XXVII

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Rikari ficou um tempo ali, decidindo se o que faria, era certo ou não. Ela respirou e suspirou algumas vezes até criar coragem de bater naquela porta.  Assim que apertou a campainha daquela casa de esquina, ficou algum tempo esperando.  Até achou que não havia ninguém em casa pela demora, então assim que virou as costas para ir embora, a porta se abriu em um rompante.

Nato estava ali, bonito como sempre. Apenas enrolado em uma toalha, enquanto seu peito que estava desnudo escorria pequenas gotinhas de água que desciam tecendo um caminho em sua pele do qual a mesma não conseguia desviar a atenção. Rikari prendeu a respiração. Como a mesma sentia falta daquele homem.

O mesmo ao perceber que era a mesma sorriu. Um sorriso sincero sem sarcasmos ou até mesmo malicioso. Era incrível como que Nato mudava ao ficar do seu lado. Não haviam máscaras. Apenas os dois com uma pele esposta de defeitos e sentimentos.

Ele abriu espaço para que a mesma passasse, e ela reparou no ambiente que ele morava no momento, até chegou a estranhar. Nada alí fazia a cara do Nato. O lugar era simples demais. Não havia o luxo do qual ele estava acostumado a viver. Porém era confortável.

Nato sumiu entre os corredores por alguns minutos e logo voltou vestido. Usava uma bermuda cinza, e uma camisa azul bebê. Simplesmente lindo.

Rikari limpou a garganta e disse:

— Precisamos conversar...

— Eu sei. — disse ele simplesmente. — Faz meses que eu estou tentando conversar com você...Mas por algum motivo que eu não sei, você sumiu, não deu mais notícias.  Aí eu venho pra vila da folha.. e você está aqui... com Sakura.

— você me traiu. — ela falou entre dentes. — Como queria que eu reagisse?

— eu não sabia que você havia se apaixonado por mim! — ele se defendeu. Nato se ajoelhou aos pés de Rikari. — Rikari! Lembra que nós fizemos um acordo naquela noite que você apareceu em nosso esconderijo? Você disse pra mim bem assim: "que fique bem claro que é apenas um casamento arranjado. Para que nós dois possamos alcançar os nossos objetivos, e nada mais. Depois de um ano, o cantrato acaba, e cada um vai para um lado."

Rikari sentiu os olhos lacrimejarem. Aquilo era verdade. A culpa não havia sido toda dele. Ele continuou:

— depois disso nós nos casamos, morávamos de baixo do mesmo teto e dormíamos na mesma cama, mas não fazíamos nada. Eu continuei vivendo a minha vida e você a sua. Pois era o combinado! Eu apenas aproveitei aquilo que eu nunca pude ter. Mulheres! — ele despejou com nojo de suas próprias palavras. — e você sabe que eu não fui o único. Todos da vila da lua fizeram o mesmo. Todos os homens. Chega até ser engraçado, mas a verdade era que nos parecíamos um monte de cachorrinhos no cio. E eu não sabia o que era amor... Eu nunca tinha me apaixonado antes. Isso nunca havia feito parte do meu dicionário. Eu apenas sabia que você não era como algumas mulheres da vila da grama. sabia que não podia tocar em você. E isso te fazia especial pra mim, porque eu sabia que devia respeito a você.

Aí, alguns meses depois, passamos a fazer algumas refeições juntos. E depois conversávamos e até ríamos de assuntos bobos. Então teve uma noite que acabamos nos beijando, e eu a levei para o quarto. Depois disso tiveram mais algumas, e eu estava me apaixonando por você. E então você me disse aquilo... e aquilo realmente me magoou Rikari.. você começou a agir de forma estranha... e.. então eu estava puto, e assim que você saiu eu chamei aquela moça.. mas posso te garantir que nem prazer senti em fazer aquelas coisas. Ela não significava nada pra mim.. e depois disso você sumiu. E o pior, eu não sabia o motivo. E se pelo menos você tivesse entrado naquele quarto e me batido ou me xingado, eu não teria passado por tudo o que passei.

Rikari fechou a expressão e estava pronta para abrir  a boca.

— espere! Não estou dizendo que eu não teria sofrido se você ficasse. Eu te trai! Mesmo nós, vivendo sobre o mesmo teto com um casamento arranjado, e do qual eu não sabia sobre os seus sentimentos, eu sabia que estava errado... então.. a única coisa que eu tenho pra te dizer.. é que... eu te amo Rikari! E eu espero que você me perdoe algum dia. Você não precisa continuar comigo, mas vou me certificar de que você terá um futuro brilhante pela frente..

— Eu sei! — gritou ela — eu sei de tudo isso. Que você se arrependeu e que nós estávamos casados por interesse de ambas as partes.. mas eu me apaixonei por você! Porém todo dia eu ouvia cochichos nas minhas costas sobre as galhadas que você supostamente me dava! E eu sabia de todas elas, mas para as pessoas de fora, nós realmente éramos um casal! E que nós nos amávamos!

Mas elas viam que não era bem assim. Você me "traia", todos os dias sem que eu soubesse, e elas me chamavam de coisas horrorosas, e se perguntavam que tipo de mulher eu era para aceitar tudo aquilo! Você não estava na minha pele! Por isso eu te disse aquelas coisas! Aí, em vez de você tentar me entender e descobrir o que estava errado, eu te peguei com aquela vaca na minha cama! Na "nossa" cama. Então eu resolvi ir embora, e antes de eu ir embora...

Rikari parou de soluçar, respirou bem fundo e disse:

— Eu descobri que estava grávida. E o perdi logo em seguida Takahashi Nato. E foi por SUA culpa!

Nato a olhou estupefato. Grávida...? Ele levantou do chão que ainda estava ajoelhado, e seguiu para o quarto cambaleante.

— Nato? Espera!

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Oie! Hahaha Sumi de volta né? Mas eu vim aqui hoje trazer mais um capítulo pra vocês, e avisar que a história finalmente vai ter um fim sksks. Desculpa pela demora! Juro que não foi por querer!

Durante essa semana, vou tentar postar um capítulo por dia. Eu gostaria de colocar todos de uma vez, mais não terminei os dois últimos, e tenho medo de ficar sem criatividade, e demorar mais meio século pra postar...

Então paciência tabom? Amo vocês ❣️😘

Três Anos Depois (Sasusaku) Onde histórias criam vida. Descubra agora