O olho de Órus

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   Assim que o dia raiou, Glenn, como sempre, levantou bem cedo, ainda se podia ver a escuridão da noite no horizonte.
   Levantando-se, ligou seu som que eles adaptou caixas de som por toda a casa, tocando Beethoven. Ele sempre admirou Beethoven pra cacete. Tocava sua preferida, Fur Elise.
   Seguiu até a cozinha e começou a preparar seu café. E ao ver em seu celular, haviam 6 ligações perdidas anônimas. Então guardou seu celular e após terminar seu café voltou ao segundo andar e foi até sua varanda que é apontada ao fundo de sua casa. Lúcifer estava no quintal e ao vê-lo na varando subiu na árvore e foi até ele.
   Logo o telefone toca novamente.
   — O que foi aquilo de ontem? — disse a voz do outro lado usando sintetizador.
   — Você viu?
   — Lógico. Sua vida é minha novela. Você foi bem esperto, mas vacilou ao pegar aquelas meninas. Você sabia que elas namoravam.
   — Sabia? — perguntou Glenn ironicamente.
   — Sim você sabia. Me lembro na noite anterior de você as observando e conversando com o Billy para que passasse perto delas conversando com o Mark sobre você estar solteiro e por estar ali no dia seguinte naquele horário. Eu vi todo seu plano, até mesmo para não ser notado pelos namorados delas. Além do mais, agora você está me devendo dinheiro.
   — Posso nem tentar te iludir mano. Tu fica me assistindo pelas câmeras dos cantos.
   — Esqueceu de mencionar os celulares das pessoas ao seu redor e pelo seu também. Tudo que tem uma câmera.
   — Você deveria pensar em mudar seu nome de Wolf pra Órus. Tu sempre vê tudo cara.
   — Ainda prefiro Wolf.
   — Você quem sabe.
   — Já enviei um dos meus lacaios para pegar meu dinheiro. Ele chega aí em exatos 10 minutos e 23 segundos.
   — E se o sinal fechar?
   — Sinais nunca fecham para meus lacaios. Eles são cronometrados e caso meus lacaios errem o tempo do sinal, lembro-te novamente que eu mando em todo tipo de tecnologia.
   — Ok, ok. Senhor fodão. — respondeu ele terminando de beber seu café e se levantando voltando para a cozinha — Você achou o tal do Baltazar? Ou sei lá como você chama ele.
   — Ainda não, está muito difícil encontrar alguém que nem mesmo sei onde mora.
   — Porque você quer tanto esse cara? Você pode me pedir o que quiser, tenho um débito muito alto com você, eu poderia te trazer qualquer um.
   — Desculpa Glenn. Você sabe que isso não posso confiar a você. Mas você sabe o que ele coordena todo o crime em alguns estados do país. Ter ele em minhas mãos seria o fim de todos os nossos problemas. Esses caras nem correriam atrás de você e nem de mim. Já disse e repito, é exatamente por isso que me mantenho em sigilo.
   — Ok, entendi.
   — Agora vá vestir uma calça, meus lacaios chegam aí em 1 minuto.
   — Ok senhor perfeccionista, já vou. — então subiu as escadas correndo e pegou o dinheiro e uma bermuda e desceu, quando abriu a porta, haviam dois homens de terno e mascarados em sua porta prontos para bater. — Bem que o Wolf poderia me doar uns lacaios, vocês são bem obedientes. Poderia ter uma lacaia pra cuidar da casa e quem sabe... — então eles tomaram o dinheiro da mão dele e fazendo reverência se retiraram sem dizer nada — Mas ele deveria pensar em educar você também, seus brutamontes.
   Ele voltou pra dentro e retirando sua camisa se jogou em seu sofá e Lúcifer se deitou sobre ele e eles começaram a assistir TV.
   Não se sabe ao certo quando ou como Glenn conheceu Wolf, muito menos quem é esse cara e de onde ele veio. Mas ele realmente gosta pra cacete do Glenn e eles se davam muito bem.
   Wolf, como dizia Glenn, é aquele cuzão que sempre consegue o que quer, e se você quer algo, é pedir pra ele, de uma simples bala a equipamento nuclear. De onde e como não sei, mas não era aqueles equipamentos falsificados de feira, era equipamento legítimo e original, alguns deles apareciam até com o emblema do exército, marinha e outras coisas. Se duvidar, ele sabe até mesmo a localização e o que dentro da Área 51.
  
   Mesmo depois disso tudo, não foi isso o que mudou a história de Glenn. Wolf ajudou quando ele precisou e em tudo mais, mas não foi um anônimo psicopata suicida que o mudou, foi uma garota. Uma garota conhecida num dia comum, um simples dia de trabalho. Pra ser mais específico, nesse mesmo dia.

A Ascensão de Glenn OwenOnde histórias criam vida. Descubra agora