• dezoito •

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Só um tiro soou na arena naquela noite.

Ecoou alguns metros acima, as ondas sonoras que partiram da arma fizeram toda a audiência se calar. E com toda a audiência, soma-se os observadores que assistiam o duelo ao vivo, direto de seus celulares.

Entretanto, o som do disparo não vinha da arma de Park Jimin, como todos os presentes pensavam. Não, o moreno não havia sido rápido o suficiente. Antes que pudesse puxar o gatilho, uma bala estava se alojando em seu tronco.

Levaram-se alguns segundos de pura confusão para a audiência entender o que havia acontecido.

Era Park Jimin, baleado.

Sua arma jogada ali perto, enquanto ele se dobrava em agonia.

No meio da platéia, a figura ruiva ainda posta em sua posição de mira; pernas separadas, cabeça erguida e o braço apontando direto no coração do moreno.

Porventura, os guarda-costas de Park Jimin não foram tão lentos. Processaram rapidamente a situação e estenderam seus revólveres.

— Corre! — Yoongi gritou da arena.

Jung Hoseok não esperou muito tempo ali, deu seu último olhar na direção do namorado e logo correu para fora do alvo dos observadores irados, das armas nervosas e das garras do jogo.

Sons de múltiplos tiros encheram o viril ambiente. Se esquivando, mais uma vez, Hoseok só soube pedir para que tudo terminasse bem para as pessoas que eram importantes em sua vida. E para ele também, porque alguns dos fanáticos estavam perseguindo-o. Ele podia ouvir seus passos.

(...)

Taehyung havia perdido a noção do tempo e do espaço. Estava tudo passando em câmera lenta na frente de seus olhos e ele não sabia dizer o que estava acontecendo. Park Jimin estava se contorcendo no chão, com uma bala alojada em alguma parte do corpo. Seus capangas com as armas posicionadas em mãos e Yoongi gritando foram as coisas que conseguiu captar.

Pânico.

Os observadores presentes nas arquibancadas gritavam, corriam para as saídas que logo se tornavam obstruídas.

Jeongguk se jogou no chão e o puxou para debaixo de seu corpo, como se estivesse prezando pela vida dos dois. Taehyung ainda não conseguia verbalizar algo, ele só pensava na própria morte.

Então um grito, que não vinha de Jimin, ecoou.

Yoongi, já no chão, havia levado um tiro.

O Kim se desesperou, se soltou de Jeon e se levantou, pronto para ajudar o esverdeado, quando uma dor dilacerante atingiu seu ombro. Colocou a mão ali por impulso e sentiu o sangue quente. Não precisou olhar para sua mão e confirmar.

Havia sido novamente puxado para o chão, mas a dor não o deixava prestar atenção nas coisas ao redor. Kim Taehyung sempre fora fraco para dores e doenças. Agora, com um simples tiro no ombro, tudo estava ficando escuro para si.

(…)

Jeongguk estava desesperado. Haviam duas pessoas baleadas e ele se sentia com sorte por ainda estar bem.

Não viu mais o corpo de Park Jimin no chão, concluiu que alguém havia o tirado dali, ou o mesmo poderia ter se arrastado até um lugar seguro.

Se arrastar para um lugar seguro. Essa era a sua ideia no momento, mas só conseguia desviar de balas perdidas, pedras e outras coisas que jogavam na arena. A multidão estava gritante, corpos ensanguentados começaram a cair das arquibancadas, pessoas atirando às cegas e brigas se iniciando em todas as partes. O moreno tinha certeza de que mesmo que estivessem num lugar distante da cidade, logo a polícia apareceria ali.

Tinha um Taehyung desmaiado em seus braços e Min Yoongi do outro lado do ringue, em posição fetal. Tentava estancar o sangue que saía do ombro do acastanhado com sua jaqueta, lhe segurando pelo tronco enquanto tentava se levantar e chegar até o Min.

Queria xingar qualquer entidade existente naquele momento. Foi então que ouviu, vindo dos alto-falantes, uma voz grossa e desconhecida soando na arena, lhe assustando assim como seu celular, que vibrou no bolso esquerdo.

“Todos vocês são cúmplices disso. Se você não quiser ser identificado pela polícia internacional, sugiro que deslogue de Nerve e fuja enquanto há tempo.”

nerve » taekookOnde histórias criam vida. Descubra agora