Capítulo 06- Cláudio Vidal

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Prefiro ser um homem de paradoxos que um homem de preconceitos.

Jean-Jacques Rousseau

Meia noite e ainda acordado, ouço as trovoadas e as farfalhadas das folhas da árvore. Meu corpo está frio e trêmulo, mesmo estando por baixo de duas cobertas.

Não séria pelo tempo congelante, mas sim pela desgraça que me assola continuamente pelos dias. Essa melancolia agoniante.
Negro, gordo e feio um conjunto de variados preconceitos em um só.
Como poderia ter algum sopro de alegria se por onde passo sou mal visto e humilhado.

Sopro o ar, vejo se formarem fumaças ao redor. A noite está fria e solitária no apartamento, mas ao redor, precisamente no AP ao lado se podia ouvir risadas e músicas altas.
Como podiam estar felizes se lá fora estava um pé-d'água e frio em plena quinta-feira.

Não entendia esses universitários, se divertiam e faziam festas quase todos os dias e por altas horas da noite e no outro dia estavam bem acordados para irem para as aulas. Até minha colega de AP está em algumas dessas festas por ai.

Tenho somente vinte e cinco anos e não consigo seguir esse ritmo.
E olha que ainda faço faculdade de direito, com alguns desses universitários. Mas não tenho o pique para saír e se divertir a noite inteira e também nem tenho tantos amigos e os que tenho não gostam desse tipo de evento, são o que a maioria dizem "nerds".

Então quando não estou na faculdade, biblioteca e trabalho estou em meu AP estudando. Alexandra minha colega de AP é o meu único consolou, a única mulher que desde que cheguei nessa cidade foi uma verdadeira amiga. Mas como não se pode controlar o coração acabei me apaixonando por ela nesses três anos de convivência.

A cada dia que passava, minha paixão por Alexandra crescia, mas eu não tinha coragem de revelar meus sentimentos. Tinha medo de estragar nossa amizade, de me tornar ainda mais solitário se ela não compartilhasse dos meus sentimentos. Como a vida não se assemelha as nossas fantasias e desejos, esse amor unilateral continuará em pleno segredo.

Enquanto a chuva lá fora continuava a cair, eu me senti envolto em tristeza e incerteza sobre o meu futuro. Era como se estivesse preso em uma noite interminável, incapaz de encontrar a luz no fim do túnel. Mas, apesar de todas as adversidades, eu sabia que precisava encontrar uma maneira de seguir em frente, de encontrar a esperança em meio à escuridão que me consumia.

Me remexo na cama, tentando achar um boa posição. Sinto uma fisgada em meu baixo ventre. Alguns arrepios percorrem meu corpo por inteiro. Gemo baixinho, não acredito que em plena madrugada fria, esteja ficando excitado pelos simples roces da coberta em meu pénis.

Escorrego minha palma da mão pelo tórax e abdômen saliente, sentindo uma corrente quente por onde passo.

Sinto o cós da cueca, introduzo minha mão ao seu interior.
Passo suavemente meus dedos pela extensão de meu falo, aperto levemente meu saco.

Uso da mão livre para pegar meu celular em cima da cômoda. O desbloqueio e entro rapidamente na galeria dele. Observo uma das pastas favoritas, titulada Alexandra, minha colega de AP ficaria irada se soubesse que eu tenho uma queda, não, um penhasco por ela . Penso duas vezes antes de clicar, suspiro e pressionou meu dedão nela.

Aparece simultaneamente várias fotos, todos que conseguir no Facebook e algumas quando ela estava distraída. Sei que isso não é uma atitude positiva, mas é a única forma de me sentir conectado com ela. Mesmo tendo sua amizade, esses pensamentos sórdidos passam por minha cabeça e me sinto péssimo, mas a líbido é maior que qualquer coisa no momento.

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