Entre irmãs - Parte 1

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Oii pessoas


Lizzie

Encaro a mochila com as roupas que irei levar para o fim de semana na casa dos meus pais, talvez ainda dê tempo de desistir de comparecer a esse jantar. Eu e minha irmãs juntas no seu jantar de noivo, não parece ser uma boa ideia, na realidade parece uma péssima.

- Qual o problema, diva?

Olho para meu amigo que acaba de entrar no meu quarto. Suspiro.

- Todos.

- Eita que o negócio é sério.

- Se é sério nem vou entrar.

Elle diz já dentro do meu quarto. Os dois sentam na minha cama, puxo minha cadeira de rodinhas da escrivaninha sento de frente para os dois.

- Qual é o problema?

Elle pergunta.

- Minha irmã e eu não somos o que digamos amigas. Não nos entendemos.

Conto a ela, José já sabe da história.

- Por quê?

Decido contar toda a história, quem sabe falar do assunto não faz com que tenha alguma ideia de como enfrentar o fim de semana sem querer matar alguém ou até mesmo me matar.

- Eu sempre fui mais próxima do meu pai e do meu irmão mesmo a nossa diferença de idade sendo maior. Melinda é apenas dois anos mais nova que eu, meu irmão é quatro anos mais velho. Minha mãe é uma pessoa que acredita nos deveres das mulheres e homens, eu nunca deveria ter estudado fora e escolhido minha carreira como prioridade. Eu nunca fui o que minha mãe esperava de mim, ao contrário de Melinda. Melinda é uma cópia da minha mãe, também acredita que eu fiz uma escolha errada. Sempre achou. Em uma das tentativas de me fazer enxergar qual era o meu lugar acabou machucando o rosto. Tem uma cicatriz no rosto. Ela me culpa, culpa por ter a deixado feia, por não ter se casado antes. Ela me responsabiliza pelo fracasso da vida dela.

As lembranças daquele fatídico dia permeiam a minha mente.

- Como aconteceu?

- Mamãe e ela fizeram um curso de culinária. Uma mulher deve saber cozinhar, eu não fiz o curso. Não sabia cozinhar, um dia Melinda insistiu que deveria me ensinar, iria gostar, seria ótimo para quando casasse. Eu não queria, não gostava de cozinhar e muito menos pensava em casar. Ela insistiu, minha mãe brigou comigo, eu cedi. Não tinha talento, ela ficou com raiva e acabou jogando as batatas no óleo muito quente, respingou no rosto dela. Estava muito quente. Segundo ela esqueceu do óleo por minha culpa, jogou as batatas com força, porque eu a estressei, eu estava de mal vontade e atraí a desgraça.

Não queria, não foi minha intenção. Nunca desejei mal a minha irmã. Os dois estão quietos, uma raridade conseguir deixá-los em silêncio.

-Não foi sua culpa, diva.

Sorrio fracamente.

-Eu sei.

Por muito tempo acreditei nela, eu me culpei. Quando Rodrigo falou que sentia culpa pelo que aconteceu com Maria, eu o entendi perfeitamente, por muito tempo eu me culpava pelo que tinha acontecido com Melinda. Foi um longo tempo até entender que foi um acidente causado por sua intolerância com pessoas com pensamentos diferentes do seu.

- Sabe o que é pior? Ela quer que vá apenas para tripudiar de mim. Adora me humilhar.

- Você deve colocar ela no lugar dela.

Elle diz como se fosse óbvio.

- Você é má, Elle.

- Sou prática, José. E justa é claro.

Rodrigo ir comigo iria deixar minha irmã maluca já posso prever suas acusações. Talvez Elle esteja certa e chegou a hora de ter uma conversa definitiva com Melinda.

-Como senhora vidente não sabia dessa história?

José provoca Elle. Mudando de assunto.

- Eu sei, mas sei que Lizzie precisava desabafar. Eu sinto as necessidades da minha protegida.

Pisca para mim.

-Você é uma bruxa, Elle.

Olha para mim indignada.

- Sou um anjo, não ouse me ofender.

Eu e José começamos rir do seu drama. Só esses dois para me fazer rir hoje.

- Qual seu problema, maluca?

Digo entre risos.

- Eu realmente sou um anjo.

Ela repete tanto que até estou começando a acreditar.

─ Tá bom, anja.

Meu celular apita, Rodrigo chegou e está me esperando. Olho para o horário e são exatamente três horas, pontual. Marcamos que passaria para me buscar ás três horas da tarde. Chegaremos a tempo de um banho, se arrumar e estar prontos para o jantar. Eu e eles saímos duas vezes durante a semana, um almoço e um jantar que acabou na sua casa. Gosto do que estamos construindo. O tempo que passamos juntos parece mágico.

- Tchau babys.

Beijo a bochecha de José.

- Boa sorte, diva.

Faço o mesmo com Elle, faz uma careta, reviro meus olhos para ela.

- Lembre se colocar ela no devido lugar.

Pisca para mim, sorrio. Pego minha mochila, jogo um beijinho para os dois e saio do carro. Rodrigo está me esperando no carro. Estou ansiosa, desço o mais rápido possível. Seu carro está estacionado do outro lado da rua, sorrio caminho até o outro lado. Entro no carro.

-Boa tarde.

Ele se aproxima, beija me rapidamente.

- Boa tarde, gatinha.

O observo.

- Você está bem bonitinho com esse óculos.

Ele ri. Usa um óculos daqueles que o povo chama de estilo aviador, está ainda mais gostoso.

- Eu sou linda, gata.

Jogo minha mochila nos bancos traseiros.

-E modesto.

Ele sorri para mim.

-Hora de pegar a estrada, gatinha

Começa a dirigir, uma viagem rogada de risadas e de sertanejo. Eu e ele cantamos muito mal, o que nos causa ainda mais risadas. Duas horas depois estamos na frente da casa dos meus pais. Uma casa grande de dois andares com um jardim gigante. Não tem como escapar chegou a hora de encarar minha família.


~❤️~

Olá, galera!

Repostando esse livro e aqui vai algumas observações:

1 - Eu escrevi esse livro há um tempo, então está repleto de erros e juro que a minha escrita evolui

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