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Seu Nome

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Seu Nome

Sentei-me em frente ao policial, olhando para os meus próprios pés e pedindo a Deus que me ajudasse a sair dessa situação

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Sentei-me em frente ao policial, olhando para os meus próprios pés e pedindo a Deus que me ajudasse a sair dessa situação. Eu nunca fui de me envolver em confusão, sempre a mais quietinha, mais na minha, porém dessa vez foi totalmente diferente. Eu jurei que não deixaria que fizessem com a minha irmã o que fizeram comigo no passado. Eles mudaram totalmente a minha adolescência e simplesmente quando eu estou esquecendo essa fase horrível da minha vida, ela volta para uma pessoa que não tem nada a ver com essas especulações.

Minha irmã sempre foi uma garota dócil, meiga e quando toma uma atitude drástica, muitos a julgam. Em meus vinte e dois anos, eu vi ela perder a cabeça apenas uma vez, quando zombaram de minha aparência em sua escola. Confesso que eu nunca fui de me arrumar tanto, não gostava de maquiagem, cabelo bem feito e roupas na moda. Eu sempre fui aquela garota excluída, sozinha e solitária. Não queria que minha meninha passasse pelas mesmas coisas que eu. Eu queria que ela se lembrasse do seu ensino médio, como algo bom, algo que ela gostou.

Eu odiava minha época do colégio, foi uma tortura horrenda enfrentar três anos sendo esmagada dentro dos armários, com o rosto enfiado na privada e com os cabelos cortados toda vez que eu olhava para alguma menina popular. Mas eu dei a volta por cima, eu terminei a escola e logo fui para a faculdade. Hoje eu estou no meu último ano de Direito e sei bem quais são os meus direitos, mas sei ainda mais as consequências de não seguir as regras da sociedade.

Eu não sei o que fazer para livrar minha irmã dessa encrenca. Apesar de conhecer as leis, Lílian com certeza iria para o conselho tutelar e lá, eles decidiram o que fazer. Nossa mãe morreu jovem, vítima de um câncer no cérebro. Isso contribuiu ainda mais para que eu entrasse em depressão. De repente ao me vi sozinha, aos 17 anos, com uma criança de 12 para criar. Nosso pai, desapareceu no mundo, nunca quis saber o que se passava conosco e nunca ligou ou mandou um dinheiro para nos ajudar a ter o que comer. E isso é o que eu mais repúdio nele.

— Senhorita Ramirez? — o policial a minha frente me chamou, só que dessa vez ele não estava sozinho.

— Sim? — olhei para ele, despertando-me do meu transe.

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