Capítulo 3

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Pulei da cama quando o despertador tocou, eram sete da manhã, queria acordar cedo para dormir cedo também. Comecei a arrumar a minha mala só depois do almoço, só peguei meus uniformes, livros, algumas roupas de ficar no dormitório e de sair. Peguei também maquiagens que eu tinha repetidas caso fosse necessário, ouvi dizer que no campus tinham restaurantes, vai que eu iria pra algum deles com a Cris e o Alex.

Terminei de colocar as coisas na mala e fui mandar uma mensagem pro Leo, a gente tinha parado de se falar durante os últimos dias e eu confesso que estava sentindo falta de conversar com ele.

Lu: Oi, Leo. Tudo bem?
Leo: Oi, Lu. Tudo sim, e você?
Lu: Também, ei, eu nem te perguntei, aonde você estuda?
Leo: Ano passado eu ganhei bolsa em uma das melhores escolas daqui de São Paulo, que é muito cara, mas não ganhei esse ano, aí minha mãe me mudou.
Lu: Entendi... mas você mudou pra qual?
Leo: É... a minha mãe acabou de me chamar ir jantar, conversamos depois, ok?
Lu: Ok, tchau...

Achei estranho, mas deixei pra lá, já ia dormir de qualquer jeito. Coloquei meu despertador para as seis da manhã, a aula só começava às sete e meia mesmo.

Acordei animada, meu primeiro dia de aula, em um colégio interno... Até que devia ser legal. Fiquei fuçando o celular um tempo antes de levantar, estava com preguiça. Fui tomar café, tomei banho e escovei os dentes. Em seguida, sequei meu cabelo, passei um corretivo nas minhas olheiras e um pouco de rímel. Fui acordar meu pai para que ele me levasse para a escola, mas ele já estava acordado com a minha mãe. Ela estava triste porque ficaria a semana inteira sem me ver, se encontrando comigo só nos finais de semana, mas eu já fiquei um ano e meio sem ver ela nem pessoalmente, acho que ela aguenta. Me despedi dela e saí com meu pai. Fomos conversando no carro sobre a escola mas não teve nada de mais.

Chegando na porta da escola, meu coração gelou, mandei mensagem na mesma hora pra Cris, não queria ficar sozinha. Esperei um tempinho, mas ela não respondeu, então entrei pelo portão e vi um monte de alunos sentados nas cadeiras esperando pra uma "abertura". Era muita gente, fiquei assustada, então sentei na cadeira mais no fundo que tinha. A diretora começou a falar, deu as boas vindas e essas coisas, também comentou que os dormitórios seriam separados por gênero masculino e feminino, por causa de alunos rebeldes... já era de se imaginar que não daria certo.

De repente, olhei pro portão e vi um menino chegando atrasado, ele tentou ser discreto, mas tropeçou. Talvez só eu tenha visto, mas foi engraçado. Ele procurava um lugar para sentar, vi que tinha um vazio ao meu lado, já que eu estava no fundo. Acenei e apontei para que ele sentasse do meu lado, por que eu fiz isso? Também não sei. Acho que vi que ele estava desnorteado e meio confuso, assim como eu. Ele fez cara de quem não entendeu, mas sentou do meu lado. Tinha os olhos castanhos e o cabelo também, era encaracolado, muito bonito. Logo depois de se ajeitar ele começou a sussurrar pra mim:

— Oi, obrigada por me avisar que tinha esse lugar, meu nome é Bruno.
— O meu é Bianca. É que eu vi você meio confuso e sem saber pra onde ir. Pareceu comigo, você é novato?
— Sou sim. Na verdade eu sou de Brasília, não conheço muita coisa aqui em São Paulo.
— Eu também sou novata, mas não venho pra cá tem mais de um ano.
— Nossa! É muito tempo, onde você estava?
— Fazendo um intercâmbio, mas a minha mãe engravidou e eu voltei.

Paramos de conversar um pouco porque a diretora estava falando sobre as aulas e os dormitórios. As aulas começam só oito horas, e eu achando que era sete e meia, acordei cedo pra nada, mas acho que eles nos fizeram vir mais cedo pra essa tal abertura. O intervalo seria dez e meia até às onze, teríamos o horário de almoço de uma da tarde até duas e a aula terminaria às três. Ia ser bem puxado, mas também tinham as aulas extracurriculares: teatro, música, líder de torcida e esportes. Lógico que eu faria teatro. Depois disso poderíamos fazer o que quiséssemos, andar pelo campus, ir pro dormitório das outras pessoas, as únicas regras sobre isso é que não poderíamos dormir no quarto dos meninos e nem sair da escola.

A palestra terminou e fui correndo para o corredor ver na lista com quem eu tinha ficado no dormitório. Eu fiquei no quarto de número 101, 1º andar do Bloco Alfa, o mesmo que a Cris e que uma menina chamada Amanda, não fazia ideia de quem era, mas vai que ela era legal. Vi a Cris no final do corredor e fui correndo abraçá-la e contar que estávamos no mesmo quarto e também com essa garota nova.

— Com a Amanda?! – ela falou irritada.
— Sim, por quê?
— Porque ela é simplesmente a menina mais chata da escola, se acha pra caramba! E ela namora o menino mais gato da escola, o Felipe.
— Meu Deus, amiga. A gente tá ferrada tendo ela no nosso dormitório? – eu estava preocupada.
— Com certeza.

Fiquei com medo dessa menina, e se ela não fosse com a minha cara e quisesse acabar comigo sem nem me conhecer? Em Los Angeles as meninas patricinhas eram assim. Fomos para o quarto e começamos a desfazer as malas, quando olhei para a porta, a tal Amanda entrou, com duas malas enormes! Eu só tinha levado uma mala grande, achei meio exagerado. Ela deu um oi seco pra gente e começou a desfazer as malas também. Como eu queria passar uma boa impressão, comecei a falar com ela, coisas bem aleatórias mesmo. Depois de um tempo conversando, ela começou a ser legal, achei que seria mais difícil.

Olhei pra porta depois de um tempo e vi, o namorado dela, um menino maravilhoso. Cabelos escuros e olhos claros, socorro, que lindo. Seu nome era Felipe.

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⏰ Última atualização: Oct 25, 2017 ⏰

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