Os meses se passaram e eu estava com meu filho nos braços, um marido que me apoiava e me ajuda em tudo e me sentia realizada de todas as formas.
Colocamos a Ariela, o Ryan e o mais novo membro da família que demos o nome de Nicolas nas cadeirinhas e entramos no carro ligando o som, Nicolas dormia e Ariela e Ryan brincavam com seus brinquedos, eu observava a rua e às vezes até sorria sozinha, Fabrício estava atento ao trânsito e quando chegamos na entrada do morro seus olhos brilharam e era nítido que ela sentia falta
- Você preferia estar aqui? -- perguntei - Eu quero estar onde você queria estar -- ele respondeu e me olhou brevemente - O que você quer Fabricio, é voltar pra cá? -- perguntei compreensiva até porque confesso que também sentia falta -- Responde -- insisti - Eu não quero estar aqui -- ele parou o carro -- Eu quero estar com você e onde vocês estiverem porque vocês são a minha família e eu não quero voltar pra cá, voltar pro tráfico e deixar vocês preocupados -- ele olhou pro banco traseiro -- Eu não quero me meter no tiroteio e me despedir sem saber se vou voltar ou não deixando vocês preocupados -- ele sorriu -- Eu não quero de jeito nenhum deixar você saber cuidando de tudo, eu quero estar com você -- terminou de falar e sorriu - Eu te amo -- eu sorri e dei de um selinho nele acariciando seu pescoço - Não faz assim que foi desse jeito que o Nicolas veio ao mundo -- brincou e nós rimos
Passamos a tarde toda na casa do meu pai e todos estavam lá, eu não podia beber ainda então fiquei mais reservada e na minha sentada na mesa, eu olhava o Fabrício de longe conversando com os garotos e sorria sozinha, no meu estômago ainda passavam borboletas a todo momento que ele me olhava ou estava pra chegar em casa e eu tinha certeza que tudo que eu vivi até aqui foi pra poder passar por essa experiência única na vida de alguém, casar, ter filhos e se sentir realizada e amada e além de tudo amar na mesma intensidade
- Está pensando em que? -- ele se aproximou e abaixou sorrindo - Em nada -- neguei com a cabeça e sorri - Me da meu garoto pra você descansar o braço -- pediu e pegou o Nicolas de mim - Não deixa ele perto de arma e de drogas Fabrício -- fiz cara feia - Eu sou responsável, tu acha mesmo que vou querer meu filho perto disso? -- falou e saiu andando - Vem amiga vamos dançar -- Lívia me puxou - Cadê a Mari? -- perguntei chegando perto das meninas - Foi pra casa com o MT -- Duda revirou os olhos e eu ri
Eu olhei para as minhas amigas e também me senti grata por te-las comigo, observei minha família de longe e meu irmão mais novo e ainda menor de idade estava com meu sobrinho no colo e passou uma retrospectiva desde quando éramos crianças, de como tudo mudou, de como com um simples olhar tudo pode mudar, eu seria eternamente grata por tudo que eu passei e conquistei mesmo que tudo dê errado algum dia.
"O lado certo da vida é ao lado de vocês ❤" - com Lola Reis
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