Percy

74 8 1
                                    

Quando meus olhos encontram Jason, sei ao que se refere.
O maior ataque de todos, um que nem os lobos podem deter.
- Annabeth, junte todos que conseguir e corram para o Leste..... - Eu tento dar algumas instruções mas ela me interrompe, me olhando nos olhos.
- Você não vai nos manter longe da ação, somos guerreiros e vocês podem dar conta, sempre deram. E caso não aconteça vamos ajudar.
- Annabeth, esse é o maior ataque, nós vamos perder. Logo eles estaram aqui e vão matar tudo que verem pela frente. Além do mais vocês não estão prontos pra lutar, vão morrer antes de terem uma única chance. Então faça o que eu estou pedindo, por favor!
Ela faz uma careta, mas sabe que estou certo.
- Odeio você! - Ela sai correndo e se estivéssemos em outra situação eu estaria rindo até para o vento.
Olho pra Jason e ele me leva até onde a maioria da matilha está reunida, no caminho vou indicando o caminho para alguns semideuses até Annabeth e dando sempre a mesma instrução.
Quando chego perto do restante da matilha me transformo, logo sinto um alvoroço na mente de todos, uma mistura de sentimento e ideias.
Bato a pata no chão fazendo todos olharem pra mim.
- Nós vamos matar todos os monstros que conseguirmos e aos poucos vocês vão ir embora, sigam o rastro dos semideuses, mandei eles correrem para para o Leste. Os protejam com suas vidas, ao meu sinal o mais novo na matilha vai até eles, entenderam?
Todos murmuram em concordância, mas parecem não gostar da ideia de fugir. Na verdade, nem eu gosto muito dessa ideia, mas é preciso para que todos fiquem vivos.
Logo em seguida todos nós estamos lutando, distraindo os vários monstros e semideuses, que se juntaram a causa do inimigo.
Jason luta mais perto de mim, com uma draccaiane e eu arranco a cabeça de um cão infernal, Jason logo se livra da draccaine e vem pra mais perto me ajudando com um ciclope de uns 2 metros, existem ciclopes maiores, mas independente da altura são muito fortes.
Arranco um pedaço da sua panturrilha e ele urra de dor, ele tenta me acertar com uma clava de madeira, mas consigo me esquivar, enquanto o distraio Jason vai por trás, corre em alta velocidade pula em um cão infernal usando-o como uma gangorra (ele vira pó assim que entra em contato com as garras de Jason, alcançando o pescoço do ciclope, que se ajoelhou ao sentir sua perna falhar.
Jason, morde sua jugular e balança até o ciclope se tornar pó. Os outros lobos estão se saindo bem, todos eles tem pelo menos 6 meses na matilha. Todos estão treinados e acredito no potencial de cada um para acabar com todos estes monstros, mas infelizmente não se trata só da nossa honra ou algo parecido, existem vidas que dependem de nós.
Aos poucos vou mandando os lobos para a floresta, até que chega a vez de Jason. Posso sentir um receio em sua mente, desde que ele nos conhecemos ele tem essa ideia de me proteger, mesmo ele sendo o mais novo.
Depois de alguns minutos, ando pelo acampamento verificando se existe algum semideus conhecido, sempre tomando certo cuidado pra não ser visto. Quando tenho total certeza que não deixei ninguém pra trás, saio em busca da matilha seguindo seu rastro.
Posso ver os semideuses através dos olhos dos lobos, eles estão assustados.
"Jason, volte ao seu corpo humano. Eles estão assustados, não vão confiar em você assim."
Assim que ela se transforma não sinto mais sua mente ligada a minha, porém posso ver através dos olhos de Leah. Ele conversa com Annabeth e assim eles começam a caminha em direção a uma área de prédios abandonados da cidade.

OoO

Após algumas horas de caminhada (da parte deles porque estou correndo sem parar), vejo Annabeth discutindo com Jason.
"Leah, o que está havendo?"

"Annabeth quer parar pra descansar, mas só falta 2km. Jay não quer parar. Quer cumprir as ordens."

Sorrio com o relatório de Leah, sempre rápida e precisa. A aviso que estou chegando e que podem parar pra descansar.

"Você já está chegando?"

"Estou sim! Chego em 20 minuto, 15 talvez."

Assim que chego ao pequeno acampamento montado, vejo semideuses feridos, outros tirando um cochilo, alguns conversam. Uma imagem familiar.
Sinto a tensão dela a alguns metros de distância, ela observa de longe a interação de todos, pensativa.
Sento ao seu lado já na forma humana.
- Pra onde estamos indo? Andamos o dia todo e não chegamos a lugar algum. - Ela fala olhando a frente.
- Só falta 2km. Por isso Jaison queria continuar. Estamos indo pra um lugar seguro, onde vão poder se estabelecer antes de fazerem qualquer outra coisa. - Falo olhando em seu rosto, porém ainda atento ao cheiros e sons ao meu redor.
Ela suspira se levantando e indo até Luke, onde se apoia e cochila após alguns minutos ou pelo menos é o que parece tentar fazer.
2km depois e estamos em um hotel antigo, que foi abandonado, depois que houve um vazamento de óleo perto das docas. Toda aquela área, era um conjunto habitacional, porém após um desastre com óleo no mar, toda aquela área perdeu o valor, pessoas ficaram doentes e culparam a construtora e a empresa dona do navio que deixou o óleo cair no mar, então tudo foi por água abaixo.
Hoje em dia muitos moradores de rua usam aqueles prédios como sua propriedade. Porém existe um prédio específico que meu pai fez como um buncker, para os seus filhos durante a Segunda Guerra. E é exatamente esse prédio que vamos usar.
Sua fachada é exatamente como as outras, feia e desbotada. Porém seu interior é em tons de branco e azul.
O Hall de entrada, tem um teto em arco com uma imagem de Poseidon segurando seu Tridente. Se parece um hotel normal, porém tem um mapa assim que entramos, com base nele, organizamos cada um em um quarto (do 2°andar até o 5° era a parte das meninas, a partir do 6° era a ala dos meninos), feridos tinham uma ala própria e o prédio já tinha uma ala somente para o refeitório. Organizei a matilha em turnos de vigilância, para a segurança de todos, com ordens para não deixar ninguém entrar ou sair do prédio.

O edifício tinha uma proteção feita por Hécate para impedir que fossemos localizados por monstros ou qualquer tipo de criatura. Meu pai me disse que reforçou essa magia para que nem mesmo os deuses conseguissem localizar, mesmo que quisessem.
Depois de fazer uma ronda por todos os corredores e alas onde havia algum semideus voltei para o lobbie do prédio, já passava da meia-noite, vi uma figura vindo em minha direção. Logo em seguida escuto Jason me chamando, sua voz vinha do refeitório. Consigo identificar Annabeth que vinha correndo e parecia desesperada.
- Percy, você tem que voltar lá! Quiron e Argos não estão aqui! Você tem que ir ajudá-los, eles podem estar em perigo ou nos procurando!
Como assim eles não estão aqui?! Olho para Jason que ficou responsável pela contagem dos semideuses. Ele engole em seco e abaixa a cabeça.
- Jason. - Rosno demonstrando toda a minha raiva e apreensão.
Quiron é muito importante no acampamento, no Conselho ele delibera sobre as ideias em conflito e mantém 12 jovens trabalhando em harmonia. Se ele tiver morrido por culpa nossa, vou entrar em encrenca com meu pai. Sem contar que os campistas vão ficar sem um líder.
- Perdão Alfa. Ficamos tão preocupados em trazer os campistas a salvo que acabamos deixando os dois de lado. A culpa é minha, e vou arcar com as consequências dos meus atos. - Ele está assumindo sua culpa mesmo sabendo que posso tira-lo de seu posto como segundo no comando a qualquer instante.
Sua postura é ereta, sua cabeça levantada porém o olhar baixo indica culpa e respeito quanto a minha decisão. Dou as costas aos dois e começo a pensar em um jeito de resolver tudo, puni-lo agora não vai resolver nada, tenho que pensar nisso depois. Coço a nuca já com algo em mente.
- Cadê a Leah?
-

Ela tá de Guarda no telhado.
- Pede pro Lucas ficar no lugar dela, quando eu voltar cubro a guarda dele, pra que ele possa descansar. - Me viro na direção deles, eles me analisam, Jason parece temeroso e Annabeth parece impaciente. - Ela vai ser seu braço direito em quando eu estiver fora, e dessa vez não quero falhas, nem distrações. Se eu não voltar antes da meia noite de amanhã você será o novo Alfa, entendeu? - Sei que parece precipitado, mas tenho que deixar tudo pronto caso eu não volte ou seja capturado pelos inimigos. Ele acena desconfortável, mas não me contesta. Olho pra Annabeth e sinto sua confusão e curiosidade. - Annabeth, sei que com tudo o que aconteceu o Conselho deve se reunir o mais rápido possível, mas não deixe que isso aconteça antes de eu voltar ou na pior das hipóteses até amanhã a meia noite, ok? - Ela pensa um pouco e concorda suspirando.
- Só traga ele de volta, por favor.
- Vou fazer o possível.
Depois de me despedir da matilha saio correndo noite a dentro em direção ao acampamento.

Para Sempre SeuOnde histórias criam vida. Descubra agora