Capítulo 5

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Como prometido...

Apreciem com moderação!

[...]

Ele me encarava com aqueles sorriso cínico no rosto e vontade de socar a cara dele era enorme. O padre Yixing ainda se mantinha na minha frente e achei aquilo muito bonito de sua parte, me proteger daquele escroto.
__ O que você quer, Constantino? _perguntei ríspida.
__ Sempre com a língua ferina, não é S/N?! _sorriu ainda encima do seu cavalo.
__ Não perguntei se tenho a língua ferina, perguntei o que quer aqui?! _fui curta e grossa, porque com aquele indivíduo não se podia prozear.
__ Você sabe, ouvi sobre a quermesse e quis vim me divertir, porque Ponta Redonda é meu lar também. _fechei as mãos em punho.
__ Te conheço o suficiente para saber que só veio para fazer confusão. _ele deu uma risada, então o padre se virou para mim com o cenho franzido.

Bem, Constantino assim como José Miguel fez parte da minha infância/adolescência e como o outro, adorava me importunar com gracejos e cortejos que eu simplesmente repudiava com todas as forças.

Por fim das contas, Constantino largou o colégio e se juntou aos temidos cangaceiros, mas sempre aparecia como uma assombração para me atormentar. Nessas suas aparições, uma delas foi a invasão do convento.

Sem dó ou piedade, eles invadiram um santuário sagrado, saquearam e... e... e... e estupraram algumas freiras, dentre elas minha amiga Dináh. Constantino estava disposto a fazer o mesmo comigo, mas o mesmo chicote que me castigava todas as noites, foi o mesmo que lhe marcou pelo resto da vida.
__ Eu ainda não esqueci, sabia?! _apontou para a cicatriz em seu rosto.
__ E não era pra esquecer mesmo! _respondi. __ Aquele que profana o solo sagrado, precisa ser punido, para que aprenda que não se pode mexer com os filhos do Senhor.

Minha nossa!!! Pareço minha mãe, agora.

__ O que foi? Dináh gostou muito do nosso carinho! _sorriu diabolicamente, então cerrei os punhos.
__ ORA SEU... _avancei contra Constantino, mas o padre Yixing me impediu.
__ Sempre valentona, não é S/N? Mas estou aqui disposto a pegar o que é meu, porque quando quero uma coisa, eu tomo. _Constantino avançou com seu cavalo na escadaria da igreja, enquanto eu e o padre andávamos para trás.

Aquela seria uma causa perdida, porque Constantino não temia nada e não se importava em fazer mal a alguém em solo sagrado. Logo ele desceu de sua montaria tirando o revólver da cintura.

Enquanto isso, padre Yixing ainda se mantinha na minha frente como um escudo humano. De repente Constantino apontou sua arma na cabeça do santo padre para que ele saísse da frente, mas o clérigo não se moveu do lugar.

Quando fiz menção de entrar na frente para que ele não se machucasse, o padre Zhang foi mais rápido. Com um único golpe de artes marciais, ele conseguiu tirar a arma das mãos do cangaceiro e quando menos esperei, Constantino rolou escadaria à baixo, logo perdendo a consciência.

A polícia apareceu em seguida, mas os outros cangaceiros conseguiram escapar levando seu líder junto. Olhei para o padre que tinha a respiração descompassada e os punhos fechados com força, deixando os nós dos dedos brancos.
__ O senhor está bem? _perguntei preocupada, então ele se virou me encarando.
__ E você? _sua voz suave em tom de preocupação fazia meus nervos relaxarem.
__ Sim! _assenti.
__ Vá descansar um pouco, eu vou resolver essa bagunça. _disse isso e se virou para descer as escadas, mas por impulso segurei seu braço.
__ Tem certeza que está bem? _ele se virou para mim e sorriu pequeno.
__ Estou bem, sim! Vá descansar! _delicadamente ele tirou minha mão do seu pulso e desceu.

Aquela noite foi sem dúvida a mais estranha e louca da minha vida, pois nunca imaginei ser protegida fisicamente pelo padre. Voltei para meus aposentos e caí de cara na cama, para logo dormir como pedra, porque aquela semana prometia muitas coisas.

Padre_ Série: Desejo Profano Livro 1(Zhang Yixing) (DEGUSTAÇÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora