1|Last Goodbye

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7 de maio de 2008,LA

Acordo com o barulho irritante do telefone tocando violentamente sobre o criado mudo ao lado da minha cama. hesito um pouco em levantar para atender, na esperança da pessoa desistir e me deixar dormir em paz, mas não acontece. estico meus braços para pega-lo ainda com deitada de bruços na cama com o rosto aterrado no travesseiro, tiro-o do guincho e o posiciono na orelha da melhor forma que consigo.

-Alô? -digo com a voz abafada pelo travesseiro, mas ainda assim alta o suficiente para a pessoa do outro lado conseguir ouvir-

-Oi amor, te acordei? -a voz rouca do outro lado soava receosa, era Jason-

-O que você acha, Jason? -me sento na cama e passo a mão no rosto, afastando a sonolência que sentia- enfim, o que você tem de tão importante pra me falar às -verifico as horas no rádio-relógio que ficava ao lado do telefone- CINCO da manhã, que não pode esperar até a escola? temos aula em duas horas.

-Pude ouvir sua risada do outro lado da linha e automaticamente um sorriso também se forma em meu rosto-

-Bom dia pra você também, e não, não tem como esperar... eu vou precisar faltar hoje.

-Que? -franzi o cenho confusa, a coisa mais rara do mundo era Jason faltar a escola, acho que até os professores faltavam mais que do que ele- A sua mãe sabe disso, senhor Wood?

-Não senhorita Roden, e nem vai. O Bob conseguiu um show pra gente hoje em um festival numa cidadezinha vizinha, antes das cinco eu to de volta, relaxa.

-Suspiro- eu nunca fui com a cara desse Bob , ele explora muito o Jason e os meninos da banda. aposto que ele só avisou à eles sobre esse show nesse festival agora pouco.

-Ahm... não sei não, Jason... E se seus pais descobrirem? E fora que a gente tinha combinado de ir ao shopping depois da escola, né.

-Não se preocupa, amor. Eu juro que chego antes das cinco, nem que eu tenha que vir correndo. E quando eu chegar, prometo te recompensar pelo furo.

-me distraio com meus pensamentos enquanto meu quarto é iluminado pelos primeiros sinais do sol nascendo, não queria que Jason fosse, queria que ele pudesse estar aqui comigo agora.

-Holl? ta aí ainda?

-disperto e percebo que esqueci de Jason no telefone por alguns segundos-

-Oi, to sim. tava procurando meu... -olho ao redor procurando algo pra usar como desculpa- meu pente. sabe, pra pentear o cabelo e etc.

-Ah sim, tenho certeza que está linda, mas então. você não ta brava comigo não, né?

-Não Jason. Tudo bem, vai com cuidado pelo amor de Deus e se você se atrasar eu mato você e o Bob.

-Falo "Bob" de forma debochada com uma voz esquisita, ouço novamente sua risada do outro lado e como da outra vez, um sorriso se forma nos meus lábios. gosto de "vê-lo" assim, sorrindo. principalmente quando sei que eu sou o motivo.

-Pode deixar amor, eu não irei. -uma voz no fundo soando como uma espécie de sussurro diz algo apressando Jason e o mesmo murmura alguma coisa em resposta- amor, eu preciso ir agora. eu te amo, okay?

-Eu também te amo

-Pra sempre?

-Pra sempre.

-Ele desliga e eu recoloco o telefone no gancho, fico com um sorriso bobo no rosto enquanto pensava nele, não vejo a hora de voltar da escola e encontra-lo aqui em casa. vejo a hora e deduzo que é cedo demais para começar a me arrumar. tento dormir mais um pouco, não consigo. depois de rolar por literalmente toda a minha cama, resolvo levantar e ir ao banheiro para começar a me arrumar.

-Tomo um longo banho quente para despertar totalmente, mas admitido que se eu pudesse, dormiria dentro do box agora.

-estou pronta, a caminho da escola. Jason já deve estar no meio do caminho agora... chego na escola, encontro minhas amigas e seguimos para classe, esvazio minha mente para focar na aula, mesmo sendo de trigonometria, que eu detestava, mas só tirava A.

-Finalmente o último sinal toca, eram por voltas das 04:40 p.m mas eu sentia como se estivesse na escola desde 1998, queria chegar logo em casa e encontrar meu namorado, que provavelmente estaria me esperando sentado no meio fio da calçada, com o skate jogado ao seu lado.

-Me despedi de Selena e Crystal, apressei meus passos e corri pra casa, não queria faze-lo esperar muito tempo.

-virei a esquina da minha rua e estranho ao não ver Jason em frente a minha casa, dou de ombros e entro em casa, fechando a porta atrás de mim.

-Filha... -pulo de susto com a voz que vinha da sala, era minha mãe. me viro e noto que meu pai também estava lá, sentado ao seu lado de mãos dadas, que era estranho já que ele deveria estar no trabalho a essa hora.

-Filha, eu sinto muito... eu vim assim que soube. -disse meu pai com um tom consolador, caminhei até eles sorrindo confusa, não estava entendendo nada.

-Hã? sente muito pelo o que? -disse completamente confusa. minha mãe se levantou e me deu um abraço apertado, o que me deu mais medo ainda, normalmente ela grita mandando eu ir arrumar meu quarto ou a cozinha assim que chego da escola- Gente? o que deu em vocês?

-Você precisa ser forte, estaremos aqui com você, vai passar, tudo passa. -disse meu pai assim que ficou de pé e também veio me abraçar, agora eu realmente estava apavorada e finalmente acho que eles se tocaram que eu não fazia ideia do que eles estavam falando.

-O Jason, filha... -começou minha mãe mas não teve coragem para terminar, dei um passo pra trás, me afastando deles, sentindo um forte aperto no peito.

-O que tem o Jason? fala mãe! -digo com o tom de voz já um pouco alterado, esse suspense só piorava tudo.

-Foi então que meu pai reuniu forças e começou, ele me disse que Jason havia sofrido um acidente hoje mais cedo, e quando chegou ao hospital, já estava sem vida.

-Nesse momento eu senti tudo girar ao meu redor, senti minhas pernas bambas e um enorme nó na garganta. deixei a mochila cair de meus ombros e subi as escadas o mais rápido possível, ignorando os gritos dos meus pais para que eu esperasse. isso não podia ser verdade, era impossível. a qualquer momento jason entrará pela porta da frente e vai dizer que tudo não passou de uma brincadeira de mal gosto.

-Chego no meu quarto e corro até o telefone, discando o número da casa de Jason o mais rápido que consegui, não demorou muito e sou atendida. mas não era ele, uma voz feminina que atendera, era possivel notar que ela chorava por sua voz embargada. a mesma funga e diz "alô" novamente. isso não estava acontecendo. não podia estar.

solto o telefone e dou alguns passos para trás, ainda descrente do que estava acontecendo. logo sinto o impacto das minhas costas no armário, me escoro no mesmo e escorrego de costas até o chão. abraço minhas pernas e começo a chorar, choro por várias horas seguidas. na esperança de alguma hora acordar desse pesadelo terrível.

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 Heart {O'broden}Onde histórias criam vida. Descubra agora