UM

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I

No numero 43 da Rua do Sossego mora Evangeline da Silva com sua irmã mais velha Marta,sua mae a costureira Maria e seu pai o barbeiro Aldo.

A casa dos Silva era simples,mas confor-

tavel.Possuía uma sala de estar,cozinha,dois quartos e um quintal.Perto dela ficava o numero 33, unica casa da rua desocupada,meses fechada com placa de aluga-se.

II

Como sempre as dezesseis horas Evangeline saia para comprar pão,a o sair de casa reparou que na frente do numero 33 havia pessoas descarregando moveis.Seguiu para a padaria.

Ao chegar de volta na frente de casa,decidiu olhar mais um pouco a casa 33,instante depois escutou alguem falar gritando:Ei,nao quer ajudar um pouco aqui?!!!

-Eu mesma não!!!-Respondeu a o loiro de cabelos longos e franja,deveria ser o filho das pessoas que alugaram a casa.

Depois disso riram pelo canto da boca e ela entrou em casa.

III

A quinta-feira amanheceu de sol claro.Evangeline abriu a porta da frente exatamemte às sete horas,precisava chegar no horario da escola.A o pisar na calçada escutou alguem se aproximando enquanto falava:-Voce hein... nem me ajudou ontem!

Ela olhou para a rua e viu-o chegar perto:

-Ola,meu nome é Rafael,prazer...-disse ja extendendo-lhe a mao para um possivel aperto de maos.

-Oiiii!-Respondeu ela,depois de ser surpreendida da repentina aproximaçao e de ve-lo com o uniforme da mesma escola que a sua.

-Vamos andando...se nao vamos atrazar!

-Concordo,vamos...-Respondeu ela de pronto e seguiu com ele pela rua.

Ela seguia andando ,mas nao conseguia olha-lo porque sabia que a qualquer hora seria flagada flertando.

-Entao...voce ainda nao me disse o seu nome moça...-Disse com um sorriso sinico na cara.

-É mesmo,desculpa,meu nome é Evangeline,mas pode me chamar de Eva tambem.

-Prazer...-Aproximou-se dela e trocou beijos dados na bochecha.

Sentiu-se muito timida,mas estava confortavel,vez por outra olhou os labios dele e perguntou a si em pensamento:-Sera que ele beija bem?

-Eva,voce mora aqui faz muito tempo?

-Sim,faz...nasci aqui...

-O que tem de bom por aqui?

-De diversao?

-De tudo...mas pode so dizer onde as pessoas se divertem por aqui pra começo...

-Eu nao saio muito sabe,conheço muito pouco,meu pai me prende muito...

-Entendo,sei como é...eu vez outra brigo com meu pai por chegar tarde da noite.

Por todo o caminho ele foi puxando assunto e ela estava tomada pela conversa,por que ela temia uma hora os dois ficarem mudo,mas via que ele sempre tinha algo agradavel a dizer.Percebeu logo o jeito engraçado dele de fazer piadas engraçadas de certos assuntos.

-E ai moça,voce namora muito?

-Nao.Nunca namorei...

-Serio?

-Meu pai nao permite,se descobrir me da uma surra...

-Nossaaaa!Teu pai deve ser muito bravo.

-Pior que é!

ja na entrada da escola ele perguntou:

-E ai,te vejo na saida pra nós voltarmos juntos?

Ela respondeu com movimentos de cabeça que diziam sim.

IV

Na saida da escola,la estava ele do outro lado da rua esperando-a.

Apos quase meio caminho andado,ele perguntou:

-Posso te levar num lugar?

-Onde é?

-É perto daqui

-Onde fica?

-Nao vou dizer...vai ou nao?Olha,nao sou um estranho...sou seu vizinho,lembra?

-É que tenho hora para voltar.

-Tudo bem,nao vamos demorar...

-Eu nao sei...-O medo de atrazar-se e alguem comentar ela andando com um rapaz por ai era quase paralisante,ela raciocinava com dificuldade.

-Vamos?-Tornava ele a insistir.

-Ta bom,ta bom...eu vou...

-Certo...vamos entao.

Dois quarteiroes depois estavam entrando numa sorveteria e escolhendo uma mesinha para sentarem.

Quando menos percebeu tomava sorvete com um garoto.Sua timidez era visivel,mas ele corrigia isso contando -lhe episodios engraçados do passado.

Era um garoto e ela temia suas primeiras conversas com ele,como seria,o que fazer?Enquanto sorvia o sorvete da colher,ela corria os olhos nos olhos dele e em um certo momento ele percebeu isso,mas ela nao conseguia evitar,nem quando fixara o olhar nos labios dele uma unica vez,o bastante para ficar gravado na memoria,lembrado depois.

Ela apressou-o pelo horario e os dois deixaram a sorveteria,estavam conversando sobre os professores,ele citava o nome de um e ela contava o que sabia.

-Ate amanha Eva...

-Ate...-respondeu ela parada na frente de casa vendo-o ir pro numero 33.

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