Revelações

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Depois de meia hora de filme não conseguia mais olhar. Ele estava totalmente fixado na tv. Eu me aconcheguei no colo dele.
- Tá gostando?
- Uhum.- Falo com desdém, e faço um carinho no pescoço dele. Acaricio com o meu nariz, depois dou beijinhos. Ele coloca a mão no meu queixo pra erguer meu rosto. Quando olho pra ele, ele tá sério.
- Não vai desembuchar o que queria me falar?
Sou pega de surpresa, e começo a ficar nervosa.
- Ahh.. então- eu falo coçando a nuca e dando um sorrisinho falso. -Eu te amo.- Falo séria de uma vez por todas
Ele ri, e isso me incomoda. Como ele pode depois dessa confissão?
- Falamos isso um para o outro desde quando éramos crianças.
- Marck, acho que tu não me entendeu. Não tô falando de amizade ou irmandade.
Ele se afoga com a pipoca, e começa a tossir freneticamente, saio correndo pra buscar um copo de água enquanto ele se afoga na sala. Depois do escândalo, tornamos a ficar sérios.
- Jazz eu realmente nunca esperei isso de você..
-Quer dizer que não me quer?- Falo entre lágrimas
- Não é isso anjo, quer dizer.. acho que a gente pode ser muito felizes, ter uma casa, uma família até um sítio se tu quiser.
Dou risadas vendo ele corar e gaguejar.
- Eu quero tudo com você- Olho pra ele profundamente. Beijo ele devagar, da maneira em que o tempo anda. Ele devolve o beijo. Cada vez mais quente, mais rápido. Ele passa a mão no meu pescoço, descendo para os meus seios. E desce até a minha virilha. Eu subo em cima dele e pela primeira vez na vida eu faço amor. Com alguém que eu amo. Dormimos juntos no sofá após alguns minutos.

      Uma semana se passou e estávamos arrumando as malas pra voltar pra cidade. Enchemos a traseira da Hilux, fizemos lanches para levar na viagem e enviesamos durante a viagem. As aulas logo começariam novamente e esperávamos que a gente pegasse na mesma sala como todos os anos. No meio da viagem Marck precisou fazer uma pausa pra ir buscar nosso almoço num restaurante na beira da estrada. O lugar não tinha cara de ser limpo, mas era o único que tínhamos visto depois de duas horas viajando. Ele demorou bastante, então desci do carro e fui atrás dele. Quando entro la dentro dou de cara com um mini palco, com duas strippers dançando em volta de uma barra comprida de ferro. Olho para os lados mas ta escuro la dentro embora seja meio dia praticamente. Uma musica cafona toca ao fundo enquanto luzes coloridas correm por toda a extensão do lugar. Vários homens e mulheres rindo em volta do palco, conversando, bebendo, outros apreciando o show das prostitutas mas nada de Marck. Começo a ficar nervosa, mas principalmente quando vejo ele sair do banheiro arrumando a camisa e logo atrás dele uma loira siliconada com roupas extremamente curtas. Não posso acreditar no que to vendo. Eles não conversam mas ela não tira os olhos dele. Meu sangue ferve com a situação. no meio da escuridão ele não me nota mas eu consigo vê-lo perfeitamente. A loira chega perto dele e começa a rir. Ele faz sinal que não com a cabeça em resposta a alguma coisa que ela falou pra ele. Ele se vira para o homem do balcão e pergunta algumas coisas pra ele, logo em seguida ele anota alguma coisa rápida num papel que retira do bolso do avental e entrega a Marck. Ele compra duas garrafas de agua e se despede do balconista, mas é barrado pela loira novamente. Não posso aceitar isso, ele parece irritado com ela, claramente ta dispensando ela, mas então ela tira a blusa e fica com os seios para fora. Corro atrás deles.

-Que porra é essa?- grito empurrando ela de cima dele

-Ta loca menina?- Ela fala fazendo cara de brava e balançando os cabelos

-Jazz não é o que tu ta pensando!- Marck se apressa em dizer

-Me espera no carro- falo pra ele

- Ele não vai sair daqui ate experimentar uma mulher de verdade- ela fala olhando pra ele quase gemendo.

Fecho minha mão e estoro na cara dela fazendo ela cair pra trás. Uma turma já começa a se juntar a nossa volta. Marck me segura firme pelo braço e me leva pra fora quando a prostituta começa a levantar. saímos para fora e quase fico cega pela luz forte do sol. Minhas pernas estão bambas, e meus olhos começam a lacrimejar, logo as lagrimas de raiva escorrem pelo meu rosto. Entramos no carro enquanto eu falo tudo oque é praga que eu conheço dirigindo aquele lugar.

-Ta tudo bem?- Ele me pergunta

- Sim, vamos sair daqui logo.

- Só quero deixar claro que nunca imaginei que aquilo fosse uma boate meia boca no lugar de um restaurante, e sei que daqui a 7km tem um bom restaurante.

- To ate sem fome

- Ate chegarmos lá tu vai estar com fome de novo- ele fala dando um sorrisinho e em seguida acrescenta- confia em mim amor eu só fui ao banheiro e aquela puta começou a me seguir.

-Eu confio, agora vamos logo.

Chegamos no restaurante, dessa vez num restaurante de verdade. O restaurante é mexicano, e então pedimos 3 tacos e 1 garrafa de refrigerante pra levar. Almoçamos dentro carro ouvindo I Ain't no nice guy. Logo, pegamos a estrada novamente, dessa vez eu dirigindo.

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