Dylan POV
20 de maio de 2008,NY
Sete meses, foi o tempo que fiquei na fila de espera por um coração novo. eu me considero um cara de sorte, muitas pessoas ficam anos ou até morrem durante essa espera.
Minha família e meus amigos sempre estiveram aqui comigo, eu sinto que nunca vou conseguir agradece-los o suficiente por isso. todos os dias meus amigos vinham aqui com pilhas de cadernos para que eu não ficasse sem a matéria dada na escola e não perder o ano.
Finalmente, hoje, estou deixando o hospital para voltar a ter uma vida normal. os médicos me garantiram que a cirurgia foi um sucesso e que eu poderia retornar a minha rotina normalmente, até melhor do que antes.
Nunca passou pela minha cabeça, tendo só 17 anos, que eu poderia ter algum problema cardíaco. desde criança eu sentia dores no peito e fadigas, nunca me queixei com meus pais sobre isso, eu achava que me cansava mais rápida que os outros garotos, só isso. e as dores, como geralmente surgiam quando eu estava jogando baseball ou algum outro esporte, achava que era fruto da exaustão de correr muito e etc.
E justamente durante uma partida de baseball que meu coração parou de vez. foi ano passado, eu havia acabado de arremessar a bola e precisava correr por toda a extensão do campo o mais rápido possível para ganhar. no meio do caminho comecei a sentir fadigas e as dores no peito, tentei ignora-las e continuei correndo. sentia como se um elefante estivesse pisando sobre meu peito, a essa altura eu já estava parado no meio do caminho apoiando as mãos nos joelhos e sentindo que tudo ao meu redor girava, as pessoas se aproxivam de mim e eu não conseguia entender nada do que elas falavam, só conseguia ouvir o som da minha respiração descompensada, minha visão embasou, perdi o equilíbrio, caí no chão e apaguei.
Quando eu acordei já estava aqui, e só depois de horas que eu soube o que havia acontecido comigo, o médico explicou para meus que eu havia sofrido uma parada cardiorrespiratória e que eu precisava urgentemente fazer um transplante de coração, ver a minha mãe se desabando em lágrimas foi uma das cenas mais triste que já vi na vida.
Sinto saudades da escola, não dos professores, mas de todas aquelas pessoas falando ao mesmo tempo, das brigas, das confusões e tal. é raro ver um movimento nesse hospital, eu pensava que hospitais eram sempre lotados com médicos e enfermeiras correndo de um lado para o outro, mas a única coisa barulhenta aqui é na hora do banho do senhor Gilbert, um senhor de mais ou menos 80 anos, que sempre faz uma algazarra e jura com todas as forças que já tinha tomado banho naquele dia, outro dia ele ainda disse que só tomaria banho se uma das enfermeiras tomasse junto, eu ri tanto que quase esqueci que estava ligado a várias máquinas para meu coração não parar de novo.
Sentado na cama, esperando meus pais terminarem de assinar os papéis para que eu possa ser liberado. vejo meu reflexo no espelho que havia em um canto do quarto e sorrio. eu sobrevivi e finalmente poderei voltar para minha vida normal.
Mas não sei explicar, eu sinto uma coisa no peito, não é dor. é como uma angústia, saudades, é bem estranho. quando eu voltar a conviver com meus amigos normalmente provavelmente esse sentimento desaparecerá. diferentes dessa cicatriz, que levarei por toda minha vida.
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Heart {O'broden}
FanficCo•ne•xão - 1. Coesão. 2. Ligação, relação. 3. Peça ou dispositivo que liga dois condutos, etc., ou que serve como passagem ou comunicação. Conexão é a melhor forma de definir o que Holland Roden e Dylan O'brien possuem. Ambos passaram por momento...