[LIVRO EM ANDAMENTO]
Você se lembra de quando tinha 16 anos e acreditava que o universo conspirava contra você?
Pois é... É exatamente o que Beatriz Vilela pensa que está ocorrendo em sua vida. O que não seria problema algum se estivéssemos...
Termino de passar meu batom nude e admiro minha imagem no espelho, satisfeita com o que vejo. Estou usando um vestido justo e curto, tomara-que-caia na cor roxa e saltos altos na cor preta. Optando por prender meus cabelos num coque baixo deixando a franja de lado e usando uma maquiagem leve no rosto. Por último, eu completo com um par de brincos e uma gargantilha, ambos extremamente discretos. Uma vez que não sou o tipo de pessoa extravagante, como minha amiga Jessie, por sinal.
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Ouço minha campainha tocando e me surpreendo. Ainda que Theo frequente meu apartamento ocasionalmente, na companhia de Lucas e Jessie, o porteiro não permite que ninguém suba sem interfonar.
Dou de ombros e pego minha clutch preta. Ainda me perguntando se estou tomando a decisão certa em dar esta chance ao Theo.
— Você não está dando uma chance à ele, Bia! Está dando uma chance a si mesma! — digo em voz alta, tentando me convencer de que não estou fazendo uma grande besteira em aceitar este encontro com meu amigo.
Caminho até a porta, ouvindo meus saltos ecoarem no piso de porcelanato. Tomo uma respiração profunda e abro a porta da sala, paralisando no mesmo instante.
— Uau! Você está... gostosa demais com esse vestidinho justo... — coçando seu queixo, ele me analisa de cima a baixo, me comendo com os olhos. A intensidade do seu olhar faz com que eu me sinta quente. Muito quente!
— O que você quer, Daniel? — pergunto mal humorada, tentando disfarçar o formigamento que toma conta do meu corpo.
— Além de te arrastar até a cama e te dar uma boa lição, por ter essa boquinha tão linda e tão atrevida ao mesmo tempo? — sorrindo de maneira sacana, ele se aproxima feito um predador.
Instintivamente, eu dou um passo para trás. Vejo seu olhar se escurecer, ainda mantendo aquele mesmo sorriso egocêntrico no rosto. Minha boca fica seca e meu ritmo cardíaco se acelera.
Não, eu não posso cair nesse joguinho outra vez!
O filho da mãe sabe que é um t3são em forma de gente e utiliza da minha abstinência de três anos sem sexo para me provocar! Ele apenas conhece meu ponto fraco e quer tirar proveito disso!
Controle-se Beatriz!
— Se você der mais um passo em minha direção, eu vou gritar! — ameaço, lamentando profundamente o fato de minha voz ter vacilado.
— Vai gritar? E quem você acha que irá ouví-la? Você se esqueceu de que são apenas dois apartamentos por andar? — Daniel entra de vez na minha sala e fecha a porta com cuidado, ainda sem desgrudar seus olhos dos meus.
Engulo em seco, percebendo que ele está coberto de razão.
— Mas... mas... A minha varanda está aberta! Alguém irá me ouvir e em algum momento descobrirão que é daqui!
