Depois do Começo

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Vamos deixar as janelas abertas
E deixar o equilíbrio ir embora
Cair como um saxofone na calçada
Amarrar um fio de cobre no pescoço

Acender o intervalo pelo filtro
Usar um extintor como lençol
Jogar pólo-aquático na cama
Ficar deslizando pelo teto

Da nossa casa cega e medieval
Cantar canções em línguas estranhas
Retalhar as cortinas desarmadas
Com a faca surda que a fé sujou

Desarmar os brinquedos indecentes
E a indecência pura dos retratos no salão
Vamos beber livros e mastigar tapetes
Catar pontas de cigarros nas paredes

Abrir a geladeira e deixar o vento sair
Cuspir um dia qualquer no futuro
De quem
Já desapareceu

Deus, Deus
Somos todos ateus
Vamos cortar os cabelos do príncipe
E entregá-los a um deus plebeu

E depois do começo
O que vier vai começar a ser o fim
E depois do começo
O que vier vai começar a ser o fim

E depois do começo
O que vier vai começar a ser o fim
E depois do começo
O que vier vai começar a ser

Compositor: Renato Russo

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