Muralha Tenra

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Ela se deita
E eu sinto o toque suave de sua pele
Sua nudez, sua tez quente
Entumesce meu pau latejante
Que na porta entre suas pernas
Bate qual pedinte
Faminto, sedento
Forte, duro, robusto,
Carente

Ela rejeita
Sem qualquer justificativa
O corpo é dela, é seu reinado
Seu castelo de portão trancado
E eu, Robin Hood pobre
Anseio por sua caridade
Lançando a flecha, batendo o aríete
Sem sucesso, contra sua frágil boceta
Fechada como pérola na ostra
Seca, serena, inexpugnada
E eu com fome e sede
Diante de toda essa água
Salgada

Seu corpo fechado às carícias
Ouvido surdo às malícias
Desejo alheio à lascívia

De olhos cerrados, sonhando
Ela ignora meu tesão com sucesso
Passa púdica por meu pênis ereto
Oferece-me a castidade, o silício
Fecha-me o caminho de sua catedral

Não posso apelar à violência
Embora o sangue siga em potência
A irrigar minhas bolas já doloridas
Minhas mãos já apertam de forma frenética
Os seios, as pernas, as ancas enérgicas
Fazendo a voz dela ressoar  solene
Suave, sonolenta, com tonalidade estratégica
A me dizer um não retumbante
E perene

Devo me envergonhar de meu desejo?
De não ser mais forte que o sangue
Que faz de meu mastro enrijecido
Meu orgulho de sete polegadas?

Devo me sentir em pecado
Por querer esse corpo ao meu lado
Por pensar obscenidades
Por querer só uma foda
Por elaborar minhas capacidades
De fazê-la gozar a noite toda?

Sua mente está em algures
Seu corpo ao meu lado interdito
Ela espera de mim castidade
Enquanto cresce meu desejo maldito

Meu tesão, meu prazer e meu sêmen
Se multiplicam aos milhares
E, escondido, rezo e após o amém
Gozo pensando em outras mulheres

Poemas proibidosOnde histórias criam vida. Descubra agora