1997
O dia amanheceu lindamente na pequena tribo entre as serras do sertão nordestino. O Cacique, que era um velho Jaguar de cabelos negros e físico forte, estava feliz, pois sua única filha, uma jovem Jaguar que aparentava ter uns 20 anos, e longos cabelos pretos, que havia concluído os estudos fora da tribo, tinha voltado havia alguns meses, e naquela manhã, ela deu uma notícia: Ela estava grávida, de outro índio da tribo, que havia ido estudar com ela.
Cacique: Mas que coisa boa, Jaci! A infância do garoto vai ser muito boa aqui na tribo.
Jaci: Então... Eu tenho que dizer uma coisa. Eu e o Ubiratã vamos nos mudar pra cidade grande.
Cacique: O que?!
Jaci: Eu e ele concordamos que lá é um ambiente bem melhor para o crescimento de nosso futuro filho.
Cacique: O Ubiratã é um idiota! Ele sempre foi assim! Sempre sonhou em sair da tribo! Mas você! Minha filha! Você vai ficar! E o meu neto vai crescer aqui!
Jaci: Já fiz a minha escolha. O Ubiratã tem uma ótima idéia pra um empreendimento, e isso é o que vai dar uma vida boa pro nosso filho.
Cacique: Do que você está falando? Você é uma filha, e tem que me obedecer!
Jaci: Já tenho idade pra ser independente, e lá fora, as mulheres tem voz.
O Cacique olhou sua filha de cima a baixo. Ela estava usando uma blusa roxa e calça comprida.
Cacique: Já percebi que foi uma péssima escolha te mandar pra estudar fora!
Jaci: Ah, francamente pai! O senhor tem que se modernizar!
Cacique: Você vai ficar aqui! E vamos conversar melhor mais tarde. Tenho coisas pra fazer agora.
Eles escutaram uma buzina de carro.
Jaci: Não tenho tempo. Já estamos partindo.
E ela vai, com uma mochila nas costas, para dentro do carro, onde um Jaguar, que aparentava ter a mesma idade que ela, a esperava.
Cacique: Ei! Espere!
Mas já era tarde demais, Jaci já havia fechado a porta, e Ubiratã deu a partida, deixando o Cacique comendo poeira.
Cacique: Isso não vai ficar assim!
Ele grita, mas o casal já havia saído da tribo.
O Cacique volta a andar, pisando forte. Ele estava enfurecido.Cacique: Pajé!
Um velho Jaguar bem magro responde.
Pajé: S-sim?
Cacique: Me encontre nos meus aposentos daqui a pouco, e traga aquele livro antigo!
Pajé: Certo!
E poucos minutos depois, o Pajé chegou na casa do Cacique, que se encontrava sentado no chão.
Cacique: Sente-se aqui comigo. Trouxe o livro?
O Pajé se sentou, encarando o Cacique.
Pajé: Sim, mas o que você quer fazer?.
Cacique: Quero punir minha filha pela ignorância dela. Me passe logo o livro.
Ele entregou ao Cacique um velho livro bem desgastado. O mesmo o folheou por um bom tempo, até que o Pajé perguntou:
Pajé: Que tipo de castigo você está procurando?
Cacique: Minha filha quer uma vida moderna, né? Pois vai ganhar algo bem primitivo... Achei! A Fera de olhos alaranjados!
O Pajé ficou muito assustado ao ouvir isso.
Pajé: M-mas ele é o seu neto!
Cacique: Ele só seria meu neto se nascesse e crescesse aqui na tribo!
Ele recitou algumas palavras em Tupi, e então, o livro em suas mãos emitiu um brilho sobrenatural. Que cessou poucos segundos depois.
Pajé: E agora?
Cacique: É só esperar.
Ele estava com um sorriso de maligna satisfação no rosto, e não restou muito para o Pajé, a não ser se preocupar com o futuro do filho de Jaci, que ainda nem havia nascido.
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Orange eyes
RomanceEssa é a história de Takoda, um jovem Jaguar que toda noite se transforma em um "monstro"