9 - De volta onde tudo começou

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Sinceramente eu não acreditei quando as coisas chegaram até esse ponto. Eu podia amá-lo com todas a minhas forças, mas eu não continuaria naquela merda de vida que todos que sempre quiseram o meu bem me chamaram a atenção, mas eu sempre fui burra em acreditar que ele mudaria e que tudo mudaria, porque era assim que ele queria que eu pensasse.

Agora eles falavam em tirar o meu filho de mim, como assim? O Dreux não era louco de tentar fazer isso comigo.

Procurei por empregos e não fui bem sucedida, podia até ter diploma, mas experiência que era bom eu não tinha. Meu orgulho falava tão alto que nem o dinheiro dos cartões eu queria saber de usar mais. Eu havia decidido que agora seria tudo por minha conta, o Drew podia até receber coisas vindas do Dreux, ele era pai e não fazia mais do que a sua obrigação, mas eu era a mãe e se não fizesse alguma coisa com a maior urgência para colocar algo na mesa podia até perder a guarda do meu menino e isso era algo que eu não queria e não aceitaria nunca, sem contar que a Sabrina não trabalhava e a minha mãe também, então sempre fui a única fonte de rendimento para a minha família através do Dreux.

Eu precisava fazer alguma coisa, não só por todos eles, mas por mim também.

Os dias estavam a passar mais rápido, as chamadas do Dreux eram constantes e com isso as ameaças de tirarem o Drew de mim. Eu estava louca, completamente desesperada. Não pensei duas vezes quando entrei naquele clube luxuoso, eu estava disposta a tudo naquele momento, minha dignidade estava abalada, mas se fosse para não passar fome e manter o meu filho perto de mim eu faria o que fosse.

— Tem certeza que quer fazer isso? - A mulher a minha frente perguntou, havia notado o meu nervosismo. — Não me parece que tenha muita experiência com isso, melhor procurar outra coisa.

— Eu tenho muita experiência com isso, não vai se arrepender. - Tento passar alguma confiança para a mulher que me encara desconfiada por alguns minutos antes de falar qualquer coisa. Era como se ela estivesse a checar-me por completo. Era um olhar invasivo, mas eu teria de suportar aquilo se quisesse que ela me desse aquela vaga.

— Começa hoje, mas está em fase de teste, se gostarem de você, você fica. Tudo bem assim? - A mulher finalmente diz alguma coisa.

— Claro, muito obrigada! - Agradeço a mulher.

"De volta onde tudo começou, não é Amber?"

Penso depois de sair do lugar.

Era a minha última opção, mas se fosse para não passar fome então era a opção de sobrevivência. Nunca deixaria que arrancassem o meu pequeno de mim, nem em pensamentos.

O caminho para casa foi longo, os pensamentos me consumiam. Como iria falar para a minha mãe ou para o meu filho que tipo de emprego havia arranjado, talvez minha mãe entendesse, mas e o Drew, como chegaria para ele e explicaria tal emprego? Talvez quando ele crescesse entendesse, mas agora, não sabia como encaixar aquilo na cabeça dele.

Apanhei o Drew no colégio e deixei-lhe no treino, mais tarde a Sabrina iria buscá-lo, já que eu precisaria estar no meu emprego um pouco mais cedo para organizar-me e para ser instruída.

Graças a Deus minha mãe não me perguntou e nem falou nada. O Drew também foi um amor pelo caminho e só me contou das coisas que fez no colégio e que no treino eles estavam a preparar-se para um campeonato que haveria. Isso desviou-lhe das perguntas importantes que ele sempre fazia como, quando voltaríamos para a nossa casa? Porquê que eu não falava mais com o pai dele? Porquê que eu estava sempre a chorar e por aí vai, era o prato do dia.

Eu estava de frente ao espelho, só conseguia ver o meu rosto a refletir no mesmo. Minha maquilhagem chamativa, minha lingerie preta com pedras brilhantes, lábios vermelhos, cabelo solto e a máscara preta.

Why Did I Marry With A Rapper?Onde histórias criam vida. Descubra agora