4|Bad News

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Assim que Selena foi levada para o hospital, tudo voltou ao normal e todos seguiram suas atividades. Caren, minha assistente, vem até mim e avisa que a reunião começará em 5 minutos, graças à atuação de Selena, não vou me atrasar.

Vou ao banheiro e retoco minha maquiagem rapidamente, arrumo meu cabelo e ajeito minha roupa. tudo perfeito por enquanto. saio do banheiro, pego minha pasta e sigo para a sala onde será a reunião.

Ao entrar, vejo Bill, meu "chefe", Caren e mais algumas outras pessoas da diretoria, estranho a presença de duas pessoas alí. O homem do elevador lá, arrumando uma papelada à sua frente, e acho que nem percebeu a minha chegada. ao contrario de Brittany, filha de Bill, a outra pessoa estranha na sala. ela me encarava com um sorriso largo, não sei o motivo já que nunca nos demos bem, ignoro seu sorriso e me sento na cadeira vaga perto de Caren, que ficava no lado oposto do lugar que Bill estava.

–Quem é esse? -sussurro pra Caren me referindo ao homem concentrado na pilha de papéis à sua frente-

–Ah, esse é o novo advogado. Dylan alguma coisa, não o conheço também. -ela sussura de volta pra mim enquanto encarava o rapaz discretamente-

–Muito bem. Podemos começar? -disse Bill antes que eu pudesse perguntar à Caren se ela sabia qual o motivo da presença de Brittany.-

Todos concordaram e encaravam Bill, ao contrário do novo advogado, que agora eu sabia pelo menos o nome, que tinha o rosto virado em minha direção. sem querer ter contato visual com ele, ignoro seus olhares e continuo focada no meu chefe.

–Primeiramente eu gostaria de agradecer à todos vocês pela presença -começou Bill com sua educação de sempre- e dar boas vindas ao mais novo membro de nossa equipe, o senhor O'Brien, que nos representará nos tribunais e cuidará de toda chatice jurídica da empresa.

Todos os deram boas vindas, inclusive eu, obviamente. mas não tão entusiasmada quanto Brittany, que quase subiu na mesa pra chegar até ele.

Eu que agradeço por essa chance, e prometo não desaponta-los -disse o rapaz ficando de pé rapidamente e logo se sentando novamente.

–É o que esperamos, ou terá o mesmo fim que nosso antigo advogado. -disse com a voz firme, expressão séria e encarando-o nos olhos.-

–Imagina, é um prazer de te-lo em nossa  empresa -disse Brittany com sua voz irritante de sempre-

"Nossa empresa", coitada. a único coisa que ela fez aqui dentro foi convencer Bill a contratar sua amiga, Kimberly, que por acaso está processando a empresa que ela diz ser "nossa". e ainda quero saber o que essa garota está fazendo aqui, ela nunca se interessou pela empresa antes.

Então pessoal, e essa não é a única novidade. vocês sabem que eu sempre me preocupei em dar uma cara juvenil à empresa, e nossa vice-presidente, Senhorita Roden, faz isso de forma impecável. mas como diz o ditado "duas cabeças pensam melhor do que uma" e por eu precisar me ausentar alguns meses devido à problemas de saúde, minha filha querida assumirá a presidência da empresa. -disse Bill com um sorriso no rosto e colocando sua mão sobre um ombro de Brittany-

Estava nítido no rosto de todos alí o desagrado pela notícia, mas ninguém se opôs, apenas sorriram de força forçada enquanto encararam uns aos outros.

Eu não disfarcei minha insatisfação, mas por respeito e pela admiração que tenho por Bill, não falei nada.

Eu estou tão animada para trabalhar com vocês! -disse ela com sua voz insuportável-

Eu só queria poder sair de lá logo. Bill falou mais algumas outras coisas e não demorou muito para encerrar a reunião. assim que ele fez, levantei da cadeira. quando eu ia saindo, ouvi uma voz chamar pelo meu nome e segurar meu braço, reconheci a voz fanha e enjoada na hora.

–O que foi, Brittany? -disse me virando e passando a mão no rosto-

–A gente precisa conversar, né?! ainda mais agora que somos colegas de presidência.

-revirei os olhos internamente e contei até dez mentalmente-

–Ah, precisamos. mas não agora, preciso fazer algumas coisas ainda.

–Okay, né. mas espero que essas coisas sejam da empresa. agora que eu mando aqui, a moleza de muitos vai acabar.

Sollto risada nasal e me controlo para não responde-la à altura. quem essa garota pensa que é? ela não deve nem saber fazer 1/3 do que as pessoas daqui fazem.

–Terminou? -digo já me virando já prestes à sair pela porta-

Claro, amiga. -ela disse com um sorrizinho no rosto e voltando pra dentro da sala já vazia-

Saí pela porta andando o mais rápido possível, minha cabeça latejava. acho que vou pra casa e termino meu trabalho lá mesmo. se eu ficar perto dessa garota mais algum minuto em vou jogar ela do terraço inevitavelmente.

Tive que correr para não perder o elevador, mas felizmente, novamente, alguém segurou a porta pra mim. Entro no mesmo massageando as têmporas.

A próxima custa dez dólares. -disse o homem ao meu lado, reconheço a voz, era Dylan.

Solto uma risada fraca e me viro pra ele

Se eu não estivesse tão estressada, eu acharia graça.  -digo e volto para minha posição anterior-

–Não tem problema. vamos ter outras oportunidades para rir juntos, ruiva.  -ele diz me olhando pelo espelho à sua frente-

–Holland. -digo o corrigindo- e você não deveria estar trabalhando? amanhã é a audiência com a Kimberly. -digo com indiferença na voz enquanto passava as mãos pelos fios do meu cabelo e encarando as pontas do mesmo-

–Eu vou. mas no meu escritório, sacou? não tem necessidade da minha presença aqui agora -ele diz dando de ombros-

–Sorte a sua... -digo baixo e levanto o olhar para as portas se abrindo na recepção- Enfim, Obrigada e tchau. -digo saindo do elevador-

–Já? espera. -ele diz rápido enquanto saía do elevador também- pra onde você vai? eu posso te dar uma carona, o meu carro ta aqui no estacionamento.

–Que -paro no meio da recepção- não precisa. eu tenho que encontrar algumas amigas ainda e tal. não precisa mesmo.

–Eu insisto, é o mínino que você poderia fazer já que por sua culpa, eu terei que ir até o estacionamento pelas escadas.

–Minha culpa? você saiu do elevador porque quis, eu em.

–Nossa. quanta ingratidão, eu esperava que...

–TÁ -grito para que ele pare do falar- vamos logo. -começo a andar na direção das escadas na frente, que provavelmente ele não sabia aonde ficavam, enquanto o mesmo me seguia.

Ele sorria vitorioso enquanto íamos para a garagem subterrânea, ele me levou até seu carro e abriu as portas para que eu entrasse. agradeço e falo o endereço do hospital pra ele, eu iria encontrar Camila e Selena, que provavelmente ainda estava lá, para contar as péssimas notícias de hoje.

Um silêncio tomou conta do carro, não era um silêncio constrangedor ou incômodo, acho que as mandíbulas de Dylan só precisavam descansar mesmo.

Então Holland, é... seu cabelo é natural? -disse Dylan fazendo essa pergunta nitidamente improvisada, quebrando o silêncio.-

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 Heart {O'broden}Onde histórias criam vida. Descubra agora