Você já ouviu falar na palavra Storytelling? Em inglês esse termo quer dizer "o ato de contar histórias". Hoje em dia se você buscar no Google, vai ver que esse tema está muito relacionado à área de marketing. É porque as maiores empresas do mundo já adotaram essa técnica em suas campanhas, contando histórias como estratégia para cativar o público.
O ato de contar histórias é uma prática que surgiu na pré-história, quando nossos antepassados se reuniam em volta da fogueira, muito antes da invenção da escrita. É da natureza do ser humano gostar de histórias e dependemos delas para criar e manter conexões com outras pessoas. Temos a capacidade de sentir empatia por uma pessoa que acabamos de conhecer, apenas por ter escutado sua história de vida. O Wattpad é um exemplo real disso. Quantas histórias aqui já comoveram milhares de leitores, tornando-os seguidores ávidos por um novo capítulo, uma continuação da história.
Histórias estão presentes em todos os lugares, não só na literatura, teatro, cinema ou televisão. Todo mundo tem uma para contar, seja o resumo da sua vida, o que fizeram no final de semana passado ou uma experiência chocante que poucos tiveram a chance de viver. Por mais incrível que ela seja na cabeça de alguém, a forma que ela conta essa sequência de acontecimentos é que torna a narrativa interessante.
Você já viu algum filme que tinha uma história emocionante, mas que falhou em alguns aspectos básicos como o ritmo das cenas (era lento demais), os diálogos dos personagens (eram vazios e sem sentido), a atuação do elenco (não se expressavam bem), o final decepcionante (acabou óbvio demais) e por aí vai. No caso dos filmes, existe uma estrutura de recursos (humanos, financeiros, artísticos, de pesquisa) muito maior que um livro desenvolvido por um escritor. E mesmo assim há um monte de falhas que podemos identificar sem ser um crítico de cinema. Por isso, minha primeira dica é: leia muito, veja muitos filmes, séries e histórias em geral – saiba ler/ouvir/assistir uma história e identificar os elementos que a tornam genial.
Outra dica valiosa vem da frase de Alfred Hitchcock que disse que uma "história é a realidade sem as partes chatas". Mesmo que ele esteja falando de histórias para o cinema, acho isso muito válido para a narrativa escrita. Às vezes você pode ter escrito vários capítulos contando a história de como o seu personagem acordou, foi trabalhar, discutiu com o chefe, voltou para casa, tomou um vinho, foi dormir, no dia seguinte acordou de novo... Faz parte do seu trabalho como escritor pensar na sequência de eventos que levou seu personagem até aquele momento – mas não precisa necessariamente estar publicado no livro. É cansativo ler mais do mesmo. Você quer mostrar os hábitos do seu personagem? Então insira essas informações dentro de uma cena que realmente acontece alguma coisa crucial para história. Mesmo que esse acontecimento seja internamente, na cabeça do personagem. Falaremos mais sobre isso adiante.
A questão aqui é como, em uma comunidade de milhões de pessoas que se reúnem para ler e contar histórias, podemos nos destacar e conseguir atenção de uma parte desses leitores? Existem várias estratégias de divulgação que podem ser adotadas para fazer essas pessoas lerem um capítulo da sua história. Mas como fazer esse leitor, que caiu de paraquedas no seu livro, ter aquela sensação que só vai conseguir parar de ler quando acabarem os capítulos da sua história?
É disso que vamos falar aqui. Sobre os ingredientes básicos e os temperos especiais que todo storyteller precisa para fazer seus leitores irem dormir com a sua história na cabeça.
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Storytelling - A Arte de Contar Histórias
Phi Hư CấuPassei 10 anos da minha vida em busca da história perfeita. Durante esse tempo li diversos livros, artigos na internet, fiz cursos e escrevi milhares de rascunhos das minhas histórias. Eu sempre achava que não estava pronta pra publicar o meu livro...