CAPÍTULO 01

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●•○°• V I T Ó R I A •°○•●

Eu poderia dizer que estava no meu melhor momento. Depois de emergir do fundo do poço posso até dizer que -talvez- esteja pronta pra outra, o que é claro, é só uma grande e insana brincadeira. E se eu tivesse que algum dia ter que dar um conselho para alguém, com toda a certeza seria algo como "evite se apaixonar. Corra que é cilada! Sentimento com alta indicação de risco de intoxicação. Fuja!". E acho que ainda há um espacinho para o "Vá logo!" É, talvez eu ainda esteja com o meu pobre íntegro coraçãozinho machucado. Mas juro que superei, é só que, eu não posso evitar de comentar.

Já faz sete anos! Isso não seria tempo suficiente para minha mente deletar essa parte da minha vida? Eu sei que em todos esses anos não apareceu alguém que pudesse concertar o que foi quebrado mas, poxa coração, eu estou tentando. Você pode, por favor, colaborar?

Eu sei que não posso focar na idéia de que talvez não tenha concerto porque eu sei que há, tem que ter! Eu só preciso encontrar uma maneira de censurar. Mas parece que meu cérebro insiste em me fazer lembrar. Ele é imprevisível, quando eu menos percebo lá está ele focando no único ser que quero tentar esquecer.
É, eu sei que não posso sair por aí culpando os meus órgãos quando a única culpada de não conseguir seguir em frente sou eu. Mas talvez o culpado seja o trouxa do meu, diga-se, coração que é inteiramente submisso daquele otário!

Todos os homens deveriam vir com um manual para quem sabe conferirmos as consequências que virão. É claro que é o meu lado ferido se pronunciando, quer dizer, não posso simplesmente generalizar por ter me fodido no meu primeiro caso amoroso, certo? Prefiro pensar que esse é apenas o lado feio do amor, e anseio para descobrir se há um lado bom mesmo que não tenha coragem o suficiente para tentar outra vez. Sendo assim, chego a conclusão de que Gabriel Hayden, vulgo, a grande celebridade da música pop, é um grande filho da puta! E eu almejo ser, provavelmente, a única do país que deseja que ele se ferre em todos os sentidos.
É claro que eu não o odeio, é só o meu um por cento de mágoa se expressando.

Eu só quero que ele se foda assim como ele fodeu com o meu psicológico.

- O que você acha, amiga? Vi? - Ouvi a voz de Bree e levantei meu olhar para ela, um tanto perdida no assunto.

Bree tinha um sorriso travesso nos lábios e me encarava de maneira divertida. O cabelo loiro escuro estava prendido em um coque no topo de sua cabeça, os braços se movendo sobre a superfície da água.

Fiz uma careta não sabendo do que se tratava.

- Sobre o que? - Indaguei.

Ela revirou os olhos de íris escuras.

- Sai do mundo da lua, Vitória! - resmungou Melanie ao lado de Bree. Ela boiava de costas na piscina, mantendo aquela postura e feição zen e debochada que combinava muito com ela. Diferente de Bree, Mel tem cabelos na altura dos ombros e olhos castanhos, os traços de sua face marcantes e um sorriso de puro deboche.

Mostrei a língua para ela.

- Estamos falando daquele carinha que chegou em você ontem na balada. - Explicou Bree. - Mel acha que ele estava afim dela. O que você acha?

- Qual deles?

As duas sorriram para mim de maneira maliciosa.

No Encanto do Luar Onde histórias criam vida. Descubra agora