16- Não sou secretária pra ficar dando recados

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Caminhou quase que cegamente, andando rápido e só parou quando chegou ao terraço. Se sentou num dos banquinhos dali e ficou olhando os prédios da cidade, tentando fortemente não pensar em tudo que estava acontecendo. Seu celular tocou, tirando-a de seus pensamentos.

- Mãe? – Misty atendeu – Oi, mãezinha!

- Oi, filha – sua mãe disse do outro lado da linha

- Aconteceu alguma coisa? A senhora não costuma ligar... – Misty indagou

- Preciso te contar uma coisa – a mais velha disse

- A pronto... – Misty disse já imaginando o pior – Quem morreu?

- Vira essa boca pra lá, menina! – repreendeu – Ninguém morreu, não

- Menos mal então... – Misty resmungou baixinho – O que foi então?

- Estamos tendo problemas com o pagamento do aluguel e com algumas contas de casa, então pode ser que não dê pra te mandar dinheiro mês que vem – a mulher revelou receosa – E nem sei se vamos conseguir mandar muito esse mês...

Misty ficou calada por alguns instantes, respirou fundo – Não se preocupem comigo. Eu posso me virar aqui... arrumar um emprego, sei lá. – disse tentando tranquiliza-la – Se preocupem apenas em resolver esses problemas com o aluguel e as contas

- Tem certeza que consegue se virar aí? – perguntou e Misty assentiu – Por precaução, eu mando algum dinheiro... mesmo que seja um valor pequeno

- Tudo bem, mãe – disse calmamente – Não se preocupe

- Se Deus quiser, vamos superar isso tudo logo logo – a mãe assegurou otimista

- Tudo bem. Agora... eu preciso ir. Beijos – se despediu e desligou

Misty ergueu a cabeça e fechou os olhos - Primeiro, minhas amigas acham que não sou capaz de resolver controlar própria vida e agem pelas minhas costas. Depois meu melhor amigo me dá o primeiro fora da minha vida. Em seguida minha amiga é expulsa da escola por estar quase transando na biblioteca, além de me culpar por isso. E agora meus pais estão passando por dificuldades - respirou fundo - Por que você não manda logo um raio na minha cabeça? - Misty disse olhando para o céu e logo em seguida um relâmpago cai um pouco à frente do prédio onde ela estava - Errou por pouco, Thor. Tenta um pouco mais pra esquerda - disse séria e se sentou no chão, escondendo o rosto enquanto abraçava as próprias pernas

- Não acerta ela, não, Thor. Ela é a única garota que ficou na minha vida por mais de uma semana. Ela é muito importante pra mim - Misty ouviu alguém dizer um pouco longe

- Pois é, Thor, ela é minha melhor amiga... O senhor pode, por favor, levar esse raio pra longe? – Misty ouviu outra pessoa dizer e começou a assimilar de quem eram as vozes

- Pode levar esse raio pra bem longe, porque se isso cair aqui vai fuder toda a eletricidade dos dormitórios e não vai ter como eu deixar ela ganhar no vídeo game pra deixa-la feliz – uma terceira pessoa disse

Ergueu a cabeça e se deparou com os três mosqueteiros, Lucas, Josh e Bruno estavam ali.

- Nós meio que ouvimos tudo – Lucas disse se sentando ao lado dela – Você ta bem? – perguntou preocupado

- Pra falar a verdade, nem um pouco – respondeu – mas ficar aqui choramingando não vai resolver nada – disse se levantando

- Nada disso - Josh a puxou para se sentar novamente - Aqui você pode tirar sua armadura e chorar o quanto quiser. Você não precisa ser forte agora!

- A gente te protege de qualquer raio que possa cair - Lucas assegurou, "tranquilizando-a"

- Chorar não significada que você não conseguiu lidar com a situação. Você pode chorar, só não aconselho que faça isso sozinha - Bruno disse abraçando-a de lado

O Filho da DiretoraOnde histórias criam vida. Descubra agora