Capítulo 24- Tentando esquecer

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No dia seguinte Ucker me convenceu a ir à escola.

—Bom dia flor do dia!

Me assustei ao ver Christopher sentado à mesa junto de Clau e mamãe com um de seus lindos sorrisos.

—Bom dia. -lhe dei um selinho e sentei-me ao seu lado.

Encostei minha cabeça em seu ombro, fechei os olhos e respirei fundo tentando guardar aquele momento pra sempre na minha memória.

—Não vai comer? -questionou-me mamãe.

Permaneci em silêncio me segurando para não desmoronar em lágrimas.

—Dul, sua mãe está falando com você... -sussurrou Ucker.

—Eu sei, não sou surda, e muito menos sínica para agir como se nada estivesse acontecendo -abri os olhos encarando Blanca —Já estamos atrasados, vamos? -olhei para Christopher implorando para que ele me tirasse dali.

Ele não disse nada nem se moveu então decidi fazer por mim, me levantei seguindo até a porta de casa.

—Dul! Dulce! -segurou meu braço —Não precisava falar daquele jeito com a sua mãe!

—Ahh jura? E como você acha que eu deveria tratá-la? Dando flores? Beijando seus pés por tirar tudo que eu amo como se não fosse nada!?

Soltei meu braço de sua mão e segui caminho até o meu carro, dando partida e arrancando com o mesmo. Christopher ainda tentou me deter mais Claudia o impediu. Novamente as lágrimas vieram à tona, embaçando minha visão, apertando meu coração.
Decidi mudar minha rota, não estava com cabeça para ir pra escola. Por que as coisas tem que ser assim? Por que eu fui fazer amigos? Por que eu fui me apaixonar? Por que... Por que papai... Por que você foi embora?
    Cheguei na escola após os dois primeiros tempos. Pedi licença ao professor e adentrei a sala recebendo os olhares de toda turma. Não demorou muito para que o sinal do intervalo soasse.
Nossos olhos se encontraram, notei a tristeza que aquele par de olhos mel carregavam, ele balançou a cabeça e deu meia volta indo atrás dos amigos, fui mais rápida e puxei seu braço o fazendo girar e nos encaixar em um abraço apertado.

—Me desculpa, eu sou uma cabeça dura! Eu não devia ter falado daquele jeito com você.

—Aonde você estava? -questionou-me com um semblante sério.

—Fui para o mirante. Precisava pensar. -sequei as lágrimas que escorriam em meu rosto.

—Dul. Não chora! -beijou minha testa —Odeio ver você chorando e não poder fazer nada.

—Você pode, você está fazendo. -colei nossas testas —Você está aqui, comigo. -o beijei.

Seguimos para o pátio a procura de nossos amigos.

—Está tudo bem Dul? -Annie veio até à mim com um semblante preocupado.

—Está sim Annie. -forcei um sorriso

Christopher se aproximou me puxando pela mão me sentando em sua perna.
O restante do dia seguiu tranquilo. A todo momento evitava os questionamentos de Annie e Mai.

—Ai meninas! Pleeease!! Eu preciso de roupas novas! -Annie fez bico

—Ta, ta bom! Eu vou! -Mai levantou as mãos em sinal de rendição

—Tudo bem. -revirei os olhos de braços cruzados

—Ebaa! Vocês são as melhoores!! -nos abraçou

Pode colocar na lista de coisas que eu odeio: ir ao shopping com a Anahi. Além de vestir mil roupas, Annie conhece todas as vendedoras das lojas e passa horas conversando com cada uma.

—Aah isso é tortura! -reclamei

—Oi meu amor! Onde você está? Pensei em irmos naquela sorveteria que você ama.

Só em ver a mensagem de Christopher meu estômago deu cambalhotas, eu estava cada vez mais apaixonada, pelos seus olhos, pelo seu cheiro, pela sua voz, pela sua boca, pelo seu carinho, pelo seu corpo, por tudo que fosse relacionado a Christopher Uckermann.

—Estou sendo torturada pela sua irmã, é a quinta loja que ela entra! Uhmm aquele sorvete de menta com chocolate cairia super bem agora.!

—Vou passar ai para te salvar, mas só com uma condição...

—E qual condição seria essa?

—Você vai dormir lá em casa hoje.

—Muito boa essa condição, haha.

—Sabia que você iria gostar!

—Acabei por aqui meninas! Agora só temos que ir na loja de makes! -Annie se aproximou cheia de sacolas nas mãos

  Mai e eu nos entreolhamos e suspiramos. Graças ao meu lindo namorado que não demorou a chegar, estamos saindo do shopping indo em direção a minha sorveteria favorita.

—Ai! Isso é golpe baixo! Eu amo sorveete! -Anahi fez bico
—Amanhã vou ter que passar horas na academia!

—Que bom, assim a casa fica livre pra mim e para a Dul! -Ucker apertou o nariz da irmã

—Christopher!! -o repreendi

—Uhmmm, safadinhos!! -gargalhou Annie

—Aah! Santa você ne dona Anahi Uckermann! Você acha que eu já não vi o Poncho saindo pela janela do seu quarto de madrugada? -cruzou os braços

—UCKER!!! -Anahi tapou o rosto com as mãos

Gargalhamos ao ver a cara da Annie de envergonhada e ao mesmo tempo surpresa por descobrir que seu irmão sempre soube das escapadas noturnas que seu namorado dava de seu quarto. Após tomarmos nossos sorvetes e colocarmos o papo em dia, Ucker deixou Mai em casa e depois passou na minha para que eu pegasse minhas roupas.

—Bom meu casal favorito, eu vou indo pro meu quartinho tomar um banho pois essa tarde no shopping deixou meus pés doloridos.

—Eu que o diga! -cochichei

—Aah! E obrigada cunhadinha por ter ido me fazer companhia! -me abraçou

—Eu até falaria "Sempre que precisar", mas é sério! Nunca mais me chame pra ir fazer compras! Eu lhe imploro!

Christopher e Anahi gargalharam da minha cara de desespero, pois era somente isso que eu sentia só de lembrar das horas e horas que passamos naquele shopping. Depois que Annie subiu eu e Ucker ficamos conversando, ele me contou de quando ele foi com a Anahi pela primeira vez no shopping depois dela tanto insistir que ele fosse, ri demais com as caras que Christopher fazia só de lembrar do dia.

—Amor, vamos subir? Preciso tomar um banho. -pedi

—Só se eu puder ir junto! -sorriu malicioso

—Vou pensar no seu caso! -lhe beijei

Subimos e Christopher me encaminhou até o banheiro enquanto nos beijávamos loucamente. Ele trancou a porta e me sentou sobre a pia, ele distribuia beijos por todo o meu pescoço e lábios, tirei sua blusa e depois ele retirou a minha, logo todas nossas peças de roupa estavam no chão. Senti a água quente bater em minhas costas junto com suas mãos que trilharam um caminho até minhas nadegas. A intensidade que nos olhávamos, que nos entregávamos, que nos beijavamos, que nos agarrávamos, era surreal, era única, era um misto de prazer e amor, necessidade e vontade, saudade e desejo. Quando estava com Ucker não me via com mais ninguém, ele fazia com que eu me sentisse única, nós nos encaixávamos perfeitamente como as duas últimas peças de um quebra-cabeça.
    Após o banho, deitamos para assistir um filme e acabamos dormindo. Quando acordei Ucker dormia serenamente, com os seus cabelos ainda úmidos, seus labios rosados e seus cílios aloirados. Sorri ao vê-lo ali comigo, a alguns meses atrás eu nunca imaginaria estar assim, feliz, pena que a felicidade dura pouco, as lembranças do dia em que mamãe deu-me a notícia de que iríamos nos mudar em breve dominou meus pensamentos fazendo meus olhos marejarem e logo darem espaço a uma cachoeira de lágrimas. Eu não conseguia, não podia, me ver mais sem Christopher, sem Anahi, sem Maite, sem Christian, sem Alfonso, sem nossas tardes na piscina, sem nossas festas, sem nossas noites de cinema, sem tudo que me faz realmente feliz.

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