O Jantar

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Ir na casa do tal Victor... Não parecia ser uma boa ideia.

- Pai eu não sei se eu quero ir.
Nós temos que ir filha, ele vai ser o meu patrão Gabriela. E tem mais, eu falei para eles que eu tenho uma filha linda, e que eu queria que eles conhecessem também. Eu não posso simplesmente chegar e desmarcar.
- Tá bom, então já que não tenho escolha eu vou. Mas eu só vou por você.
- Obrigado filha, isso é muito importante para mim.
- Eu sei pai.
- Te amo filha!
- Também te amo pai!

Já estava arrumada, o meu pai estava quase pronto... bom enfim poderíamos ir. Meu pai pegou o carro dele que estava muito tempo guardado na garagem, Quem sabe com um pouquinho de sorte ele pegasse, era um Chevette anos 80... fazer o quê? táxi aquela hora é um pouco difícil (risos)
A casa era perto da Floresta Do Outro Lado da Cachoeira que o Caleb tinha me levado. Chegando lá, nós somos recebidos pelos donos da casa, o senhor e senhora Valentine.

- Olá, seja bem-vindos!

Eles foram bem simpáticos. Nós entramos e sentamos na sala de estar. Então o senhor Valentine apresentou a sua família.

- Bom, essa é minha família. Essa é a Mariana, minha filha. Esse é o Henrique, meu filho mais novo, e encostado ao mais velho se chama Ariel. E claro que não poderia deixar apresentar a mulher da minha vida, Melissa.
- O prazer é todo meu! Mas o senhor falou que tinha um filho filho mais velho... (Gael)
- Sim, ele deve tá se arrumando, mas já vai descer.

No começo achei eles bem legais, mas a Mariana ficava me encarando o tempo todo.
O senhor Valentine, nos convidou para irmos para a mesa de jantar, nós tentamos a mesa. Quando escutava passos na escada, deveria ser o filho mais velho.

- Se aproxime filho, e os apresenta meu filho mais velho, Miguel!(Victor)

Não, não é possível... não é possível que aquela pessoa que estava ali na minha frente, era o filho do patrão do meu pai. Aquele imbecil que atropelou a minha bicicleta na escola. Ele veio até mim para me comprimentar. Ele pegou a minha mão e beijou me olhando nos olhos. Ele ele falou:

- Acho que já nos vimos antes.
- Então vocês se conhece?! (Victor)
- Digamos que ele atropelou a minha bicicleta na escola hoje cedo. (Gabriela)
- Você fez isso filho?
- Não foi a minha intenção.
- Não se preocupe Gabriela, daremos um jeito nisso.

Já estavam todos na mesa, então o Miguel junte-se a nós e senta.
O jantar foi servido e a mesa estava farta de comida e nós Jantamos. O Miguel ficava me olhando de um jeito que já estava me deixando constrangida, nesse instante o meu celular toca, era mensagem do Caleb então peço licença a todos e saio do lado de fora da casa para ver a mensagem, que estava escrito:

"Eu preciso te ver. Vem me encontrar na cachoeira! Você me pediu pra te falar o que está acontecendo, então eu vou te falar!"

Eu estava indecisa, eu não sabia se eu ia ou se eu não ia. Eu sentei na escada da varanda para pensar, até que eu vi uma sombra se aproximando. Era ele, o Miguel. Ele sentou ao meu lado, e falou:

- Desculpa!
- Desculpar pelo o que?
- Por ter atropelado a sua bicicleta.
- Acho que ela vai ficar bem.
- Assim espero. Você parece preocupada...
- É impressão sua.
- O que você achou da minha família?
- Eles são bem legais, simpáticos... mas eu acho que a Mariana não foi muito com a minha cara.
- Ela é assim mesmo, ela é fechada no mundo dela.
- Faz muito tempo que você chegou na cidade?
- Hoje faz dois dias.
- Você morava na Suíça, né?
- Sim, mas meus pais são daqui de Novahills. Você gosta de música?
- Depende muito da música.
- Vem cá, eu quero te mostrar uma coisa.

Ele me leva para uma sala, lá tinha um piano lindo, branco, enorme. Ele sentou no banco e começou a tocar uma música clássica e eu fico o admirando. Admirando a sua leveza, o seu charme e sem contar a sua beleza. Ele tocava muito bem por sinal. Até que ele pare de tocar estende a mão, Eu segurei sua mão e sentei ao lado dele ele voltou a tocar e ficava me olhando profundamente, Seus olhos era fascinantes. Para completar aquela cena, ele resolve cantar. Sua voz era linda, uma bela melodia de se ouvir. Até que sua irmã Mariana entra na sala e fica nós observando. Mas o Miguel não parou de tocar e cantar. Então Mariana resolve começar a dançar aquela música. Passos leves e lindos.
Todos entram na sala e Aplaudem a performance dos dois!
já era tarde e meu pai avisa que temos ir. Nós dois nos despedimos da família Valentine, entramos no carro e fomos embora. Estava chovendo muito, quase não dava para ver a estrada, eu olhava pela janela e lembrava do Guilherme cantando e tocando. Nós passamos pela Cachoeira novamente e... eu lembrei da mensagem do Caleb. Eu tinha esquecido completamente, quando eu chegamos na Cachoeira, lá estava ele sentado em ma pedra, todo molhado e triste. E eu me desesperei...

- Pai para o carro!
- O que?
- Para o carro!
- Eu não vou parar aqui Gabriela.
- Por favor, para o carro.

O meu pai para o carro, eu desço e saiu correndo em direção a ele. Mas antes que eu chegasse até ele, Ele olhou para mim e foi embora. Então eu gritei pelo seu nome. Mas ele não olhou para trás e sumiu na escuridão da noite.
Eu voltei para o carro chorando e pedir para que meu pai nos levasse embora. A gente chega em casa, eu subo correndo para o meu quarto e fecho a porta. Eu ligo para o Caleb, mas ele não me atendia. Eu fiquei insistindo até quando deu desligado. Eu chorei ainda mais lembrando do rosto dele me olhando na chuva todo molhado. Eu estava ansiosa para que amanhecesse logo para conversar com ele na escola pessoalmente e tentar me explicar.
Eu não estava conseguindo dormir, então desço as escadas para beber um copo de água e não parava de pensar nele. Eu volto para o quarto e vejo uma coisa perto da cama era uma jaqueta, era a jaqueta do Caleb. Ele deveria ter esquecido quando pulou pela janela. Fiquei muito feliz, Ainda estava com seu cheiro, então me deitei e me cobrir com a jaqueta dele, só assim eu consegui dormir.


Ódio Mortal - O inícioOnde histórias criam vida. Descubra agora