sixteen

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Nem meio cheio nem meio vazio. Tenho medo de transbordar dor ou de secar o amor.
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Taeyong agora terminava de arrumar a louça enquanto Chittaphon dormia tranquilamente no sofá. Mark havia saído a alguns minutos em direção a sua obrigação barra estudar. Era possível ouvir pequenos suspiros que saíam dos lábios finos do tailandês enquanto dormia. Os cabelos de cor negra como a noite caíam sobre seus olhos juntamente com pequenas gotículas de suor e lágrimas que desciam por ali. Coisa normal quando dormia. Não gritou ou agonizou, apenas continuou com as lágrimas silenciosas e seus suspiros quase tão inaudíveis quanto as mesmas.

Lee saiu da cozinha e se aproximou do tailandês devagar, sem fazer o mínimo barulho. Se abaixou perto do garoto mais velho e levou suas mãos ate os cabelos macios, acariciando os tão aguardados e amados fios escuros. Os dedos se entrelaçavam no mar escuro de fios em um simples e leve carinho enquanto o dono das madeixas continuava a choramingar baixo. As mãos delicadas de Chittaphon foram até a outra mão de Taeyong e a agarrou firmemente e a puxou contra seu peito. As pernas se encontravam pressionadas contra sua barriga e seu rosto se escondia nos fios e nas pernas cobertas por uma calça jeans. Os soluçõs eram mais frequentes e as lágrimas também.

— Não me abandone novamente.- Falou Ten em meio ao choro.- E-Eu tenho medo do escuro.

Temos goles de felicidade. Primeiros engasgamos e tomamos apenas leves goles. A medida que a massa cinzenta de tristeza e desespero se acumula na goela, a água límpida acaba. Até que em um certo dia você necessita tomar as próprias lágrimas e dores a fim de poder respirar novamente. Chittaphon gostaria de respirar mais uma vez.

— Eu sempre estarei aqui com você.- Segredou Taeyong enquanto apertava fortemente a mão do mais baixo.- Nunca vou abandonar você. Jamais.- Os dedos continuavam no carinho pelos fios negros enquanto o coreano sussurava pequenos "shh" ou "vai ficar tudo bem" perto de Chittaphon que continuava a chorar contra sua mão e as próprias. As lágrimas quentinhas enchiam a mão de Taeyong com toda a dor que o garoto estava a sentir.

Não muito tempo depois os soluços se tornaram inaudíveis a as lágrimas pararam. Depois de muito tempo o tailandês estava em sono profundo sem algum pesadelo ou grito. Pela primeira vez havia entendido a frase "ele dorme como um anjinho". Sabia que não era tudo isso já que Chittaphon para si era um Deus porém os olhos finos e fechados ainda molhados contrastando com a pele e os lábios do mesmo fazia o coração de Taeyong se encher de uma calma inigualável e seus pulmões transbordarem de amor(?)

Lee talvez sentisse falta da palavra amor. Talvez... Talvez sentisse falta das borboletas que tanto o incomodavam agora enquanto a mão delicada de Tem segurava a sua. Sentia falta do sorriso bobo que agora iluminava os lábios vermelhos como cereja ao ver o tailandês dormindo calmamente. Sentia falta dá vontade enorme de oferecer carinho... E assim fazia. Os braços um tanto fortes de Taeyong rodearam o corpo do menor desajeitadamente e se infiltrou no pequeno sofá(ao menos para ambos), abraçando fortemente o garoto. Os lábios vermelhos cantarolavam uma melodia doce e baixa que o dono dos mesmos havia aprendido quando era criança. Uma melodia tão doce quanto os pêssegos que eram cantados na mesma e tão calma como as águas de um rio. Tão doces quanto Chittaphon e tão calmo quanto seu sono. Tão doce e calmos como amor. Tão doce quanto os lábios do tailandês? Taeyong não sabia mas com certeza gostaria de saber.

O alvo se aproximava cada vez mais do estrangeiro enquanto a melodia parava aos poucos assim como o resto de sanidade que havia em Lee. A mão alheia ainda segurava fortemente a sua quando sentiu o suspiro quentinho de Ten contra seus lábios. Cada vez se aproximava cada vez mais dos lábios tão convidativos de Chittaphon. Ah, os lábios que tanto amava. Prestes a selar o menor, parou e observou todos os momentos a fim de guarda-los muito bem. Quando as bocas iam se encostando... Taeyong caiu no chão pelo tamanho susto que levara da maldita música do maldito celular de Chittaphon que acordou quase que imediatamente. Lee estava estirado no chão decepcionado enquanto o outro procurava o aparelho.

— Alô?- Falou sério se sentando no sofá.

"— Quanta seriedade, Tenten."- Uma voz já conhecida soou.

Shout;;; Taeten¡!Onde histórias criam vida. Descubra agora