NA SEGUNDA-FEIRA NINA ACORDOU CEDO, não porque era o primeiro dia de aula ou o seu aniversário, e sim porque não conseguia dormir. A ideia de encontrar Jack nos corredores estava matando o seu ser por dentro, não tinha planejado o que falar nem o que dizer, só a ideia de cumprimentar ele e Felícia era nauseante. Ela checou o seu celular e viu que acordou três horas antes, tentou dormir novamente, mas não conseguiu.
Então ela ficou olhando o teto do seu quarto até criar coragem para se levantar, mas de fato isso só aconteceu quando ouviu a porta de seu quarto sendo aberta, provavelmente seus pais estariam voltando da viagem. Nina teria descido, mas sua mãe apareceu o que lhe poupou a viagem até a sala.
— Nina, voltamos... Você já está acordada às seis e meia da manhã?
— Milagres acontecem mãe.
Nina não tinha perguntado como foi a viagem, mas isso não importava para a sua mãe, ela começou a falar sobre os pontos negativos e positivos, e como ela estava apaixonada pela Austrália. Foi o pontapé para ela se levantar e começar a procurar algo para vestir. Sua mãe ainda fala sobre a viagem e Nina fingia ouvir, depois de alguns minutos de papo furado ela sentiu os braços de sua mãe ao seu redor em um abraço forte, ela lhe desejou um feliz aniversário.
— Vou fazer o café da manhã. – Falou beijando o topo da cabeça de Nina e saindo do quarto em seguida.
O cheiro do café matinal tomava conta da casa inteira, Nina amava o café que somente a sua mãe sabia fazer, então começou a adiantar as coisas no seu quarto. Terminou de passar o rímel que por algum milagre não tinha ficado borrado, desceu as escadas com a sua mochila e o celular na outra mão.
— Ai filha, você não acha que essa blusa deve ser jogada?
Nina olhou a blusa cinza que vestia e realmente ela estava velha e surrada, mas era uma das roupas favoritas de Nina.
— Hoje é a última vez que uso ela, prometo. – Obviamente era uma mentira.
— Pare de mentir para mim. – Viu sua mãe estreitando os olhos, Nina não conteve o sorriso.
— Não estou mentindo. – Falou Nina, mentindo novamente. — Hoje é o meu aniversário, tenho a livre escolha de vestir qualquer coisa.
— Coma. – Sua mãe desconversou. — Quero você alimentada para ir à escola.
Nina colocou uma xícara de café e começou a beliscar alguns pedaços de pães que estavam na mesa. Neste pequeno intervalo seu pai chegou e se juntou à elas, lhe desejou parabéns e começou a ler o seu jornal como de costume.
— Nina, onde está o Jack?
E então ela tomou o café rápido demais, aquilo queimou sua garganta de uma forma que ela começou a tossir.
— Tudo bem? – O tom de voz engraçado do seu pai a fez perder um pouco de ar conforme ria e tossia ao mesmo tempo. Ela levantou a mão e pediu para eles esperarem até ela conseguir normalizar a sua respiração.
— Tudo bem? – Seu pai pergunta novamente.
— Sim... Eu acho.
— Beba. — Sua mãe lhe entregou um copo de suco tirando a xícara de café das suas mãos.
— Eu só perguntei do seu namorado, não precisa de pânico, eu já o aceitei. – Nina não o culpava, ele adorava o seu (ex) namorado, o que o seu pobre pai não sabia era que ele não passava de um infiel, então sem poupar constrangimentos ela olhou para a sua mãe e disse sem rodeios.
— Nós dois terminamos porque ele me traiu.
Seu pai abaixou o jornal e ficou olhando para ela por cima dos óculos de leitura.
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NINA - A VADIA | REPOST
Novela JuvenilAos dezoito anos Nina passa por um inferno no seu último ano escolar. Ninguém imaginou, mas após provar do pão que o diabo amassou, Nina decidiu que faria do inferno, sua casa. ------ ⚠️ AVISOS ⚠️ • Conteúdo Adulto • Palavras de baixo calão • Uso...