Estava em casa fazendo o mesmo de sempre, nada. Quando minha irmã mais nova teve a brilhante ideia de me levar para a divertir, não quis negar o convite e acabei indo.
Chegando na rua estava acontecendo um movimento, pessoas rindo atoa, bebendo e jogando conversa fora. Depois de algumas horas fui surpreendida pela chegada de um rapaz, qual já conhecia, mas nunca tínhamos trocado muita conversa. Ele começou a conversar comigo, se aproximando e tentando algumas técnicas de conquista, mas eu não estava a fim e ele recebeu vários não. Ele continuou a insistir e não é que funcionou?
Fui ficando com ele, me permitindo sentir, sem medo do que vinha depois e no fim acabei me apagando a alguém, que na verdade nunca quis se apegar a ninguém. Ele aparecia de vez em quando, entrava e saia quando queria, chegou a beijar outra na minha frente e eu tive que ver aquela cena e fingir que nada tinha acontecido. Porque eu me prendir, eu me submeti aquilo, mas aquilo nunca foi meu. E eu precisei entender. Foi necessário eu me soltar de alguém que nunca me agarrou. Criei coisas na minha cabeça, um suposto amor, quando nunca foi nem paixão, apenas carência.
Passei dias chorando e procurando por respostas e mais uma vez eu estava no chão, sem saber controlar as lágrimas e sem forças para se levantar, com medo de tentar novamente.
Não guardei rancor, apenas me esforcei para esquecer e arrancar de mim aquela dor. Foi quando gritei, puxei cabelo e me perguntei: Foi para isso que abrir os meus olhos? Foi isso que estava a minha espera? Foi para isso que eu me permitir?
E foi aí que eu pensei comigo mesma. O que seria de nós seres humanos sem os desentendimentos amorosos e términos? Ter o coração partido faz parte, e qual seria a graça se não tivéssemos?
Hoje eu sei que a vida tem dessas. Eu podia me ajudar, eu podia sair daquela situação e eu criei forças para tentar novamente.《..》
Estava com início de depressão e me recusei a frequentar uma psicóloga. Eu podia me ajudar, podia subir novamente. Por que me afogar se eu sabia nadar?
Decidir ter a minha própria ajuda, e fui forte, precisava me levantar e não me matar aos poucos.《...》
Minha irmã por parte de pai trabalhava em um circo, e esse circo estava na cidade do meu pai, então minha irmã mais nova, super animada, me fez o convite.
_Lizandra, que tal a gente ir para casa de pai esse final de semana? O circo está lá na cidade.
Como eu queria me ajudar, tinha que fazer por onde. Mesmo com pouco ânimo, não recusei.
_Vamos! Conversa com mãe e ver o que ela diz._respondi dando de ombro.
_Ela vai deixar e se não deixar a gente vai assim mesmo._disse ela sorrindo.
Foi então que pude perceber o quanto eu era amada, tinha uma irmã maravilhosa que fazia de tudo para mudar os meus dias iguais.
Minha irmã foi conversar com mãe, com aquele jeito louco dela de tentar convencer nossa mãe. Naquele meio tempo eu pensei em como eu era importante para minha família e amigos. E isso bastava. Eu era cercada de pessoas especiais e eu simplesmente estava me preocupando com o de menos.
Greice me olha nos olhos com aquele sorriso de quem sempre consegue.
_Eu disse que ela ia deixar.
_Você não existe._eu disse sorrindo de canto.
_Então... A gente vai na sexta, filamos os dois últimos horários e tudo ok.《...》
Chegou a quinta-feira e durante a noite, Greice toda animada me chamou para arrumar nossas coisas, pois iríamos sair amanhã meio dia.
No dia 04 de novembro de 2016, fomos para o colégio pela manhã e o combinado foi feito, filamos os dois últimos horários. Chegando em casa, nos organizamos, em seguida fomos para rua, passamos no serviço da nossa mãe e depois seguimos para o ponto de ônibus.《...》
Enfim, chegamos. Foram duas horas de viagem e Greice toda ansiosa sorria atoa. Já estávamos na casa do nosso pai e eu fiquei feliz em estar lá.
No mesmo dia nosso pai nos levou para o circo, estava bem curiosa para assistir ao espetáculo. Chegando lá conheci o meu sobrinho e o marido da minha irmã. Greice logo foi conhecer o cara que ela vinha conversando faz um tempo. E eu fiquei na minha, muito tímida.
Minha irmã por parte de pai me chamou lá fora, pois queria me apresentar alguém. Me deparei com um cara moreno, alto, um pouco forte e bem bonito pelo visto.
_Se apresentem aí._ falou minha irmã.
Ele me abraçou e eu me sentir pequena dentro daqueles braços. Ah! Aqueles braços!
_Geremias, seu nome?_disse ele.
_Lizandra._respondi, meio sem jeito.
Por um momento eu desejei que ele não me soltasse, pois foi naquele dia, naquela noite, naquele abraço, que eu me sentir em paz.
Foram poucas palavras trocadas. Me retirei e conheci mais algumas pessoas.

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Inabalável
RomansaO fundo da escuridão era meu lar, a solidão minha bela companheira, facas eram lançadas, insônia pousava. Ali estava eu, vivendo uma catástrofe e um caos constante. A vida causou danos e me deu uma bela de uma rasteira. Vivi durante anos em um mun...