6- Segura

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- Eloise? Eloise, acorda!

Acordei assustada.

- Onde nós estamos?
(Perguntei)

- Nós chegamos, venha comigo.
(Disse ele)

Desci do carro e caminhamos até a porta de uma simples cabana, mas que parecia ser bem aconchegante, já era tarde, por volta de umas 22:30 da noite, ao redor da cabana haviam apenas árvores enormes, e de lá saíam barulhos de alguns animais, a única coisa que iluminava o ambiente era o brilho dos vagalumes, mas por sorte a lua estava cheia e nos iluminava pelo caminho até a porta.

- Onde nós estamos?
(Perguntei novamente)

- Olha, eu preciso que você confie em mim, quanto menos você souber, melhor.
(Respondeu ele)

- Quanto menos eu souber? Não! Eu preciso saber de tudo, como você se sentiria se vivesse 17 anos da sua vida como uma pessoa normal, de repente acordar em um quarto, presa, ver seus pais morrerem na sua frente e descobrir que com um simples mover de suas mãos você pode destruir por completo um lugar? Me fala, como você estaria agora? Por favor, me entenda, eu preciso saber, por favor.
(Disse enquanto lágrimas escorriam pelo meu rosto)

- Por favor, não chore, me parte o coração te ver assim.
(Disse ele enquanto enxugava as minhas lágrimas). Eu vou te contar tudo o que você precisa saber, mas primeiro você tem que tomar um banho, se alimentar e descansar um pouco, a viagem foi longa, e você sofreu mais do que o necessário nesses três últimos dias.
(Disse ele enquanto abria a porta)

Entramos na cabana, ela era linda por dentro, estava um pouco suja mas nada que uma boa limpeza não resolva, havia uma lareira que parecia não ser usada há muito tempo.

- Vou te mostrar seu quarto, tem um banheiro dentro, e você terá toda a privacidade que precisa.
(Disse ele)

Caminhamos por um corredor onde haviam algumas portas, o meu quarto estava na última porta do corredor.

- É aqui, entre e tome um banho, no guarda-roupas tem tudo o que você precisa, e enquanto você toma banho eu vou buscar lenha na floresta pois a noite está fria, vou fazer o jantar, você precisa se alimentar.
(Ele disse com um olhar de preocupação).

- Não me deixe sozinha aqui.
(Respondi)

- Você está segura agora, não deixarei nada te acontecer, agora vá tomar um banho e demore o tempo que precisar.
(Respondeu ele)

Entrei para o quarto o observando, havia uma cama de casal enorme à minha direita, o guarda-roupas não muito grande em frente a cama, uma mesa com um abajur em cima e uma cadeira do lado direito, havia também um grande tapete peludo que ia da cama até a mesa, o quarto era bem espaçoso. Caminhei até o guarda-roupas e o abri, haviam várias roupas lá, peguei uma toalha e fui até o banheiro, coloquei a toalha em cima da pia e abri a torneira para encher a banheira enquanto eu tirava a roupa que eu estava, que mais parecia uma camisola de hospital, ela estava coberta de sangue, parecia mais ser vermelha do que branca.
A banheira já estava cheia, coloquei meu pé dentro para ver a temperatura da água, estava ótima! Entrei e me deitei encostando minha cabeça no canto da banheira depois disso mergulhei todo o meu corpo ficando submersa por alguns minutos enquanto pensava em tudo o que havia acontecido.
Me lembrei desde o momento em que eu acordei naquela sala até o momento que vi os meus pais morrerem, quando relembrei essa cena me veio um ódio tão grande que metade da água da banheira foi lançada para fora e eu me levantei sem fôlego, saí da banheira com a respiração ofegante, me enrolei na toalha e caminhei em direção ao guarda-roupas procurando algo para vestir, estava frio, então eu peguei uma calça jeans e uma regata, encontrei também um moletom bem grosso e o vesti.
Saí do quarto e fui em direção a cozinha, o homem que me salvou estava lá preparando o jantar, eu ainda não o conhecia pois ele ainda não havia me mostrado o seu rosto, mas a sua voz não me era estranha.

- Encontrou tudo o que precisava?
(Pergunta ele enquanto cozinhava)

- Sim, encontrei.
(Repondi enquanto caminhava até a mesa no centro da cozinha)

Me sentei e ele logo me serviu, a comida estava ótima, e minha fome estava incontrolável.

- Nossa, você realmente estava com fome.
(Disse ele sorrindo)

- Eu estava faminta!
(Respondi enquanto me levantava para colocar o prato na pia). Vamos conversar agora?
(Perguntei)

- Vamos.
(Ele respondeu enquanto se levantava).

Caminhamos até a sala e nos sentamos no chão de frente a um sofá que era enorme e branco e ficava de frente a lareira.

- Para começar, gostaria de saber, quem é você?
(Perguntei enquanto procurava uma posição confortável para ficar).

- Eu acho melhor você tirar suas conclusões.
(Ele respondeu enquanto tirava o pano preto que cobria o seu rosto).

- Meu Deus!
(Eu gritei).

- Eu sei que isso parece confuso mas, eu não te contei antes pois queria te explicar tudo nos mínimos detalhes.
(Respondeu ele).

Fiquei calada por um tempo pensando em tudo o que aconteceu e como ele conseguiu se envolver em toda essa situação. Mas era ele, ele me salvou e agora sabia o monstro que eu era.

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⏰ Última atualização: Oct 19, 2017 ⏰

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