Novas Composições

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Anastásia Steele

—Merda! —Exclamo frustrada e solto o lápis. Ponho o violão de lado de me levanto. —Eu não consigo escrever uma simples frase.

Já faz mais de três horas que estou aqui tentando compor algo, qualquer coisa, mas não sai nada. Mas o que eu queria também? Já faz mais de dois anos que não componho nada, é claro que não ia sair.

Esfrego as mãos no rosto e suspiro novamente. Eu preciso sair um pouco. Preciso esfriar a cabeça.

Saio do estúdio e vou em direção a sala, calça minhas botas e pego minha jaqueta. Passo pelo hall e pego as chaves em cima da mesinha, depois saio pela porta. Assusto-me completamente quando vejo uma menina sentada ao lado da porta vizinha que, novamente, está aberta.

A menina é pequena deve ter uns nove anos, ela é morena, cabelo curto e usa óculos. Ela deve ser filha do vizinho também, mas para a minha surpresa, ela é japinha. E uma graça.

—Oi. —Sussurro e ela levanta a cabeça para me olhar.

—Olá. —Ela sussurra de forma tímida e abraça o caderno que está segurando.

—Você mora aqui?

—Sim. Eu me chamo Ivy. —Ela diz ainda me encanando agora um pouco surpresa. —Você é Anastásia Steele, não é?

—Sou sim. —Digo sentando-me ao eu lado. —Como você sabe?

—Você está brincando, não é? Você é simplesmente a melhor cantora do mundo.

—Ah, então você gosta da minha música? —Pergunto enquanto um sorriso se forma em meus lábios contra a minha vontade.

—Sim, mas eu fiquei triste quando você parou de cantar.

—É... acho que muitas pessoas ficaram.

—Você vai voltar, não vai? Muitas pessoas precisam de você, elas têm você como alguém muito importante. E sua música ajuda elas a continuarem.

—Você acha? —Pergunto sentindo uma pequena mistura de sentimentos.

—Sim. Seus fãs gostam muito de você, Srta. Steele.

—Eu não sei se ainda tenho fãs. —Murmuro perdida.

—Claro que tem. Um astro de verdade só morre quando o coração do último fã para de bater, e eu só tenho nove anos, acho que ainda tenho muito tempo de vida.

—Então você é minha fã? —Pergunto novamente sorri e Ivy ri.

—Sem dúvidas. —Ela diz sorrindo. —Eu tenho que ir. O papai não chegou ainda, e eu nem terminei meu dever.

—Você precisa de ajuda? —Pergunto sem pensar, apenas para ela ficar mais.

Eu quero que ela fique. Essa garotinha é a primeira que me faz ter uma conversa com mais de cinco minutos de duração em dois anos.

—Você me ajudaria? —Ivy pergunta surpresa.

—É claro que sim. —Murmuro. Ela sorri e me entrega seu caderno.

Pego o caderno de suas pequenas mãos e vejo que são só alguns deveres de matemáticas, não tão difíceis. Começo a explicar os exercícios e me divirto tanto com isso. Sorrisos absurdos me escapam quando Ivy começa a falar e contar sobre sua irmã mais velha adorar minhas músicas, e ficar cantando a noite inteira. Entre outras histórias, ela me faz muito bem, bem como há muito tempo eu não me sentia, e isso é tão incrível.

—Ah, meu Deus! —Ivy diz olhando no relógio de pulso. —Já são dez horas. Se o papai chegar e não me ver na cama eu vou levar uma bronca. Eu preciso ir.

Uma Nova Chance Para AmarOnde histórias criam vida. Descubra agora