Sehun Rules

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      -Oi, Dae. -A voz do outro lado da linha parecia cansada, rouca e baixa. Jongdae podia imaginar como estaria o aspecto físico do outro, mas queria varrer as imagens de Sehun chorando para o fundo de sua mente. -Desculpe por ter sumido, mas acho que isso vai se prolongar por mais um tempo. Decidi viajar por um tempo, férias fora de época. Já estava planejando isso, até queria te chamar para ir comigo.

       Uma risada gostosa, fofinha, partiu do rapaz. Jongdae ficou em silêncio, apenas escutando o som da voz, querendo desesperadamente poder vê-lo pessoalmente.

       -Já pensou, nós dois em algum lugar como a Índia? Eu sei que você iria adorar, é tudo tão colorido e vivo, igualzinho você. 

       Um curto silêncio se tornou confortável entre os dois, como se, de repente, eles estivessem no mesmo cômodo conversando diretamente, e não separados por quilômetros de distância e uma linha telefônica.

      -Dae? Você 'tá ai?

      -Sim, eu só fiquei com medo de que se eu falasse, você desligasse ou algo assim. -Sehun riu mais uma vez, até sua risada parecia cansada. -Desculpe.

      -Por me deixar falando sozinho? Acontece.

     -Não.

     -Então pelo quê, exatamente, está se desculpando? -Pelo que estou me desculpando? -Você não pode se forçar a gostar de mim, do mesmo jeito que não pode ignorar o que sente por esse Minseok. Fui idiota em ter te forçado daquele jeito, fui idiota de muitas formas e eu entendo que não tinha esse direito. Enquanto fiquei sozinho, não consegui parar de pensar que eu havia te violado. Dae, isso doeu como o inferno!

     -Você não me violou.

     -Sim, Dae, eu fiz. -Ele suspirou. Quando Sehun se tornou tão adulto e sério? Talvez Jongdae tivesse passado tempo demais mimando-o para perceber. -E eu nunca vou conseguir me desculpar adequadamente.

      -Você não precisa. Não me senti violado por você, desafiado seria a palavra. -Sehun soltou o ar, fazendo Jongdae se arrepiar. -O que eu vou dizer agora vai ser minha ruína, eu sei disso, mas eu gosto muito do Minseok, muito mesmo. Não sei colocar em palavras o que eu sinto só de olhá-lo. Nós nunca nos beijamos, mas quando eu o vejo quero ser tão corajoso quanto você foi. E isso não quer dizer que eu não possa te ver como homem, seria mentira se eu dissesse que aquele beijo não mexeu comigo, mas eu não sei o que eu sinto por você. Você pode ser o amor da minha vida, ou pode ser ele. -Sehun ainda estava em silêncio. -Eu não estou pedindo para você ter esperanças, mas que entenda que o meu coração vai acabar me enlouquecendo.

      Por um momento, Jongdae pensou estar falando com ninguém. Pensou que Sehun havia se cansado daquela novela mexicana e desligado o telefone, ou talvez apenas se levantou e saiu andando. Uma parte de si desejava que Sehun tivesse realmente saído andando no meio do seu discurso confuso. Ele queria muito que Sehun tivesse saído, mas sabia que ele jamais o faria.

      -Vocês têm alguma coisa?

     -Não.

     -Você quer ter alguma coisa com ele?

     -Sim.

     -E você quer ter alguma coisa comigo?

     -Sim.

       Os dois ficaram em silêncio mais um pouco.

      -Você precisa conversar com ele sobre isso.

     -Eu sei. -Jongdae suspirou. -Mas não quero. Não agora. Nós ainda estamos no começo e ele é inseguro quanto a mim, se eu falasse sobre isso não sei o que ele pensaria.

     -Mas ele ainda merece saber sobre os seus sentimentos.

    -Eu sei.

    -Ainda vou viajar, nos dar um tempo, se quando eu voltar você ainda estiver se sentindo assim e eu me sentindo assim...

    -Entendi.

    -Tchau, Jongdae.

   -Tchau, Sehun.

▪ Pretty Little Boy ▪ {XiuChen}Onde histórias criam vida. Descubra agora