O Desaparecimento

22 1 0
                                    

-Ninguém atende! - disse Steve passando a mão sobre sua cabeça.

-E agora? - perguntou Elnice aos prantos. -Precisamos ligar para o resgate!

-Não precisa, eu já me antecipei! -disse Paola dando-lhe um abraço.

-Pai, mas o que realmente aconteceu? -perguntou John sentado no sofá mexendo a perna de nervoso.

-O Esteves me levou para velejar, mas eu não quis porque estava faminto. Eu disse para ele para irmos depois de comer alguma coisa, e ele combinou comigo que só ia arrumar o barco e dar uma volta, que ele me pegava entre uma hora ou duas horas. Fui na churrascaria que havia perto e passou-se mais ou menos duas horas e meia, ele não dava sinal de vida e comecei a ficar preocupado, fui buscar ajuda e ninguém o tinha visto por lá. -respondeu Steve querendo esconder seus olhos lacrimejantes.

-Mas pode ser que ele esqueceu o combinado, daqui a pouquinho ele já vai estar por aqui! - confortou Paola segurando as mãos do Steve.

-Espero que você tenha razão, tia! -disse Elnice soando o nariz.

Paola, Nany e Steve foram para a região onde viram Esteves pela última vez. Enquanto John e Elnice ficaram em casa para ver se aparece notícias e se o próprio Esteves aparece.

-Eu não sei o que eu faço, se algo acontecer com o meu pai! -disse Elnice com o lenço nas mãos e inundando a casa com suas lágrimas de preocupação.

-Calma vai dar tudo certo, ele está bem. É só esperar! -disse John querendo acalmar a prima.

-Foi ele que me ensinou a ler, escrever...

Elnice não conseguia se conter, ela só chorava, chorava e chorava. John começou a ficar preocupado com sua prima, ele foi até a cozinha pegou um copo de água com açúcar e deu para ver se ela se acalmava um pouco. Até que a campainha tocou e eram as amigas da sua prima, John deixou Elnice e suas amigas na sala, e decidiu ir para o seu quarto.

Em sua cama John encontra a carta que ainda não conseguira ler, um pouco cansado e sem cabeça para nada, ele decide colocar a carta no bolso para depois ler. John tirou um cochilo de no máximo 30 minutos, mas que pareciam uma eternidade. Com muita dor de cabeça John procura por algum remédio, mas nada encontra.
E ele resolve ir a uma farmácia comprar.

-Aonde você vai John? -perguntou Elnice vendo o primo tentando sair de fininho para que ela e suas amigas não percebessem.

-Vou à uma farmácia comprar remédio e já volto! -respondeu John meio sem graça, pois ia deixar a prima sozinha com aquelas meninas.

-Ok, John. Mas volta logo, por favor. Daqui a pouco já vai escurecer e parece que vai chover! -disse Elnice mais calma.

-Pode deixar, prima! -disse John abrindo a porta.

Haleiwa é uma cidade pequena, mas John não fazia ideia onde tinha uma farmácia.

Ele foi andando sentido centro e até que ouviu o som das ondas do mar. Aquilo lhe deu uma sensação de paz, que nem ele sabia explicar e ele hipnotizado foi pelo caminho da praia. Ao ver o Pôr do sol, ele resolveu sentar um pouco na areia só para apreciar um pouco mais aquilo, mas ao sentar-se começou a chover e John saiu correndo para procurar um lugar onde se proteger, foi que nessa ele encontrou a sorveteria que tinha ido mais cedo.

-Qual sorvete você quer? -perguntou o sorveteiro sorridente olhando o John dos pés a cabeça.

-Por enquanto não vou querer, só estou aqui para me proteger da chuva! -respondeu timidamente.

-Creio que essa chuva vai passar rapidinho, as chuvas nessa estação são temporárias! -afirmou o sorveteiro. -Meus pêsames pelo seu tio!

-Mas quem disse que ele está morto? -disse John bravo. -Pelo visto notícias correm bem rápido por aqui... Ele só está desaparecido!

O Bem Aventurado e a CartaOnde histórias criam vida. Descubra agora