tempo, me frustra, pego meu celular e olho pela milésima vez seu contato, uma última tentativa, tenho que ao menos tentar para saber se serei rejeitado ou não, não posso viver com incertezas do, e, se, talvez ou mas, sorrio quando vejo as garotas gritando meu nome, com aquele amor desmedido, o que me dá forças.

- Justin sou eu a violoncelista- Essa frase se destaca entre as outras, viro meu pescoço e dou de cara com o vidro escuro no fundo da Ranger, não sei quem gritou, me pergunto se realmente ouvi isso, ou se foi fruto de minha imaginação, vejo uma moça se sentar desanimada na calçada, quem olhasse pode pensar que se trata de uma fã que não conseguiu uma foto ou autógrafo, porém mesmo de longe, mesmo com o carro avançando muito rápido, aqueles cabelos acobreados se tornou reconhecível para mim em qualquer lugar, aquela moça, é a minha violoncelista, aquela moça, é ela. 

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