Capítulo 6

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Melissa

Alice não parava de comentar o quanto Daniel era "fofinho" e minha mãe entrou na onda dela, as duas passaram a tarde toda me provocando.

Minha irmã fez até um versinho pra me irritar: A Melzinha já é um docinho imagina agora que ela está apaixonada pelo futuro doutorzinho.

Vamos concordar que foi ridículo esse verso que ela inventou, mas a minha mãe gostou e caiu na gargalhada e o Lipe tadinho tão inocente ria junto com elas e acabei me rendendo e rindo também.

A noite quando meu pai chegou em casa ele abriu a porta e quando me viu já começou o interrogatório.

- E ai mocinha, tem alguma coisa para me falar em seu favor?

Ainda bem que meu tio Gustavo estava junto com ele e como sempre meu queridíssimo tio me defendeu.

- Pare com isso cunhado, você achou que a menina nunca namoraria?

- Não defende Gustavo, quero só ver quando você tiver uma filha e ela chegar nessa idade e inventar de namorar.

- Graças a Deus vou ter um filho homem. - Meu tio respondeu sorrindo.

- Pai não sou mais criança e nem estou fazendo nada de errado. Eu fiz questão de contar sobre o namoro pra vocês e eu bem que poderia ter omitido.

- Eu até te entendo Melissa, mas você não podia namorar só depois dos trinta anos? - Ele me perguntou fazendo uma carinha de piedade.

- Paizinho a gente não escolhe quando e nem por quem se apaixonar.

- Eu sei princesa, mas você podia ter demorado mais pra chegar nesse momento. E quanto a você dona Alice só vai namorar depois dos trinta e olhe lá. Meu pai falou apontando para minha irmã que estava com uma cara de "vai sonhando papai" mas ela não respondeu nada o que foi até um milagre, pois ela sempre tem resposta pra tudo.

Fomos salvas pela Tia Marcela que chegou logo em seguida com sua barrigona de grávida de quase sete meses e mudou o foco da nossa conversa.

- Gente aonde vou parar desse jeito, nem consigo andar direito e até esse menininho nascer vou ter que ficar de repouso, olha o tamanho dessa barriga quase não deu para dirigir.

- Não reclama Má, você está linda. - Minha mãe falou enquanto ajudava ela sentar no sofá.

- E ai tia já decidiram se nosso baby vai se chamar Vinicius mesmo? Perguntei porquê eu sabia que ela não queria esse nome, para ela o bebê tem que se chamar Marcelo.

- E tem como não chamá-lo assim? Você e seu tio só chamam ele de Vini e o guri se mexe na minha barriga sempre que o Gustavo chama ele por esse nome. Mas só aceitei porquê vai ser Vinicius Marcelo não é amor!? Ela falou piscando para o meu tio, ele fez uma careta, mas afirmou positivamente com a cabeça.

Como sempre nossa noite foi agradável e divertida, depois do jantar subi para o quarto pois tinha quase certeza que o Daniel me procuraria para conversarmos. Liguei o notebook e fiquei esperando para ver se ele aparecia, ficar distante é tão ruim e só de pensar no beijo que ainda não trocamos, no abraço, no toque das mãos dele em meu rosto..."Quem inventou a distância, não conhecia a dor da saudade!"
Essa frase é verdadeira, agora realmente compreendo o quanto dói a saudade.

Me distrai enquanto ouvia algumas músicas e quase dormi, mas um barulhinho de notificação no computador me despertou e quando fui verificar era meu lindinho me chamando para iniciarmos a conversa.

- Oi Princesa, já estava dormindo? - Ele me perguntou assim que nos conectamos.
Eu já falei que ele é lindo? Pois ele é uma graça, tem um sorriso encantador, um olhar profundo e uma voz que entra em meus ouvidos como uma doce canção e vai parar direto no meu coração.

Surpresas do CoraçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora