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Era um dia lindo, e eu agradeci por ter acordado. Queria viver muitas coisas ainda, me permitir ser feliz com a certeza de que iria existir momentos ruins, mas era só eu ter postura e bater de frente. Eu não estava me reconhecendo, isso seria uma coisa boa? Acho que sim.
Como pode uma única pessoa mudar a sua forma de pensar assim? Pessoas maravilhosas deveriam ser eternizadas.
Geremias todas as noites antes do espetáculo se aproximava e me abraçava, um abraço gostoso, chegava a me pegar no colo. Esse menino era mesmo incrível. Não precisa ele me beijar na boca para ser incrível, só precisava ser aquilo que ele era, me abraçar e o principal, me olhar nos olhos. Um beijo na testa estava ótimo para mim, pois existia verdade, sinceridade e respeito. Ele era diferente, e o diferente é apontada pela sociedade, é julgado. Mas a diferença dele me completava, era a diferença dele que me conquistava a cada nascer do sol. Ele não era perfeito e nem tava perto de ser, e isso era ótimo, perfeição é amiga da decepção. Ele não era igual a nenhum que eu conheci, e eu tinha certeza que nunca iria conhecer outro igual a ele. Ele era único, para todo sempre.

《...》

Era dia de mudança, minha primeira mudança. Iríamos para outra cidade, estava animada, confesso. Viver aquilo estava me fazendo bem, estava conhecendo um mundo diferente.
Tinha o espetáculo durante a noite e quando acabava, os meninos começavam a se preparar para desarmar o circo. Eu fiquei acordado, eu queria saber como era, estava amando aquilo tudo.
Fiquei lá fora, atenta, vendo tudo desaparecer, ou seja, se encaixar. Até ajudei as duas tia de Gere a guardar algumas coisas dentro da lanchonete, Joelma e Sayonara. E depois fiquei com Greice observando um pouco. Via Gere passar toda hora, era lindo até desarrumado, sim, eu achava. Em seguida entramos e quando acabaram tudo lá fora, fomos dormir, iríamos sair no outro dia, pela tarde.
Era manhã, os meninos acordaram cedo para terminar de desarmar o circo. Meio dia estava tudo pronto, e todos já estava pronto na espera. Umas 14:00 mais ou menos começamos a sair. Gere ficava no terreno, olhando algumas coisas que ficava lá, pois era duas viagens. Seguimos viagem e teve algumas complicações durante a viagem, e acabamos demorando de chegar no local. Chegamos era mais ou menos 00:00. Dormimos no trailer de Sayonara, e quando foi umas 5:00 da manhã o pessoal tinha chegado, eu sair na esperança de ver Gere, mas ele estava cansado e já tinha ido para seu quarto dormir.
O ônibus da minha irmã tinha chegado, entramos e fomos dormir.
Um novo dia se iniciava, estava uma bagunça, por conta do balanço durante a viagem. Começamos a colocar tudo no lugar, e algumas horas depois estava tudo arrumado.
Durante a tarde os meninos começaram a armar o circo, eu ficava dentro do ônibus, lendo ao livro que eu tinha ganhado da minha irmã e do meu cunhado. Estava gostando da leitura.
Mais um dia pela frente, os meninos estavam terminando de armar o circo, estava quase pronto.
Final de tarde e tudo já estava no seu devido lugar. Então Gere pediu meu celular para colocar na caixa de som, porque minhas músicas eram boas, e ele gostava. Ele começava a dançar, se soltava e eu sorria. Ele me fazia bem.
A estreia so circo era sempre dia de sexta, mas antes acontecia uma passeata na rua, para avisar que o circo estava na cidade. Eu tive que participar dessa passeata, Sayonara levou uma roupa para mim e minha irmã. E porra, era um maiô, puta de escroto, mas pelo menos era da minha cor favorita, amarelo. Me arrumei, tava toda no brilho, com o cabelo escovado, me sentindo a gostosa. Porém, com muita vergonha de tirar o roupão. Quando eu sair Gere estava usando um traje que eu amava, cor da pela, um marrom claro ,não sei ao certo. Simplesmente lindo. Eu ainda de roupão, tímida, quase desistindo. Já Greice, estava se expondo antes de subir no carro, amava aquele jeito dela.
_Tira o roupão menina._Falou alguém atrás.
_Vou tirar.
_Tá com vergonha._falou Gere.
Então eu subir no carro e tirei o roupão, arrumei o meu cabelo e me posicionei.
_Você está linda._falou Gere.
Eu sorrir com vergonha.
_Tem que ficar acenando para as pessoas, tu vai atiçar os homens Greice._disse ele.
_Gosto assim._respondeu Greice.
_Sou sua fã cara.
_Tu vai ver o que vou fazer.
_Faça mesmo, isso aí.
No carro estava eu, Geremias e Greice. Simplesmente amei aquele trio.
Então saímos pelas ruas, expondo nossa beleza.
Geremias fazia uma cara de quem tava amando e em seguida perguntava que horas ia voltar.
_Não gosto de pagar de simpático._dizia ele.
_Aí meu Deus, eu vou cair._eu disse.
Geremias segurou na minha cintura, e eu pensei, agora é que vou cair mesmo, uma mão dessas me segurando, um homem desse. Era muita pressão para o meu coração.
_Vamos pagar de casal, Lizandra.
Eu soltei uma gargalhada.
_Que bonitinho._falou Greice.
_O que é isso aí? Vou separar vocês. _gritou Sayonara do outro carro.
_Olha ,vou parar essa cidade é agora.
Subir a minha perna, apoiando em um lugar não muito alto, bem provocante. E joguei o cabelo.
_Fica assim, assim mesmo._gritou Sayonara.
_Nego tá se soltando._disse Gere.
Eu rir.
_Lizandra, você é minha, acho bom parar.
_Atá.
Uma menina gritou para Gere.
_Uma ridícula daquela, e tu gosta né?
_Claro, amo ibop. Mas você é mais bonita, sempre.
_ Rum.
_A gente não presta.
_Me poupe.
Eu gostava dele. Gostava de escutar cada palavra que vinha dele, cada expressão, cada brincadeira, cada detalhe. Eu amava a forma que ele me fazia sorrir em uma frequência que só ele conseguia. Eu era apaixonada por cada olhar, e ser olhada da maneira certa não tem preço.
Finalmente voltamos para o circo.
_Chega de pagar um de simpático por hoje né?._disse gere seguindo à caminho do seu ônibus.
Eu entrei, troquei a roupa e fui ler um pouco. No dia seguinte iria acontecer a estréia.

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