Me pergunto quando passei a escrever cartas que nunca enviei e nunca enviarei. São cartas sem destinatário, para um desconhecido que nunca ao menos existiu. Isso faz algum sentido? Acredito que não, mas não me importa. Não é pra fazer. Essa coisa de sentido é pura besteira.
Sinto que a pessoa das cartas é minha melhor amiga. Nunca me respondeu, entretanto faz com que eu me lembre de nunca sonhar cinza. É essa pessoa que colore meus céus, que me faz amar a monotonia de minha vida. Se não fosse por ela, andaria de cabeça baixa e o chão seria a única visão conhecida por mim. A única que me importaria.
Se isso é um relacionamento platônico? Acredito que sim. Talvez. Não sei dizer com certeza. Não vejo a possibilidade de uma pessoa que não existe me amar de volta, porém, se aquela a quem escrevo todos os meus sentimentos fosse real, não me importaria de ser correspondida. Meu amor não mudaria. Esse é o amor ideal, certo? Que permanece o mesmo não importa o que aconteça.
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Jogo de Cartas
Novela JuvenilLucia não era uma pessoa introvertida ou tímida, era uma pessoa solitária. Mesmo que tivesse tantos amigos, nunca se sentiu confortável para ser ela mesma e, por isso, passou a encontrar conforto escrevendo cartas. Para quem? Bem, nem ela sabe. Nunc...