Capítulo 2: Olhando com outros olhos.

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Luzes estavam para todos os lados, principalmente as do flash de uma câmera semi profissional. Homens caminhavam para lá e para cá, era o terceiro suicídio no período de duas semanas. A trajetória começou a ser desenhada, isso levava a um serial killer.

Com toda a certeza, eu fui o último a chegar. Só que em minha mão estava uma garrafa de água mineral, de um rótulo azul e com mordidas em sua tampa. Eu sabia que eu fazia aquilo por conta da minha incontrolável ansiedade. Com um líquido transparente dentro da mesma, fazendo com que todos que a olhassem achassem de primeira impressão que ela estaria cheia de água, porém havia algo mais forte nela. E amigo, eu comecei a beber cedo neste dia. Observei o local e percebi que a professora estava recebendo um acompanhamento psicológico, assim como o homem que pela sua vestimenta, chutei ser o zelador do colégio. O que me fez parar, foi uma garota que não conseguia parar de chorar. Ela estava em choque, com certeza aquela foi sua primeira cena de dois mortos. Entretanto, não era apenas aquilo que me chamou atenção nela. Ela tremia demais, chorava demais. Seus olhos fitavam o chão com uma intensidade profunda. Naquele instante, preferi apenas guardar sua aparência. Uma menina de longos cabelos pretos, nariz fino, assim como os lábios, os olhos azuis e com um comprimento de 1,55. Tinha um corpo atlético, por isso, chuto que seja uma patricinha mimada. Não, ela poderia ser líder de torcida, mas por suas unhas estarem bem feitas e seus braços não parecerem tão firmes quanto a sua perna, acredito que ela faça apenas academia para manter um bom corpo, uma boa aparência. Logo, um bom status em um colégio de adolescentes, cujo a maioria dos meninos  babariam por suas coxas e até mesmo masturbariam pensando nela. Ela era egocêntrica. Era nítido, ela não estava apenas em choque, ela estava com o pior sentimento da história. Um remorso profundo.

As fitas amarelas farfalhavam com o vento que batia no local, fazendo-me erguer a mesma e passar por de baixo.

- O que houve? - Disse no momento em que parei ao lado de um homem alto e forte, ele tinha a pele clara, e a cor de seus olhos eram de um verde peculiar. Sua pele branca, totalmente o contraste de seu cabelo crespo e que estava navalhado. Ele vestia o colete da nossa corporação, uma calça leve preta e um coturno que chuto ser 44 em seu pé. Aproveitei e dei um gole em minha suposta água.

- Duplo suicídio, Leroy Braview de 15 anos e Alysson Garden de 16 anos. Ambos deste mesmo colégio. Alysson era uma garota esforçada, já Leroy era o gênio de sua turma.  - Ele me olhou sério, com os Braços cruzados que chegou a assustar. Adorava esse jeito macho alpha de Leopold. Ele já era alto, musculoso e possuía a cara como a de um rottweiler. Pude perceber que ele havia sido pego de surpresa, mesmo tentando manter a voz firme, assim como a sua postura, ele estava acabado por dentro. Sua sombrancelha falhou por um breve momento, ele não conseguia acreditar que dois jovens acabaram de morrer? Será que estou certo? Bem, foi o que me pareceu.

- Ótimo, bom saber, quando foi a hora da morte? - O perguntei, no mesmo instante em que bebia novamente a minha "água".

- Pelos especialistas, a morte ocorreu entre 7:00 a 7:40 da manhã. A escola abre a partir das 8 da manhã. - Ele se virou para mim, bufando de raiva. Eu já imaginava o que seria, eu não podia negar. Eu sentia o mesmo. - Leon, Diga-me o que é isso!? Suicídio atrás de suicídio, até chegar ao ponto de nos chamar. Somos os federais, isso não é bom. – Ele estava certo.

- Concordo com você, chefe. As coisas não estão boas, parece-me mais um caso parecido com a era das trevas de nossa cidade. – Mais um gole, agradeço o mal ofato de Leopold. Caso fosse pego, com certeza eu seria demitido  de imediato.

- Algo parecido com Smile e companhia? – O chefe não fraquejou, manteve-se firme e atento em minhas palavras.

- sim, isso e algo novo. Alguém novo, não e mais um seguidor de nenhum dos lunáticos.

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