Canis.

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A garota despertou em um susto, pulando na cama. Sentia gotas de suor gelado escorrendo pela sua testa e pescoço, a boca estava seca e os músculos do corpo todo tremiam. Tentou se sentar, mas mãos suaves em seus ombros a impediram.

- Calma, shh. - Camila estava tão atordoada que não identificou Lauren de primeira e empurrou as mãos de cima de si. - Sou eu, sou eu. Shh. - Ela desistiu de resistir quando encontrou o par de olhos verdes de sua namorada. - Isso, calma. - Acariciou seu rosto e a latina fechou os olhos, aproveitando o contato relaxante e conhecido.

- O que aconteceu?

- Eu cheguei da corrida e você estava deitada de bruços de cabeça para baixo na cama! Ajeitei você e estava quase ligando para a ambulância, mas você acordou. - Afastou os cabelos da mais nova do rosto. - Vou lhe trazer um copo de água. - Dito isso, a maior saiu do quarto.

Camila achou que fosse sentir o mesmo medo de antes, mas aquela sensação de estar sendo observada e perseguida não apareceu.

O que quer que estivesse aqui, foi embora.

- Beba. - Lauren lhe entregou o copo cheio de água em temperatura natural quando voltou para o cômodo. Camila bebeu a água rápido porque sua boca estava seca e largou o copo vazio no criado mudo. - Como se sente? - Questionou segurando as mãos de sua namorada.

- Bem. - Respondeu de forma vaga.

- Lembra-se do que aconteceu? - A latina assentiu com as memórias voltando a sua cabeça com toda a força.

- Tinha alguém aqui. - A hispânica franziu o cenho. Era a segunda vez em menos de vinte e quatro horas que Camila dizia a mesma coisa com a mesma expressão que indicava que ela estava aterrorizada.

- Como assim?

- Tinha algo aqui. - Lauren não riu. Não importava se ela acreditava nessas coisas ou não, o problema era que Camila acreditava que via e da última vez que a mais velha checou, isso não era nada saudável. - Eu estava na sala com o meu celular e o meu notebook. Meu celular sumiu e eu vim encontrá-lo somente aqui em cima. A porta fechou sozinha e sentir alguém atrás de mim foi a última coisa que eu fiz com consciência antes de desmaiar.

- Camila. - Disse segurando seus ombros da forma mais gentil que ela conhecia. - Não tem ninguém aqui.

- Tinha.

- É impossível ter alguém aqui, eu teria visto. Olhe, você deve ter deixado o celular aqui e não se recorda porque estava distraída quando saiu. A porta bateu por conta do vent...

- A janela estava fechada, não tinha vento.

- A da sala estava aberta, eu mesma abri. Você sabe como nessa época os ventos são fortes, principalmente porque hoje, como você viu, vai ter tempestade. O vento pode muito bem ter alcançado a porta e a fechado. Você se assustou com a porta e por isso imaginou ter alguém atrás de você, mas não tinha. É tudo coisa dessa sua cabecinha. - Lauren disse dando um sorrisinho, mas ela não podia estar mais preocupada.

- Pode ser.

Em momento algum Camila achou que a maior fosse acreditar nela, mas não adiantava discutir. A latina sabia o que viu e até queria acreditar na explicação da namorada, mas era loucura porque foi Camila quem vivenciou a situação e não a outra.

- Quer que eu chame um médico aqui para ver se você está bem mesmo? - Camila negou com a cabeça.

- Não é necessário, eu me sinto bem.

- Deixe-me ao menos ligar para ele.

- Se ligar para o médico vai te fazer acreditar que eu me sinto bem, então vá em frente. - Falou com um sorriso.

When The Devil Calls - Short Fic (Camren)Onde histórias criam vida. Descubra agora