Capítulo 2

9 3 0
                                    

Meu corpo gelou, mas foi de felicidade! Eu sempre quis ter um irmão mais novo!

— Mãe que ótimo! Tem quanto tempo isso?
— Só um mês.
— Por isso que você não me deixou terminar o 3º ano lá com meus tios... mas eu prefiro muito mais cuidar do meu irmão! A propósito, é menino ou menina?
— Não sabemos ainda – meu pai disse – mas eu espero que seja um menino.

Todos rimos e nos abraçamos, eu não podia acreditar que ganharia um irmão! Ou irmã. Eu queria que fosse uma menina, acho que assim seríamos mais abertas uma com a outra. Fui para o meu quarto me preparar para dormir. Droga! Esqueci que o Leo tinha me mandado mensagem! Será que ele pensou que eu tinha ignorado ele de propósito? Vou responder agora.

Lu: Leo! Me desculpe sumir assim do nada, meus pais me chamaram porque queriam me contar uma coisa.
Leo: Tudo bem, e o que eles queriam te contar?
Lu: Minha mãe está grávida! Eu finalmente vou ter um irmão.
Leo: Nossa, que ótimo! É menino?
Lu: Na verdade ainda não sabemos o sexo, mas eu falo irmão mesmo hahaha.
Leo: E a minha pergunta de antes?
Lu: Ah, se eu vou fazer alguma coisa amanhã? Eu acho que vou no shopping e na papelaria da escola comprar roupas e uniformes. Por quê?
Leo: Nada não, estava pensando de me encontrar com você mas você vai ter um dia cheio haha.

Então quer dizer que ele queria me encontrar? A minha vontade era de desmarcar tudo para sair com ele, mas lembrei do que a Cris me falou, eu não deveria ficar caidinha por um cara que só vi uma vez. Ficamos conversando por um tempão, que eu nem vi o tempo passar. Quando olhei as horas, levei um susto. 2 horas da manhã. Não sei como eu ia me acostumar com o horário desse jeito, se bem que eu poderia ficar conversando com ele pra sempre. Avisei para ele que já ia dormir, depois que dei boa noite lembrei que amanhã, ou no caso hoje, era seu aniversário. Espero que ele não tenha percebido, vou mandar um parabéns pra ele assim que eu acordar.

Enquanto estávamos conversando, descobri várias coisas sobre ele. Todos os finais de semana ele ia tocar com a banda dele no bar de um primo, ele era o guitarrista e cantor, mas também me contou que a banda ainda está se formando. Os pais eram divorciados e ele morava com a mãe e o irmão mais velho Ígor, que estava fazendo faculdade de odontologia e tinha 21 anos. A cor favorita de Leo é azul, também é a minha. Ele é um ano atrasado na escola porque teve problemas de saúde quando era criança, mas não detalhou muito essa parte. Estava solteiro... confesso que gostei de saber disso. Depois de muito pensar, peguei no sono.

Acordei e fui direto tomar café, nossa, eu estava com saudades de comer lá na cozinha com meus pais, conversando, rindo, era tão bom. Minha mãe havia preparado um banquete de tanta comida que tinha na mesa, para me receber, com direito a panquecas com creme de avelã, torradas, suco, café, pãesinhos e frutas. Conversamos bastante, inclusive sobre o nome do bebê:

— Então minha filha, se for um menino qual nome você quer dar? – meu pai perguntou.
— Eu daria o nome dele de Felipe, que nem o príncipe da Bela Adormecida.
— Ai, Lu, para de pensar um pouco na Disney só pra dar o nome do seu irmão – minha mãe disse brincando.
— Mas se for menina pode ser Aurora. Eu quero muito que seja menina.
— Mas porque Aurora? Tem alguma princesa com esse nome? – meu pai estava curioso.
— Ai, pai. Aurora é a Bela Adormecida, mas também tem um significado bonito: "Aquela que brilha como ouro".
— Nós vamos considerar.

Continuamos a conversar até que terminamos de comer e eu fui tomar banho para ir ao shopping com a minha mãe. Mas antes peguei meu celular pra dizer a Cris que ela já devia começar a se arrumar, quando saí da nossa conversa, vi o contato de Leo e lembrei que hoje era seu aniversário. Imediatamente comecei a digitar um pequeno texto a ele, desejando feliz aniversário e essas coisas, e só então entrei no banho. Quando saí, ele já tinha respondido, e continuei a puxar assunto até minha mãe me chamar para irmos buscar a Cris, ela disse que passaríamos primeiro na papelaria porque era mais perto.

Ao chegarmos lá, fomos direto para o piso superior, onde eram vendidos os uniformes e livros dos colégios. Minha mãe pediu do tamanho P, e quando fui provar, vi que era uma blusa de manga curta branca, abotoei e vesti a saia, ela era na altura do joelho e azul marinho, meio quadriculada, mas bem de leve. Também podíamos usar uma gravata e um casaquinho, mas era opcional. Compramos os livros e cadernos, depois canetas e essas coisas. Pagamos e fomos pro shopping.

Quando chegamos lá, paramos em frente à loja da Forever 21, a minha preferida, comprei uns shorts e blusinhas. Passamos em uma loja de maquiagem, eu compre várias coisinhas que estavam na promoção, nunca se desperdiça desconto de 50%, ainda mais eu, que sou a louca das maquiagens. Olhei para o relógio e já eram duas da tarde! Estava faminta, então fomos direto para a praça de alimentação. Comemos em um restaurante japonês que eu nunca tinha ouvido falar, mas se era japonês eu comia, eu amo comida japonesa. Comecei a olhar para Cris, ela estava com uma expressão pensativa, olhava para o nada com seus olhos cor de mel, e mexia de leve em seu cabelo, que ela havia pintado de loiro e cortado um pouco abaixo do ombro. Achei estranho e logo perguntei:

— Cris... tem alguma coisa de errado com você, aconteceu alguma coisa na sua casa que você queira compartilhar comigo?
— Não, Lu. Eu só estou pensando no Alex, a gente não se vê desde o começo das férias, só por vídeo chamada.
— Calma, amiga, não tem com o que se preocupar, vocês começaram a namorar tem só 3 meses, começaram em setembro do ano passado né? Ainda estamos em janeiro, nem deu tempo de ficar desgastante ainda.– eu falei brincando mas vi que ela estava preocupada, então continuei – Olha, as aulas começam semana que vem, já é segunda-feira, depois os dias passam rápido e você vai ver ele logo para matar a saudade. Dorme lá em casa hoje, porque eu ainda não matei a saudade – ela finalmente riu.
— Durmo sim, mas você tem razão, a gente nem brigou, nem nada, eu que estou me preocupando à toa.
— Ok, só quero saber cadê a nossa comida, estou morrendo de fome! – rimos e logo apareceu nossa senha no painel do restaurante.

Peguei nossa comida, comemos e logo fomos embora. A Cris passou na casa dela só para pegar suas coisas, pijama e o que precisava para dormir lá em casa. Ainda eram quase 16h e então ela deu a ideia de irmos na piscina, com o calor que estava fazendo, assenti. Coloquei meu biquíni, descemos e pulamos direto na água. Eu não morava em casa, e sim em um prédio, no 2º andar. Não era um prédio muito chique, eram apenas dois blocos, cada um com quatro apartamentos, mas como cada bloco tinha 20 andares, era bem lotado. Havia duas piscinas, não eram cobertas nem aquecidas, uma delas era funda, e outra rasa para as crianças. A piscina não era totalmente funda, ela ia se inclinando aos poucos até chegar aos 3 metros de profundidade, eu mal alcanço. Só tenho 1,60 de altura, diferentemente da Cris, ela tinha 1,70 e era muito bonita. Ela devia ser modelo.

Por mais que eu também quisesse ser, não levo jeito pra coisa, eu me acho bonita, mas não o suficiente para ser modelo. Meu cabelo é castanho claro, ondulado, um pouco acima da cintura e meus olhos são azuis. Eu acho que meu corpo é muito bonito até, mas ser modelo não é uma coisa que eu quero tanto, minha paixão mesmo é o teatro. Enfim, ficamos conversando na piscina até de noite, jantamos, fomos dormir, parei de conversar um pouco com Leo, e os dias foram passando realmente muito rápido, mas nada de importante aconteceu até domingo, um dia antes do meu primeiro dia de aula.

O retorno de LúciaOnde histórias criam vida. Descubra agora