Apenas Mais Uma Garota

3- Duas semanas depois

Já se passaram duas semanas desde o ocorrido, não muito agradável, com a minha mãe.
Desde então, não temos trocado muitas palavras, ela parece estar sempre triste, mas meu orgulho sempre fala mais alto, e isso me impede de me aproximar.

Na escola nada muda, apenas o fato de Mathews e eu estarmos mais próximos do que nunca. Ele me faz muito bem, e me dá ótimos concelhos sobre tudo, pena que eu apenas os escuto, mas ele não sabe disso, então finjo que estou seguindo os concelhos dele.

Enquanto isso, lá em casa, as coisas não estão muito bem, meus pais estão brigando muito e eu não entendo por qual motivo. Eles sempre foram tão felizes juntos, durante as brigas eu escuto eles falando algo do tipo:
- Conte para ela.
- Não podemos esconder isso por muito tempo.
- Você sabe que está se aproximando, e não podemos impedir.

Não me importei muito com isso e fui pra aula, um feriado se aproximava.
E como de costume, Mathews e eu estávamos almoçando juntos, até que...

- Sabe, eu estava pensando... vamos ter esse feriado agora e... bom, eu não tenho muitos planos para ele, por isso eu pensei que, talvez, se você quiser, é claro, se nós poderíamos fazer alguma coisa juntos?

- Você está me chamando para sair?
(Repondo surpresa)

- Bom, eu não sei se você poderia considerar isso um encontro, mas eu gostaria muito de passar mais tempo com você fora deste lugar, você aceita?

- Mas é claro que sim.
(Respondo sorrindo)

- Que bom, vou passar na sua casa às 19 horas e a gente decide o que fazer.

Depois de um longo e cansativo dia de aula, volto para casa e fico vendo TV até tarde, mas meus pais pensaram que eu já estivesse dormindo. Estava subindo as escadas quando:

- Quando é que você vai criar coragem de falar pra ela? Não podemos  protegê-la para sempre.
(Disse meu pai)

- Eu já disse que vou contar, só estou esperando o tempo certo, eu não sei como ela vai se adaptar a isso, ela ainda é uma criança.
(Responde minha mãe)

- Eu quero ver quando ela descobrir, e saber que a gente sabia de tudo e não a ensinamos como viver com isso, ela é especial, e tem um grande poder em suas mãos, basta a gente ensinar a ela como usá-lo.

Entro no quarto deles perguntando.

- Do que vocês estão falando? Como assim eu sou especial? Que poder tenho em minhas mãos?

- Filha, não, você não deveria ter escutado nada disso.
(Diz minha mãe com lágrimas nos olhos)

- Eu vou te contar tudo amanhã, e te ensinar tudo o que você precisa saber, eu sei que você é capaz, e vai se adaptar muito bem. Agora vá dormir.
(Disse meu pai)

Fui para o meu quarto e me deitei pensando em tudo aquilo que eu escutei, minha cabeça estava a mil, eu não conseguia entender, como assim eu era especial? Que poder eu tenho em minha mãos?
Eu não entendo por qual motivo minha mãe sempre quis me proteger de tudo. Realmente não entendo. Adormeci pensando em tudo aquilo, mais quando eu acordei, tudo estava escuro, tentei me levantar mas eu estava presa, aquelas correntes machucavam o meu pulso, gritei por ajuda mas ninguém respondeu.
Onde eu estava?

- Oi, tem alguém aí? Socorro, eu estou presa.

De repente uma luz muito forte tomou conta do ambiente, meus olhos estavam sensíveis por causa da escuridão em que eu estava. Quando finalmente voltei a enxergar nitidamente, um homem se aproximou dizendo:

- Finalmente eu te encontrei, passei 17 anos da minha vida te procurando, agora me dá, eu quero o que você tem.

- Mas do que é que você está falando? Quem é você? Te dar o que? E por qual motivo você passou 17 anos da sua vida perdendo tempo me procurando? Sinto muito te informar, mas você perdeu o seu tempo, eu não tenho nada pra te oferecer.
(Respondo)

- Pelo visto eles não tem contaram nada né? Que bom! Isso facilita o meu serviço.
(Responde ele com um sorriso medonho em seu rosto)

Ele se aproxima de mim com o pano, pressionando meu nariz, e eu apaguei novamente.