O islamismo tem a sua origem derivada da palavra islã que na língua árabe significa submissão, obediência. A religião islâmica consequentemente é uma das poucas religiões que não traz na origem do seu nome, o do seu fundador ou do lugar de origem do povo que a professa. Diferentemente do cristianismo, budismo, zoroastrismo que trazem a marca do seu fundador no nome da crença (Jesus Cristo, Buda, Zoroastro), ou o nome da tribo de origem no caso do Judaísmo (tribo de judá), o islamismo goza da particularidade de não estar associada a nenhum homem ou povo em particular. Segundo os muçulmanos, a palavra islã não implica relação desta natureza porque não é propriedade de nenhuma pessoa, nem nenhum povo ou país em particular. Portanto, é uma religião de caráter universalista que tem como escopo suscitar e cultivar no homem da atualidade, a atitude de obediência aos preceitos e valores éticos de seu livro sagrado denominado de Alcorão.
É fundamental na teologia islâmica o monoteísmo. A proclamação de fé de que “o único Deus é Allah e Mohammad o seu profeta” (Ashahadda) é a senha para se tornar muçulmano. Basta proclamá-la para se tornar muçulmano. A primeira parte da profissão de fé islâmica “só Deus é Deus”, é o movimento do homem para o divino, do exterior para o interior. Distingue o Real (Deus) de tudo o que é irreal, isto é, de tudo o que é visto ou concebido fora de sua relação com Deus. A segunda parte da profissão de fé, “Mohammad é seu profeta” se caracteriza como um movimento de reação de Deus para os homens mediante seu mensageiro Mohammad.
A fé islâmica é relativamente simples. Não existem sacramentos no sistema de culto apresentado por Mohammad. Existem sim, práticas ou deveres religiosos de caráter compulsório. Os cinco pilares do islã são: a) a recitação da profissão de fé (Ashahadda); b) as orações obrigatórias (assalát); c) o interesse pelos necessitados (Zakat); d) as práticas de auto-purificação do jejum (assaum); e) a peregrinação à Meca para aqueles que tiverem posses (Al Hajj).
A crença islâmica está edificada sobre três parâmetros fundamentais: a) A crença no Deus Uno e Único, isento de atributos das criaturas e caracterizado pela perfeição absoluta; b) a crença na revelação (wahi), na profecia (nubuwa), na liderança (immah), juntamente com a crença em todos os profetas e mensagens, de Adão, passando por Jesus e terminado em Mohammad; c) crença em uma vida após a morte, na dádiva divina, no Paraíso eterno e também no castigo eterno, o inferno.
O livro sagrado dos muçulmanos denominado Alcorão é dividido em 114 Suratas (capítulos) e é formado de um total de 6.342 versículos. Considera-se que 92 capítulos foram revelados ao profeta em Meca e 22 capítulos em Medina. Os capítulos estão dispostos aproximadamente de conformidade com o seu tamanho e não de conformidade com a ordem cronológica da Revelação. Os capítulos revelados em Meca consistem de sentenças curtas, cheias de entusiasmo, poéticas e resplandecentes. Eles relatam um Deus todo misericordioso, denuncia a adoração de ídolos, promete a recompensa aos justos e adverte os pecadores sobre a punição infernal para aqueles que não cumprirem a lei. Os capítulos de Medina, por outro lado, são extensos, abordam aspectos ritualísticos do Islã, jejum, peregrinação e estabelecem leis penais, morais e políticas. Como é o caso da maioria dos livros sagrados que compõem o cenário religioso mundial, o Alcorão não foi escrito por Mohammad, já que ele não sabia ler e escrever. Mohammad pregava suas idéias ao sabor da inspiração e das situações vividas no momento.
O Alcorão é fruto de uma tradição oral em que os seguidores de Mohammad retinham de memória as que lhes eram transmitidas ou escreviam em materiais disponíveis da época como peles de cabra, omoplatas de camelo, pedras e pergaminhos. Após a morte do profeta, o seu sucessor, o califa Abu Baker, receando que as mensagens do profeta se perdessem com o desaparecimento dos primeiros companheiros e as flutuações dos textos memorizados, convocou Zaid Ibn Thábit, que era um dos escribas do profeta, para que se responsabilizasse por essa tarefa. Sabendo da responsabilidade da missão a ele confiada, não aceitava qualquer versículo (aya) como verdadeiro, somente após a confirmação de duas pessoas terem ouvido tal aya do profeta. Assim, ocorreu a primeira compilação.
É importante registrar que o Alcorão, para a ortodoxia islâmica, só pode ser recitado na língua árabe, já que, segundo os dirigentes islâmicos, ninguém consegue dar a eloquência, a musicalidade e as rimas do texto original. A versão na língua nativa traz o que cada versículo significa, mas não é a mesma coisa que o original, já que as palavras árabes admitem mais do que uma tradução e é possível tirar outros significados dos versículos.
O islã rejeita quaisquer atentados terroristas que atingem inocentes, não importando a que religião, ração, ideologia política que eles pertençam. Qualquer atentado promovido por grupos denominados muçulmanos, o Islã está isento daqueles criminosos já que eles somente a si representam. A mensagem do islã é de paz, de proteger as pessoas, impedindo o derramamento de sangue seja por qual interesse for. A mensagem do islã é a reforma da humanidade, manutenção dos valores éticos, instauração do monoteísmo puro e o respeito aos direitos humanos. Tudo o que for contrário a esses interesses não representa o Islã.
No Islã, a palavra paz é um dos Noventa e Nove Nomes de Deus. Para os muçulmanos o próprio Alcorão é a paz (Surata 97,5). Os muçulmanos acreditam que a saudação da paz é o cumprimento com que são recebidos os bem aventurados quando entram no paraíso.
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itim na kambing - o livro dos espíritos
Espiritualum grimório que contém diversos rituais de ocultismo e exorcismo,magias e "simpatias", com múltiplas finalidades.