Capítulo 1

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Henrique...

Parece que todo o mundo está caindo na cabeça do meu irmão, minha cunhada descobriu sobre a minha sobrinha Lavínia, e acabou entrando em trabalho de parto.

-Amora você já sabe o que aconteceu?

-O Thiago teve que entrar, a Melinda teve uma hemorragia.

Todos estávamos em seu consultório aflitos, depois de algumas horas o meu irmão aparece abatido, graças a Deus os meus sobrinhos estão perfeitamente bem.

-Gente eu vou pra casa, depois eu volto para ver os meus sobrinhos, vai que um deles nasce com a beleza do titio aqui!

-Pode falar Júnior, você deixou ele cair quando bebê né? A gente aguenta a verdade.

-Idiota.

Depois de sair do hospital, eu vou direto pro morro.

-Fala Henrique, os moleque nasceu?

-Sim, tá tudo suave, e aqui como é que tá?

-Tem um vey aí devendo uma grana alta!

-Vamo lá na casa dele então.

Nos fomos até a casa e batemos palma, o que é? Eu sou um traficante mas tenho educação, minha mãe ressuscitaria só pra da uns tapas se eu entrasse sem avisar.

-Oi!

Uma moça de olhos negros como a escuridão nos atendeu.

-Seu Arnaldo tá ai?

-Ta sim, podem entrar!

Ela foi na frente e eu olhei o seu corpo, ela é perfeita, mais tem um olhar tão sofrido.

-O que vocês querem aqui?

O velho já levantou achando que tem moral.

-Você tá me devendo Arnaldo, eu vim cobrar a minha dívida.

A moça olha para o homem e chora.

-Para com isso Pilar, larga de ser irritante!

-Mas pai...

-CALA A BOCA PORRA.

Eu fiquei encarando a menina que se encolheu quando o pai gritou.

-Eu vendo ela!

-O que?

Eu e ela dissemos ao mesmo tempo.

-Eu vi que você gostou dela, ela é uma mulher gostosa, bonita, você pode usar com sua prostituta!

Senti nojo dele falar daquele jeito da filha e acho que ela também, porque ela ficou branca e se segurou na parede.

-Só tem esse problema, vive doente! Mais faz tudo dentro de casa.

-Pilar?

Ela me olha assustada e eu fiquei com pena.

-Guto pega as coisas da menina, e você vem comigo.

Ela começa a chorar desesperadamente, e gritar, eu a jogo nas costas e a coloco no carro.

-Pelo amor de Deus moço, eu sou muito doente, eu não posso...

-Calma Pilar eu não vou te fazer mal, só quero te ajudar, lá em casa a gente conversa.

Ela passou o pequeno trajeto em silêncio, quando nós paramos na minha casa eu a ajudei a descer do carro.

-Onde está a sua mãe Pilar?

-Ela morreu tem um tempo.

-Eu sinto muito, mas porque você nunca foi embora e deixou o seu pai sozinho?

-Porque ele é a única família que me resta!

Fiquei sem palavras, mas eu tenho que dar um jeito de ajudar ela.

-Vamos fazer assim, por enquanto você mora aqui em casa, eu tô precisando mesmo de alguém aqui, depois a gente ver o que faz, pode ser assim?

-Sim, eu vou ajudar no que for possível, só tenho o que te avisar dos meus problemas de saúde.

-Como assim problemas? Com "S" no final.

-Eu tenho crise alérgicas a amendoim, pimenta do reino, abelha, e maçã, também tenho asma muito forte, quando entro em pânico ela ataca de uma vez, eu chego a desmaiar, mas é só aplicar o remédio e eu volto ao normal.

-Minha cunhada também tem, mas a dela não é tão séria assim, você tem os remédios? Caso você passe mal.

-Não! Meu pai parou de comprar tem um tempo, ele disse que era muito dinheiro pra gasta com remédio, e que ele tinha outras prioridades para aquele dinheiro.

-Droga!

-Sim

...

07-Apreendendo A SuperarOnde histórias criam vida. Descubra agora