207

1.1K 103 2
                                    

Eu ignorei ele naquela situação e peguei meu pijama e sai do quarto, não trocamos uma palavra se quer e eu já estava preparada pra voltar ao nosso quarto e quebrar a casa em cima dele, mas diferente do que eu pensei quando cheguei lá ele já estava dormindo e de roupa, respirei fundo e me deitei no meu canto

- Será que toda vez que eu gerar uma vida vai ser assim? -- falei com a minha barriga e respirei fundo
- Me desculpa -- ele sussurrou e eu fiquei calada

Depois de ter falado não demorou muito e Fabrício realmente pegou no sono, eu demorei um pouco para dormir mas logo acabei adormecendo.

Acordei na manhã seguinte cheia de sono, me arrastei até o banheiro e fiz litros de xixi, hoje era segunda e Ariela tinha creche mas minha disposição era zero de fazer qualquer coisa, fechei a porta do quarto e acordei ela que reclamou o tempo todo

- Vem filha colocar o uniforme -- falei sentada na cadeira do quarto
- Tô com sono mamãe -- falei coçando os olhos
- A mamãe também está -- disse bocejando -- Você vai dormir na creche -- disse -- E vai brincar muito com seus amigos, agora vamos -- disse segurando a blusa do uniforme dela
- Você vai trabalhar mamãe? -- perguntou me encarando com aqueles olhos lindos de curiosidade
- Vou sim -- mentira hoje era segunda e a loja não abria -- Mamãe precisa que você vá para a escola pra trabalhar tranquila -- disse
- Meu tio Fabrício vai trabalhar também? -- perguntou e eu estranhei porque ela geralmente o chamava de pai
- Vai amor, ele vai trabalhar sim -- respondi
- Então eu vou mamãe -- disse e soltou uma risada -- Quando eu chegar a gente vê desenho né? -- perguntou e eu assenti
- Vamos comer -- peguei ela pela mão indo pra cozinha
- Eu não vou comer mamãe -- se sentou e me encarou -- Eu vou lanchar com meus amigos -- ela sorriu e levantou da cadeira -- Não esquece meu lanche mamãe -- disse já saindo correndo pela casa
- Quando é que as coisas mudaram? -- perguntei pra mim mesma rindo

Voltei pro quarto e troquei de roupa, peguei a mochila da Ariela e ela levou a lancheira nas costas, descemos as escadas do prédio e fomos andando até a escola que não ficava muito longe, fui de casa até a escola ouvindo ela contar sobre o final de semana com o pai e vez ou outra falava das pessoas que estavam na rua, deixei ela na creche e voltei andando, cheguei em casa e percebi que levei 40 minutos pra ir e voltar.

- Bom dia -- Fabrício disse assim que abri a porta
- Trouxe pão -- falei e coloquei na mesa
- Obrigado -- respondeu e bebeu o café da xícara

Voltei pro quarto e peguei meu pijama de novo, tomei um banho e voltei pra cama que embora já não estivesse minha presença a algum tempo ainda estava quentinha, eu não demorei nada pra pegar no sono mas antes senti a cama afundando é um cheiro de café com cigarro invadiu minhas narinas e me fez sorrir antes de começar a entrar em sonhos profundos.

TRILHA DA LUA - PARTE 2/FINALOnde histórias criam vida. Descubra agora