Pedras do Mar

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Christian Grey

Paro ainda de boca aberta encarando a menininha de grandes olhos azuis. Ela está com as mãos atrás das costas, usa um vestidinho de bolinhas e sapatos vermelhos, e por mais engraçado que seja, sua roupa é uma pouco antiga, mas em bom estado.

A garotinha continua rindo e eu não sei explicar o que sinto, então quando pisco, ela não está mais lá. Um arrepio me percorre e eu olho em volta atordoado. Será que eu estou vendo coisas? Não... isso é loucura. Talvez...

—Papai?

Viro-me com a mão sobre o peito e me deparo com Phoebe. Ela me olha e começa a rir.

—Está tudo bem?

—Sim... —Murmuro confuso. —Pheebs, quem é a garotinha que mora aqui?

—Não tem garotinha. É só uma mulher, eu não a conheço.

—Mas... E a garota que a Ivy diz ser a amiga dela?

—A Ivy acha que Anastásia Steele mora aí, e que elas são melhores amigas. —Phoebe fala revirando os olhos.

—A cantora?

—Sim. Essa mesma. Bom, eu só vim avisar que você precisa trazer analgésicos para a Cassie.

—Ok... mais alguma coisa?

—Na verdade sim. Você pode me trazer algumas revistas e um fone novo?

—Claro.

—Obrigada papai. Tchau.

—Tchau querida. —Digo já me encaminhando para o elevador.

Quando chego ao mercado ainda estou atordoado com o que aconteceu mais cedo. Aquela garotinha... ela tem algo, e eu sei disso. Eu sei que já a vi, em algum lugar. Eu me lembro disso, mas não lembro aonde. E eu não entendo como ela pode sumir assim... a menos que ela fosse um fantasma, e eu não sou do tipo que acredita em fantasmas.

Ando pelos corredores do mercado e sinto uma vibração absurda, a mesma que senti quando, aparentemente, vi a garotinha na porta. Olho em volto pelo corredor e vejo algumas pessoas, mas uma me faz parar. É uma mulher, eu acho. Ela deve ter 1,68, por aí. Têm longos cabelos castanhos, pele branca como porcelana e curvas boneca. Fico atordoado novamente, mas não resolvo incomodar uma pessoa que nem conheço por causa das minhas lutas internas, apenas sigo para o lado oposto, e depois de comprar tudo que preciso, vou para a farmácia, e enfim para a casa.

Quando entro em casa me deparo com mamãe na sala com as meninas que estão ouvindo atentamente mais uma de suas histórias.

—Mãe? Você não avisou que vinha. —Direciono-me a mamãe e lhe cumprimento com um beijo.

—Eu sei querido, me desculpe, mas era coisa rápida. Eu queria lhe entregar isso. —Mamãe fala me entregando um papel pardo grosso. —Eu estava organizando seu quarto antigo, e achei essas fotos na gaveta, achei que você poderia querer ficar com elas.

—Ah, obrigada. Eu vou ver depois. —Falo colocando o papel de lado e sento-me junto com mamãe e as meninas. —Você nunca consegue fazer uma visita rápida.

—É. —Mamãe confessa olhando as meninas que sorriem.

—Quem quer me ajudar com o bolo? —Phoebe pergunta e as gêmeas, Cassie e Ivy, levantam sorrindo. —Vovó, não vá embora antes do bolo.

—Pode deixar. —Mamãe diz sorrindo. —Então, como vão as coisas?

—Bem. —Sussurro sorrindo e aconchego Allyson e Jennifer nos meus braços.

Uma Nova Chance Para AmarOnde histórias criam vida. Descubra agora